Quinze anos atrás, uma novidade chegada ao mercado sementeiro e coroava uma trajetória de busca incessante pela excelência. Na embalagem, estava estampado o potencial de uma produtividade sem precedentes para lavouras de soja no Brasil: sementes com germinação de no mínimo 95%, agregada ao tratamento Industrial (TSI) com fungicidas, inseticidas e inoculantes. Com todos estes atributos reunidos, elas não poderiam ser vendidas por quilo; seria a primeira semente de soja do Brasil comercializada por unidade.  Para batizar esse produto, um nome que expressava essa qualidade – Supreme –, acompanhado pela marca que chancelava essa ousadia: Oilema.

   Desde seu lançamento, a Oilema Supreme permanece como uma referência. Mas não apenas isso: mudanças profundas ocorreram na empresa com sua entrada no portfólio. Entretanto, pode-se também dizer que o mercado sementeiro como um todo não foi o mesmo a partir desse momento.

   Para entender o impacto da chegada ao mercado de uma semente prometendo tal índice de germinação e vigor, é preciso fazer um resgate do contexto do mercado sementeiro nessa transição entre os séculos 20 e 21. Conforme lembra o CEO da Oilema, Celito Missio, até o final dos anos 1990, antes da Lei de Proteção de Cultivares, a qualidade da semente no Brasil era, na maior parte dos casos, sofrível. 

   Dessa maneira, para garantir a população de plantas no campo, era necessário lançar mão de mais sementes, aumentando a densidade da semeadura. Não era grande o cuidado, portanto, com o número exato do material usado; por isso, as sementes eram vendidas por peso. Outro ponto levantado por Missio é que eram poucas, também, as variedades disponíveis para o agricultor.

   A mudança na legislação envolvendo o setor sementeiro, ocorrida na virada do século, garantindo o uso da biotecnologia e a proteção das cultivares, permitiu um avanço na busca pela qualidade da semente que chegava ao campo. Missio relata que, em finais da década de 2000, o índice de germinação do material encontrado no mercado já era, em geral, de 85%. Porém, esse número já havia sido ultrapassado pela Oilema. Foi nesse cenário que a busca por um negócio motivou a criação da Supreme.

   O nascimento de uma referência
   Celito Missio conta que a empresa, nessa época, já produzia sementes com qualidade superior àquela pedida pela legislação em vigor e pelos consumidores. Todavia, esse material de atributos superiores era vendido junto aos demais, sem distinção específica. “Havia a qualidade diferenciada, mas nem sempre era percebida”, comenta. 

   Em sua visão, a qualidade somente passa a ser um ativo de valor quando é reconhecida pelo agricultor. Além disso, ele lembra que lotes de sementes com características diferenciadas não seriam segregadas pelo cliente a menos que isso fosse feito pelo multiplicador.

   Ainda em 2009, o desejo de atender a um grande e exigente produtor foi o motivador para que isso viesse a acontecer no contexto da Oilema. Missio relata que este consumidor fazia uma estimativa de custo da semente por hectare, o que mudava as variáveis no cálculo, entre elas a forma de quantificar o uso de sementes. Um desses verificadores era o índice de germinação, por meio do qual seria possível quantificar a variação do custo em sementes por hectare.
 

   Essa mudança, entretanto, acarretaria uma estratificação dos níveis de qualidade dos produtos disponíveis na empresa. Algo que não seria um problema: este produtor utilizava em sua planilha de custos uma média de 85% de germinação. No entanto, a qualidade da Oilema permitia uma vantagem competitiva “Somente quando colocamos na mesa a garantia de 95% de germinação, tivemos sinal verde, sem precisar alterar o preço inicial”, rememora o CEO.

   O resultado bem-sucedido desta negociação foi a fonte de inspiração e a coragem para a tomada de decisão de criar e levar um novo produto ao mercado, que foi surpreendente até mesmo no coração da empresa: “Assustou todo mundo em casa”. Dessa maneira, para testar a aceitação, foi decidido que a primeira comercialização seria de um lote limitado, afinal a ideia era atender um nicho consumidor.

   “Foi uma inovação muito fora da curva”, destaca Missio. E, dado esse ineditismo, a divulgação desse material foi realizada, inicialmente, em um corpo-a-corpo com os produtores. Muitos compraram a ideia e adotam o material para suas lavouras até os dias de hoje.

   A repercussão foi grande no mercado sementeiro. A edição de janeiro e fevereiro de 2011 da Revista SEEDnews sublinhou a iniciativa como uma consolidação da Oilema no cenário do setor, pontuando que os atributos diferenciados deste lançamento eram também cercados de outras novidades. Três anos mais tarde, outra entrevista buscou trazer as considerações sobre essa primeira trajetória da linha de produtos, destacando a superação das expectativas, além de evidenciar os marcos provocados pela Supreme.

   Sementes de transformação
   O lançamento da Oilema Supreme desencadeou mudanças substanciais no mercado sementeiro. “Ajudamos a mudar o padrão da semente de soja no Brasil”, pontua Celito Missio. Isso se dá para além da baliza dos 95% de germinação, apesar de essa ser uma conquista que é fruto de muito esforço da equipe e grandes investimentos “Produzir nesse nível não é fácil”.

