Girassol Agrícola:

Tecnologia e sustentabilidade no passado, presente e futuro

Edição XXVI | 01 - Jan . 2022
Jessé Xavier Kruguer-redacao@seednews.inf.br
    O nome Girassol Agrícola carrega consigo história e grande participação no negócio de sementes brasileiro. Completando 40 anos de sua fundação, a expectativa da empresa é continuar carregando o legado de seu fundador, Gilberto Goellner, deixando sua marca na produção de sementes e contribuindo cada vez mais com o agronegócio e os produtores rurais.

    A diretora executiva, Neusa Lopes, e o gerente de produção de sementes, Winícius Menegaz, conversaram com a SEEDnews para compartilhar um pouco sobre as conquistas da Girassol Agrícola nestas quatro décadas de atuação, bem como acerca dos planos e investimentos da empresa para os próximos anos.


   
Mantendo um legado
    Quatro décadas de atuação no setor de sementes brasileiro não podem ser enxergados de outra maneira: há muita história construída. Quando Gilberto Goellner se estabeleceu na Serra da Petrovina, no Mato Grosso, e começou a Girassol, a profissionalização do setor ainda engatinhava. Mas, com sua chegada, Goellner trouxe consigo seu viés empreendedor e começou a contribuir diretamente para o panorama da produção agrícola que vemos hoje no bioma Cerrado.

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    Além de levar sementes de qualidade aos agricultores, o nome da Girassol Agrícola também está diretamente conectado com diversas associações que trabalham para o bom desenvolvimento do setor sementeiro e do agronegócio em geral. A Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso (Aprosmat), a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM), a Fundação MT, todas estas têm em comum a importante participação de Gilberto Goellner nos seus desenvolvimentos. Também, impossível não citar a TMG - Tropical Melhoramento & Genética, empresa líder em genética e tecnologia, que teve iniciativa com as principais sementeiras do Brasil, com destaque para a Girassol Agrícola, que hoje é a principal acionista da TMG.

    A Girassol Agrícola chega aos 40 anos com muita honradez, levando consigo toda a história construída até aqui, tudo o que foi feito nestes 40 anos. Somos pioneiros no negócio de sementes, seja em pesquisa, seja em busca de soluções genéticas para viabilizar as culturas no Cerrado. O DNA do seu fundador, Gilberto Goellner, que está presente nestas quatro décadas, é de empreendedorismo em vários segmentos, pesquisa, político, empresarial. A visão sempre foi a de trazer solução para o negócio”, comenta a diretora executiva Neusa Lopes.

     Nessa visão, hoje a Girassol está totalmente consolidada no negócio de sementes, contando com produção em quatro estados – Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais e Goiás – e acessando o mercado de forma comercial nos 11 estados do Cerrado (contando o Distrito Federal), levando ao agricultor soluções diferenciadas em cultivares de soja e algodão. Além disso, a empresa também está entrando forte no mercado de sementes de milho.


    "Nosso objetivo é que quando tenha a oportunidade de colher uma boa semente a campo, que também se retire um volume grande, pois se tratando de semente o “time” é fundamental"


   
    Só em soja são mais de 20 cultivares à disposição para a escolha do produtor, com parceiros de genética como TMG, BRASMAX, DONMARIO e Bayer. “Conseguimos atender nosso cliente com um portfólio que vai de um grupo de maturação de 6.8 até 8.6, ou seja, uma grande amplitude de cultivares”, comenta o gerente de produção de sementes Winícius Menegaz. “Temos cultivares com foco em agricultores que buscam fazer safrinha de algodão no Mato Grosso ou até para quem busca plantar uma área nova com ciclo mais longo Maranhão. Acima de tudo, a estratégia da marca Girassol, além de atender a demanda atual referente a ciclo, é de buscar sempre materiais que carregam por si potencial produtivo, pois é isso que sustenta no final das contas” reitera.

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     Para construir um portfólio de cultivares que trarão rentabilidade ao produtor rural na hora da colheita, a Girassol Agrícola mantém uma estreita relação com seus obtentores, inclusive com pesquisas conduzidas dentro das suas unidades. Os materiais que são lançados aos sementeiros, geralmente, já têm de dois a quatro anos de testes nos campos da Girassol. Este processo facilita na percepção de posicionamento de cada cultivar, ajudando a saber em qual localidade determinado material trará máximo potencial de aproveitamento.

