Ensino e pesquisa merecem mais atenção no Brasil

Informe publicitário

Edição XXVI | 06 - Nov . 2022
    A avaliação foi um dos destaques no segundo dia do CBSementes 2022

   
Não é uma fácil resposta e é quase um dilema avaliar qual o cenário do ensino e da pesquisa em ciência no Brasil.  A professora da Universidade Federal de Lavras (UFLA), doutora Édila Villela Von Pinho, é taxativa: “O cenário merece cuidado. É o momento de um olhar atento. É preciso seriedade e compromisso com a formação do estudante, desde a graduação, passando pelo mestrado e doutorado”. 

    Édila proferiu a palestra “Ensino e pesquisa em ciência e tecnologia de sementes” no 21º Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes). O evento aconteceu em setembro, em Curitiba. A realização foi da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates). 

    O painel realizado no último CBSementes foi moderado pela doutora Denise Cunha Fernandes Santos Dias, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Entre os debatedores, estiveram o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), Gladir Tomazetti, o diretor da revista SEEDnews, Silmar Peske, e o doutor Geraldo Berger, da Bayer.

    O número de estudantes brasileiros orientados por doutores é pequeno, já que a proporção desses titulados é algo em torno de 10 por 100 mil habitantes. É um resultado tímido comparado a países como a Suíça, que lidera o ranking com cerca de 50 a 60 doutores por 100 mil habitantes. 

    “É comprovado que investir em ciência e ensino de qualidade é o caminho para o desenvolvimento de qualquer país. Os dados estão aí. Em trabalhos recentes, há uma correlação altamente positiva e direta entre o desenvolvimento dos países e o investimento em ensino e pesquisa de qualidade”, ressaltou a professora. 

    Édila destacou ainda que é preciso fazer uma gestão de estado do ensino e da pesquisa. Acrescentou que enquanto estivermos pensando em todos os níveis gestões que não são de governo, sempre haverá gargalos. 

    A palestrante apontou também muitos desafios que precisam ser superados para aproximar a academia do mercado. “O que tem acontecido, e é uma preocupação de quem está à frente dos programas de pós-graduação, é aproximar a academia cada vez mais do setor produtivo. Quando a gente fala aproximar mais do setor produtivo, é de desenvolver e transferir tecnologias para atender a demanda da sociedade. Qualquer resultado nosso tem que focar na qualidade de vida de uma população”, afirmou a professora. 

    O tradicional CBSementes é um dos vetores da Abrates de disseminação de conhecimento, contribuindo para a formação acadêmica e profissional do agronegócio sementeiro.

    O presidente da associação, Fernando Henning, acrescentou que a entidade mantém uma grade de cursos presenciais e online, além de uma loja virtual com um acervo relevante para os que buscam formação na área de sementes.
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