   Não foi apenas a germinação muito acima dos padrões preconizados o único ponto de ineditismo desse lançamento: não era possível vender uma semente desse calibre como se vendiam as demais, por isso, ao lançar a Supreme, a Oilema também iniciou uma nova forma de comercializar a semente de soja no Brasil; agora os pacotes eram por número de sementes, não por peso. Com um pacote de 200 mil sementes, era possível semear uma área de campo com a garantia de que, no mínimo, 190 mil plantas nasceriam ali.  Quase que em ato contínuo,  adotou-se embalagens contendo 5 milhões de sementes, que foram muito aceitas pelo mercado.

   Além disso, o início das vendas da linha Supreme também foi vivido no advento do tratamento industrial de sementes, procedimento que também era um dos diferenciais do produto ofertado pela Oilema. As sementes chegavam prontas às mãos do agricultor, carregando em si substâncias que auxiliavam no seu desenvolvimento - fungicidas, inseticidas e inoculantes -, na quantidade exata para sua eficácia, sem exigir que isso fosse feito pelo agricultor na fazenda.

   Entretanto, profundas mudanças também foram sentidas no seio da Oilema graças ao esforço para lançar e manter no mercado a linha Supreme. “Ela foi uma inovação disruptiva, que nos ajudou muito como empresa a ter uma conexão com a qualidade”, comenta o CEO.

   Segundo Missio, ao perseguir os índices prometidos pela semente Supreme o padrão dos demais produtos da marca também acabaram sendo beneficiados. Assim, todas as demais sementes comercializadas pela Oilema passaram a ser ofertadas com níveis mínimos de 90% de germinação. Isso se dá, pois toda a produção passa por um rígido processo para originar o que há de melhor no campo. Desde o lançamento, ocorreu uma grande evolução nos processos produtivos, além de investimentos na capacitação da equipe de trabalho. Para acolher adequadamente tudo isso, também a estrutura física da empresa foi profundamente modernizada. “Isso não depende de sorte, depende de propósito”, define o gestor.

    Mas, ao final de tudo, o grande êxito, segundo ele, é ter contribuído com o sucesso do agricultor que planta com as sementes da Oilema, ele, sua família e seus colaboradores: “Fico realizado em ter cumprido essa missão. Nosso prêmio é que ele volte todos os anos”.

   Colhendo novas possibilidades
   Passados esses 15 anos, o balanço feito pela companhia é de que foram tempos de evolução e inovação. “Vencemos como empresa em todos os sentidos”, comemora Celito Missio.

   Do pequeno lote lançado para sentir a temperatura do mercado, hoje cerca de um terço das sementes produzidas pela Oilema tem os atributos necessários para chegar ao mercado com a qualidade Supreme. Essa proporção tem se mantido, apesar do intenso crescimento apresentado pela empresa nesse mesmo período: à época, a Oilema produzia 20% do volume de sementes que produz atualmente.

   No tratamento industrial, além das consagradas opções de inoculantes, fungicidas e inseticidas, novas tecnologias passaram a ser ofertadas ao consumidor: também podem ser acrescentadas ao procedimento substâncias enraizantes e nematicidas.

   Também o portfólio de cultivares oferecido pela Oilema cresceu: são, aproximadamente, 40 variedades comercializadas com a garantia de qualidade. Um desafio é aliar os inúmeros lançamentos trazidos pelos obtentores e os materiais que são consagrados entre os agricultores. “Temos que ter coisas novas, mas, no fim, o agricultor vai comprar o que dá mais resultado para o seu negócio”, pontua Missio.

   Dessa maneira, na outra ponta do sucesso da Oilema Supreme, estão as pessoas que constroem essa história todos os dias: os representantes da empresa promovem um relacionamento diferenciado com os agricultores. O objetivo é levar a seus clientes, além das oportunidades de negócio com a Oilema, informações relevantes sobre boas práticas de produção e até mesmo do mercado do agronegócio. “É comum nosso pessoal ser convidado a tomar cafezinho na cozinha do cliente” conta Celito Missio, com orgulho.

   É por isso que Missio define o cliente Supreme como aquele que percebe de fato o diferencial desse tipo de semente, não apenas pelos atributos de qualidade, mas do custo-benefício em adotar essa categoria superior de sementes.

   Em busca de atender ainda mais essa realidade, cultivares produzidas pelo consórcio Genética Soy, da qual a Oilema faz parte, já estão presentes em milhares de hectares de produção de soja no Brasil. “Dez por cento da nossa produção já é de genética da nossa empresa”, comemora Missio.

   A cada ano, empresas de melhoramento genético apresentam ao mercado novas cultivares, contendo os avanços da biotecnologia, que ampliam as opções e oferecem soluções inovadoras ao agricultor.

   Ao consolidar esse propósito em forma de semente, “Supreme by Oilema” torna-se designação registrada e patenteada. Sob essa marca, são identificadas sementes de soja que alcançam no mínimo 95% de germinação e 90% de vigor - indicador incorporado posteriormente e que reforça o compromisso da linha como uma categoria especial.

  A meta é fazer com que a satisfação dos clientes agricultores os leve a escolher a Supreme pelos próximos anos, conforme prevê Celito Missio: “Ainda temos muita evolução pela frente”.