     Nas avaliações a campo, às cultivares novas que obtiverem melhores resultados tanto em potencial quanto em características desejáveis como tolerância a doenças ou nematoides, e forem superiores a cultivares já presentes no mercado, são selecionadas pela empresa para multiplicar o material comercialmente.

    Para fazer com que as sementes cheguem aos clientes, a Girassol conta com uma equipe de vendas bem robusta, tendo representantes em todos os estados do Cerrado. Dia de campo, eventos direcionados e assistência técnica personalizada são algumas diretrizes implantadas para que o atendimento ao cliente aconteça da melhor maneira possível, sendo o pós-venda uma área de grande atenção da empresa.

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    Lidar com um negócio grande como este construído pela Girassol envolve extrema responsabilidade e capacitação profissional. Em busca disso, a empresa realizou seu processo de sucessão e gestão profissionalizada. No caso da Girassol, o fundador Gilberto Goellner participa como Presidente do Conselho Administrativo, que é formado pela família e outros conselheiros externos, sendo responsáveis pelo pensamento estratégico da empresa. A gestão profissional fica, então, a cargo de tocar o negócio, parte esta que é liderada por Neusa Lopes desde 2018, atuando no cargo de diretora executiva.

    Questões de sucessão e governança nunca são simples, porém, para manter o negócio evoluindo e caminhando de maneira profissional e responsável, é um passo primordial. Ao chegar aos 40 anos de história, as lideranças da Girassol Agrícola enxergam uma transformação no negócio de sementes brasileiro, onde a profissionalização será um requisito. E para manter o alto patamar da empresa, planejamento estratégico e ações pensando nesse futuro já estão a todo vapor.

    Construindo o futuro
    O alvo da Girassol é ousado: ser a melhor sementeira. O objetivo traçado ecoa por todos os corredores e colaboradores da empresa, e, conforme conta Winícius Menegaz, está lastreado em três pilares: investimento, pessoas e processos.

    “A Girassol decidiu focar na excelência, o que no mundo sementeiro nada mais é que montar estratégias a fim de entregar a semente de mais alta qualidade ao agricultor, não deixando de lado todo pacote tecnológico e posicionamento comercial bem embasado com informações de controle de qualidade das sementes”, comenta o gerente de produção de sementes.

    Na parte de investimento, mais de R$ 50 milhões foram injetados neste último ano, buscando trazer a atualização necessária nas estruturas da Girassol para potencializar ainda mais sua produção de sementes. O grande destaque deste montante é o novo Complexo Industrial de Sementes da empresa, localizado no município de Pedra Preta-MT. O complexo, inaugurado em janeiro do presente ano, é totalmente automatizado e conta com uma nova Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) com o que há de mais tecnológico no setor.

    Percebendo uma mudança na demanda dos clientes, o que a Girassol espera é revolucionar seu negócio a partir das novas tecnologias implantadas por todo o novo complexo, automatizando desde a moega de recepção até o ensaque. “100% desse fluxo é definido de forma automatizada, com o operador tendo todo poder de decisão via softwares e tablets. Toda atividade gerencial da unidade é feita via sistema, reduzindo a intervenção humana no processo operacional, minimizando assim a possibilidade de erros”, explica Menegaz.

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     A nova estrutura teve como foco sanar questões pendentes no processo de indústria e maximizar a qualidade do produto final. Exemplo disso é o da nova moega escolhida. Segundo Winícius conta, são quatro moegas independentes, pensadas exclusivamente em não ter semente retida (super-autolimpante) e, principalmente, não gerar dano mecânico algum, visto que nela não é possível parar semente em sua superfície. “É um pequeno detalhe, mas que faz toda a diferença”, reitera.

     Outro grande ponto de melhoria é quanto a taxa de aeração dos silos, com a empresa optando por uma taxa de 0,4 mⷥ/min/t, ou seja, o dobro do padrão de mercado utilizado. Assim, esperando gerar melhores resultados devido a rapidez de aeração promovida, consequentemente, melhorando a conservação da qualidade. Da mesma maneira, o processo de secagem foi desenvolvido com secadores específicos para sementes que causam mínimo dano mecânico.

