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AgroBIT Brasil Evolution

Dia 2

Edição XXV | 06 - Nov . 2021
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br
   Durante o segundo e último dia de AgroBIT Brasil Evolution, as pautas continuaram sendo em inovação e tecnologia, olhando para o futuro e, também, vendo o quanto foi conquistado através do apoio a pesquisa e do desenvolvimento de nova soluções que contribuem para um agronegócio ainda mais forte.

Tecnologia x Alta Produtividade nas Culturas

   No principal painel do dia, o debate se deu na importância das novas tecnologias para resultados de altas produtividades nas lavouras. Com cada convidado abordando uma cultura, vamos dar ênfase aqui para soja, milho e trigo. Para tais, os palestrantes escolhidos foram Alvadi Balbinoti (Embrapa Soja), Silvio Sugeta (Semegrão), Giovani Faé (Embrapa Trigo), respectivamente.

Painel Tecnologia x Alta Produtividade nas Culturas SITE.jpg 143.86 KB


    Começando pela soja, Alvadi Balbinoti reiterou a importância da evolução em novas e melhores cultivares, do sistema plantio direto e sistema integrado ILPF, da análise de solo, do tratamento de sementes industrial (TSI), e do controle de insetos e plantas daninhas para a elevação em produtividade média no Brasil.

   Mesmo que a produtividade do país como um todo tenha crescido de maneira satisfatória nas últimas décadas, ainda assim a distinção entre regiões produtoras é notável. Pela extensão do Brasil e a presença da soja tanto no Sul como no Centro-Oeste e Nordeste, as variações ainda permitem prospectar um futuro de ainda mais produção de soja no nosso país, conforme aponta Balbinoti.

Alvadi Balbinoti falou sobre novas tecnologias na produção de soja SITE.jpg 119.85 KB


   Nisso, ele elencou algumas visões de onde podemos encontrar as respostas para gargalos atuais e futuros na produção, sendo eles: bioinsumos, tecnologias digitais, análise de dados para tomada de decisão, genética avançada (OGM, RNAi, edição gênica) e técnicas de manejo para sustentabilidade.
“Pensando em futuro, o aumento da produtividade da soja com rentabilidade e sustentabilidade dos sistemas de produção vai depender cada vez mais de tecnologias inovadoras. O desafio será a adoção destas tecnologias em grande escala por diferentes perfis de produtores”, colocou Balbinoti.

   Sobre trigo, Giovani Faé, reiterou a ligação entre “alta tecnologia – agricultura inteligente – rentabilidade”, onde cada um dos elos é importante para um resultado satisfatório na colheita.
Em relação a genética e aplicação de fungicidas e inseticidas, Faé trouxe dados de estudo da Embrapa Trigo e reforçou que é possível, sim, reduzir aplicações para utilizar somente já na espiga sem perder produtividade. Assim, os custos reduzem e a rentabilidade fica mais elevada.

   Para falar sobre milho, Silvio Sugeta quis dar voz a busca pela rentabilidade das produções aliada nas novas tecnologias que chegam ao mercado, especialmente no caso do milho safrinha.
Nas compras de insumos, por exemplo, o sócio da Semegrão indicou diversos marketplace que estão surgindo no meio do agro. Em questões de produção, a análise de solo e o mapeamento da propriedade aparecem cada vez mais fortes, possibilitando mais conhecimento e mais segurança no manejo da cultura através disso.

Silvio Sugeta coemntou sobre as tecnologias relacionadas ao milho SITE.jpg 131.7 KB


   A alta gama de cultivares em oferta traz diversas oportunidades ao produtor, e uma boa assistência, que leve a escolha de uma semente de qualidade, de alto vigor, acaba se tornando um fator importante. São muitas tecnologias na parte de testes para fazer o controle de qualidade dos lotes de sementes comprados e Silvio enxerga a necessidade de o agricultor manter extremo zelo e acompanhamento para garantir que sua semente carregue as qualidades física, fisiológica, genética e sanitária.

Novas tecnologias no manejo de plantas daninhas
   
   Caio Carbonari, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD), foi o convidado para tratar das novas tecnologias utilizadas para manejar as plantas daninhas nos cultivos.

   Dentro do debate atual, a crescente resistência de plantas daninhas a herbicidas – principalmente o glifosato – vem garantindo preocupação do setor, ainda mais se considerar o glifosato como parte primordial da agricultura brasileira. Essa cada vez maior resistência se reflete em mais custos de produção ao agricultor.

Caio Carbonari tratou sobre as novidades no manejo de plantas daninhas SITE.jpg 165.47 KB


   Segundo Carbonari, o grande desafio está na melhor utilização dos herbicidas já presentes no mercado, visto que não é tão grande a taxa de chegada de novos produtos ao mercado. Nisso, segundo o vice-presidente da SBCPD se encontram muitas das novas soluções e tecnologias, buscando preservar e aproveitar as ações de controle dos herbicidas já conhecidos em contextos diferentes, pensando em novas práticas de manejo. Ainda, Carbonari vê na detecção de plantas daninhas por imagem e processamento de dados boas perspectivas para otimizar a aplicação de herbicidas nas lavouras.

Bioinsumos da produção à aplicação

   Para falar sobre Bioinsumos no AgroBIT Brasil Evolution, os professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Jerson Guedes e Walter Boller, foram os convidados. Com a recente alta nos números de registros de bioinsumos e sua inegável importância para o futuro da produção agrícola, a discussão é mais do que pertinente.

Walter Boller (esq) e Jerson Guedes (dir) trouxeram perspectivas sobre bioinsumos SITE.jpg 193.45 KB


   Apesar de uma aparente simplicidade, lembra Guedes, existe muita ciência por trás, muita pesquisa. Depende da identificação de novos organismos, avaliações in vitro, aumento de rendimento do ativo biológico, desenvolvimento de processos de controle de qualidade, avaliações de desempenho e qualidade, entre outros, para que se possa passar a testes de campo e os ajustes finais e, enfim, seja feita a análise de segurança e o registro para sua utilização.

Mulheres do Agro: Tecnologia, Inovações e Sororidade

   A liderança de mulheres dentro do agronegócio já é uma realidade. Seja na pesquisa, na produção, dentro de empresas, laboratórios de sementes, gestão, enfim. Tentando abordar todas estas áreas, o AgroBIT convidou 5 para o bate-papo: Andrea Cordeiro (Mulheres do Agronegócio Brasil), Carla Rossato (Produtora Rural), Sônia Bonato (Produtora Rural), Roberta Paffaro (Bolsa de Chicago | CME Group) e Aretuza Negri (Ela é do Agro).

Painel Mulheres do Agro foi um dos destaques do segundo dia do AgroBIT SITE.jpg 155.39 KB


   Quando questionada sobre a principal mudança que vê no setor pela inovação, Roberta Paffaro citou o número crescente de startups como uma boa métrica para perceber como a inovação tem transformado o setor. “Em 2012 eram 10 agtechs e hoje são quase 300. Esse processo foi acelerando e o mercado está se adaptando a isso, a essa interconectividade trazida nessa nova realidade tecnológica que estamos vivendo. Acredito que estamos em um momento de ‘ponte’, onde se olharmos para trás vemos muitas mudanças, desde já, mas daqui a alguns anos estas serão ainda maiores”, disse.

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