O ano de 2021 encerrou e os produtores de sementes de soja estão preparados para a próxima safra, o ciclo 2022/23 promete desafios e planejamentos no setor. Para tratar sobre estes pontos específicos da produção a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), que representa cerca de 50% das sementes de soja produzidas no Brasil, contou com representantes que apontaram as expectativas e cenários em algumas regiões do país.
“Com expectativas positivas acreditamos que os maiores desafios estarão na otimização de suprimentos que tiveram altas excessivas, (fertilizantes, combustíveis e defensivos) para ajustar a precificação adequada da semente, buscando sempre uma posição satisfatória para nossos clientes e mantendo a sustentabilidade”, avaliou o agrônomo Waldemar Lopes Peixoto Junior, representante da região centro-oeste.
Quanto às prospecções de mercado e tipos de cultivares, na região sul acredita-se que haverá um aumento na demanda por sementes certificadas. “Uma parte nesse momento deverá ocorrer pelo aumento da área cultivada de soja e a outra parte pela segurança da semente de qualidade. Afinal, o produtor que nos últimos anos passou a fazer o uso de sementes certificadas percebeu esse acréscimo de produtividade e com isso acreditamos no crescimento da procura por sementes de boa procedência”, destacou Álvaro Motta Neto, responsável por setor de desenvolvimento de mercado.
“O melhoramento genético é cíclico, varia de região para região. Essas prospecções de mercado são responsáveis pela baliza do nosso comercial e de diretrizes de produção, pois sempre chega uma nova biotecnologia cabendo a nós o papel de filtrar esses materiais para ajudar o produtor a tomar a decisão mais acertada” concluiu o agrônomo Auleeber Adriano dos Santos, representante da região sudeste.
As diferentes tecnologias e mão de obra são investimentos constantes para garantir aos agricultores uma lavoura de sucesso. “Nossa busca principal são profissionais qualificados e preparados, outro grande investimento é nas Unidades de Beneficiamento de Sementes (UBS) onde cada vez mais a tecnologia e inovação estão presentes. O que contribuí na valorização do produto ofertado, pois há produtores que de certa forma pagam mais pelo diferencial que é empregado na semente”, informou Álvaro.
“Estamos sempre em busca de novas tecnologias, sejam elas em novas cultivares mais adaptadas e mais produtivas, novas biotecnologias e soluções em tratamentos de sementes com maior controle e flexibilidade de plantio. Este trabalho é fruto de muita pesquisa e desenvolvimento no campo, avaliando sanidade e produtividade dos materiais”, enfatizou Waldemar.
“Estamos há três anos em parceria com uma startup inglesa que possui um sistema de controle de qualidade de produção de batatas e nós estamos trazendo isso para o mercado de semente de soja. Na intenção de tomar decisão mais acertada com relação a matéria prima, ao campo de semente e quanto a época de colheita”, apontou Auleeber.
A variabilidade climática e de vegetação no vasto território brasileiro tem provocado efeitos na produtividade, fatores que exigem dos produtores de sementes de soja investimentos e cuidados para garantir maior qualidade e rentabilidade.
“Temos feito alguns investimentos para mitigar riscos. Estrategicamente temos diversificado a produção em áreas geográficas bem distintas, dessa forma se tiver algum sinal de mudança climática extrema não seremos afetados em área total”, finalizou Auleeber.