Mapa de Sementes do Brasil

Sistema reúne informações sobre produtores, coletores, laboratórios, redes e programas; pode auxiliar na formulação de políticas públicas e contribuir para preservação de espécies nativas

Edição XXV | 03 - Mai . 2021
   Essenciais na recuperação de áreas degradadas e no manejo florestal, produtores e coletores de sementes do País estão se tornando mais “visíveis” com a criação do Mapa de Sementes do Brasil, a maior plataforma brasileira de sementes nativas.

   Pouco se conhece ainda sobre quem são e onde estão os que se dedicam à atividade, o que pode deixá-los de fora das estatísticas e do sistema nacional de regulamentação.

   Desde que foi criado em 2018, o mapeamento já reuniu informações de 1051 produtores e coletores, 156 pesquisadores, 21 laboratórios de pesquisas e oito redes e programas.
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   Organizado pela ABRATES
   O Mapa de Sementes é organizado pelo Comitê Técnico de Sementes Florestais da ABRATES. Criado em 1984, o comitê visa auxiliar no desenvolvimento científico e tecnológico do setor de sementes florestais. 

   A reunião das informações possibilita aproximar os diferentes atores da cadeia de restauração. Por exemplo, aqueles que querem restaurar matas ciliares ou encostas e morros de suas propriedades e que querem semear por meio da semeadura direta, necessitam do contato dos coletores e ou produtores de sementes regionais para a aquisição ou serviço de coleta das sementes das espécies nativas da região. Os próprios produtores de mudas, às vezes, precisam adquirir sementes. A proposta é viabilizar esses diferentes contatos para uma melhor articulação. 

   Além de uma fonte de renda, a produção e coleta de sementes de espécies nativas contribui para a recuperação de áreas degradadas. Esses trabalhadores estão espalhados por regiões com diferentes biomas como Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado.

   O trabalho desses produtores e coletores é fundamental na preservação das espécies nativas

   O número de produtores e coletores cadastrados no Mapa de Sementes é significativo, mas poderá ser maior, pois não se tem um parâmetro para dizer ainda quantos devem ser os produtores e coletores de sementes no Brasil. Os produtores se inscrevem no site do MAPA, enquanto os coletores se cadastram através de um formulário, que consta na Instrução Normativa número 17, de 2017. Não se consegue informações dos coletores com essa mesma facilidade, via MAPA, porque estão nas superintendências em arquivos de papel e não em formato digital. 

   Os coletores têm o domínio da riqueza de informações locais, onde vivem e coletam as sementes, o que é importante para a recuperação e preservação florestal.

   Quando não se tem coletores e produtores conhecidos na região é preciso trazer sementes de espécies de localidades diferentes do país, podendo ser que essas sejam regiões bioclimáticas diferentes e as espécies não sejam adequadas para o reflorestamento com nativas. A biodiversidade não é só o número de espécies, mas também a variabilidade genética, que ocorre nos indivíduos da própria espécie. 

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