Fórum de Comissão de Sementes e Mudas do Paraná reúne profissionais de produção, pesquisa e tecnologia

Edição XXIX | 06 - Nov . 2025
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br
   O estado do Paraná foi um dos primeiros no país a organizar a produção de sementes com a criação da comissão de sementes e mudas (CSM-PR) e a associação dos produtores de sementes (APASEM) no início da década de 1970. Atualmente cultiva próximo a 6 milhões de hectares com soja, 3 milhões com milho e um milhão com trigo, entre outros cultivos como feijão, cevada e forrageiras. 

   Os atores do sistema de sementes do estado do PR são proativos com eventos periódicos de sua CSM congregando principalmente seus responsáveis técnicos de produtores de sementes e laboratórios de análise de sementes. Neste sentido, neste ano de 2025, acaba de realizar seu Fórum Técnico, contemplando assuntos relevantes do negócio de sementes.  

Panorama de sementes

   Participaram do painel a Sheila Bigolin, Roberto Destro, Paulo Pinto de Oliveira Filho, Verônica Bertagnolli, e Silmar Teichert Peske. 

   Os destaques do painel foram as discussões sobre internalizações dos avanços tecnológicos como o tratamento industrial de sementes num curto espaço de tempo e com vários produtos, a biotecnologia com todos seus benefícios, as novas cultivares, entre outros. Também foram ressaltados o controle interno de qualidade das empresas com oferta de sementes com germinação mínima de 95%, a tradição das empresas com legados de mais de meio século cujo nome possui seu devido valor, a tendência de se comercializar sementes pelo PJ em vez de CPF e não menos importante, a relação melhoramento vegetal (germoplasma e biotecnologia) com o produtor de sementes e o agricultor.

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Análise de Sementes - “Precisão e confiabilidade”

   Este painel foi moderado por José de Barros França Neto e apresentado por Caroline Caetano, Ricardo Bagateli, Juliana Veiga, Sheila Bigolin e Natalie Madruga.

   O país possui mais de 200 laboratórios de análise de sementes credenciados junto ao MAPA e mais de 100 para o controle interno de qualidade das empresas. A demanda por análise de sementes é grande, envolvendo vários testes e metodologias, sendo que para a comercialização das sementes as análises obrigatórias são de germinação e pureza. Neste sentido, o grande desafio é realizar a análise de germinação em sementes tratadas que no país estima-se que esteja acima 50% para sementes de soja. O substrato de papel não é indicado para sementes tratadas.

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   Outra grande discussão foi sobre a avaliação do vigor da semente, tanto em termos do tipo de teste, como também do percentual mínimo. Vários são os testes de vigor que podem ser utilizados para avaliar as sementes, cada um com seu significado. Para soja, há uma tendência de se utilizar o teste de envelhecimento acelerado realizado no mês de agosto, utilizando 48hrs e a 420C. Enfatiza-se que não é requerido para comercialização o teste de vigor, entretanto é uma poderosa ferramenta comercial devido a estreita relação do vigor das sementes com produtividade

Regras de análise de sementes

   Este painel teve como expositores Júlio Garcia e Maria Selma Carvalho que abordaram as atualizações das regras de análise de sementes que estavam desde 2009. Como referência cita-se que as regras da ISTA são atualizadas anualmente.

   As regras atualizadas permitem atualizações periódicas com menos “trabalho”, pois são formadas praticamente por “separatas”. As principais atualizações são quanto as novas espécies e metodologia de análise.

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Beneficiamento de sementes

   As sementes para serem comercializadas necessitam ser preparadas principalmente quanto a sua pureza, umidade e tamanho, envolvendo equipamentos e processos específicos.

   Neste sentido, os palestrantes Jonas Farias Pinto, Ian Jepsen Ely  e José Francisco Martins, enfatizaram que atualmente os processos de beneficiamento de sementes devem ser eficazes e eficientes. Com o avanço da régua de qualidade em que muitos produtores oferecem lotes de sementes com no mínimo 90% ou inclusive 95% de germinação, é “inadmissível” perder semente boa no beneficiamento.

   A perda de semente “boa” é ocasionada por diversos fatores, entretanto dois se destacam, quais sejam:  1- a separação pela forma em que o separador de espiral não possui ajustes: 2- na classificação de sementes de soja por tamanho em que se descartam as extremidades (no caso de dois tamanhos). 

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   A semente é produzida no campo a céu aberto sujeita a várias adversidades e mesmo assim, o produtor de sementes consegue colocar no mercado sementes de alta qualidade, desta maneira, perder algo que tanto esforço requer, é no mínimo uma má gestão.

Patologia de sementes

   Os palestrantes deste painel, Norimar Denardim, Carlos Utiamada e Fernando Henning, enfatizaram que várias enfermidades são transmitidas pela semente afetando a produtividade da lavoura.

   A identificação de patógeno (fungos, bactérias e vírus) é um processo que requer conhecimentos e equipamentos especiais. Felizmente o país possui vários laboratórios e pessoal capacitado capacitados para tal.

   Há muitos anos que os profissionais da área de patologia de sementes buscam identificar um processo que viabilize comercialmente a adoção compulsória desta análise no mercado doméstico. Por outro lado, no mercado internacional em que se importa e exporta sementes, esta análise é requerida em vários países.

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   Vários são os atores que compõem o sistema brasileiro de sementes como os produtores de sementes, os obtentores (germoplasma e biotecnologia), o governo, sistema bancário, os agricultores, entre outros. No Brasil, pode-se assumir pela quantidade e a qualidade da semente colocada a disposição do agricultor, que os atores estão trabalhando com sucesso.

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