    Falando propriamente da UBS, a empresa definiu “eficiência” como a alma do novo empreendimento, optando por equipamentos de empresas consolidadas no mercado, trazendo o que há de melhor no mundo para a linha de beneficiamento da Girassol.

     Esta eficiência não se remete somente à equipamentos, mas também nas métricas da UBS em geral. A Girassol investiu pesado para colocar balanças de fluxo automatizadas na fita de entrada e nas mesas densimétricas, em busca de mensurar precisamente o quanto está entrando na UBS e o quanto está sendo beneficiado. Assim, poderá se saber exatamente qual a eficiência daquele material que se encontra no processo de beneficiamento, garantindo dados que podem auxiliar na melhoria contínua do beneficiamento de sementes, não somente na safra atual, mas consequentemente nas safras seguintes, visto a análise de dados que pode ser correlacionada aos diferentes fatores de produção.

    A precisão no número de sementes dentro do bag de 5 milhões também foi tema importante nessa reestruturação. Foi utilizado um de sistema de contagem de sementes de ultra velocidade e de alta precisão na linha de beneficiamento. Isso foi possível com auxílio de um coletor automatizado de amostras desenvolvido exclusivamente para este projeto, onde assim, de forma automatizada, é possível ter controle seguro do número exato de sementes em cada bag ensacado. 

    Se tratando de resfriamento, a proposta do complexo é promover o resfriamento antecipado das sementes, desde os silos até a UBS de sementes. O objetivo é garantir a conservação da qualidade das semetnes ao longo do processo de forma antecipada ao armazenamento.

    Por fim, completando o ciclo da semente dentro do complexo, uma reestruturação no setor de Tratamento de Sementes Industrial (TSI) também vai acontecer. A empresa está criando um Centro de Tratamento de Sementes Industrial, com previsão de já estar em atuação no mês de junho, possibilitando assim o tratamento de sementes da próxima safra.

    Em números, o novo complexo pode receber mais de 50 mil sacos de sementes por dia, tendo capacidade de secar e beneficiar 20 mil scs/dia e armazenar em silos de espera 130 mil sacos, uma excelente capacidade. “Nosso objetivo é que quando tenha a oportunidade de colher uma boa semente a campo, que também se retire um volume grande, pois se tratando de semente o “time” é fundamental. Poderíamos até fazer mais sementes, sem mesmo investir, mas tomamos a decisão de aumentar a estrutura a fim de escolher melhor as janelas para produção. Ou seja, foco na qualidade”, afirma Menegaz.

    O grande investimento em equipamentos e processos de pós-colheita não exclui o cuidado contínuo que a Girassol tem com a produção de sementes no campo. Fazer semente é uma arte e é necessário um campo bem conduzido, um manejo de qualidade. Por isso que, além dos investimentos em estrutura, o foco da Girassol para o futuro também está em pessoas, trabalhando para capacitar seus colaboradores, e nos seus processos, unificando tudo em um objetivo: atender seus clientes da melhor maneira possível.
A meta de ser a melhor sementeira continuará guiando a Girassol Agrícola pelos próximos anos, se atentando sempre ao que se pode evoluir, tanto em termos de portfólio de cultivares, como em estrutura física, venda e pós-venda. Conforme a diretora executiva Neusa Lopes aponta, mais novidades podem ser vistas no médio prazo da empresa, ao mesmo tempo que a posição desejada pela Girassol é cada vez mais consolidada.

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    “Como já coloquei, não temos a intenção de ser a maior, mas sim a melhor sementeira do mercado. Então, esperamos consolidar essa nossa posição nos próximos quatro anos, sendo a sementeira que entrega solução, tecnologia e inovação para o agricultor. E trazer também essa percepção externa de ser a melhor sementeira do Cerrado para o negócio”, reitera.

     Para uma empresa bem estabelecida, com planejamento estratégico, foco bem definido e contínuo investimento em novas soluções, a expectativa não é outra além da construção de um caminho de ainda mais sucesso para a Girassol Agrícola. “Tem muita coisa boa para os próximos 40 anos”, encerra Neusa. 
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