Sementes de soja desafios e perspectivas para 2021

Informe Publicitário

Edição XXV | 01 - Jan . 2021
   Os produtores de sementes de soja finalizaram o ano de 2020 em meio a cenários financeiros, climáticos e de mercado que exigem planejamento e estratégia para os desafios e perspectivas esperados para 2021.

    Em entrevista, o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), Gladir Tomazelli, e o consultor da associação, Lars Schobinger, trataram sobre alguns pontos importantes que irão influenciar na realidade do setor neste novo ano.

   1. Como você vê os cenários de câmbio que podemos enfrentar em 2021? Quais os impactos e desafios que o câmbio proporcionará para a produção de sementes e para a cadeia de soja?
    Um risco cambial possível de ocorrer é a desvalorização do câmbio e automaticamente a desvalorização dos produtos. Uma vez que todos os insumos, todos os custos da produção de sementes de soja, da lavoura em andamento, para a próxima produção de sementes, sejam assumidos em um câmbio alto, acima de cinco e meio.  Isso provocaria consequentemente uma desvalorização do preço da produção, seja da soja, da indústria ou da semente. Este é um desafio que considero importante.

    2. Como o atual cenário climático está afetando a produção de sementes e o mercado? Isso afetará a próxima safra? Como?
    O atraso das chuvas provocou um atraso do plantio, de maneira geral as principais regiões produtoras do país sofreram esta demora e uma concentração do plantio.  Acredito que o impacto dessa concentração é até pior porque teremos um período muito curto de colheita e isso poderá influenciar na diminuição do volume de sementes produzidas. Então, há uma tendência de não haver possibilidade de cumprir com relação ao volume de sementes produzidas em 2021.

    3. Existe no mercado sinalizações de elevada demanda por milho em função da China como forte compradora. Isso impacta como, em sua visão, o mercado de soja e como impactará a produção de sementes de soja?
    Não creio em uma redução de área de soja, ou substituição de área de soja por milho. Creio que haverá uma demanda muito mais forte por cultivares de soja de ciclo mais curto que possibilitem o plantio de milho na segunda safra. A não ser na região sul onde existe um clima propício para o milho de primeira safra. Mesmo assim, não acredito no impacto de mercado.

    4. Que mudanças você percebe na cadeia da soja em termos de geração de valor? Sementeiros e distribuidores têm investido em iniciativas para aumentar o valor de suas ofertas? Como tem sido esse esforço?
     Tenho observado que a cadeia de produtores de sementes não consegue repassar para o mercado a valorização que têm as commodities. Ou seja, a semente não está acompanhando o preço do grão em função de uma alta carga de valores elevados de royalties. Isso faz com que o valor total da semente, somando germoplasma mais royalties, seja um valor muito expressivo para o agricultor. Assim, o sementeiro tem dificuldade em repassar o preço do germoplasma, o aumento do preço da soja, para os seus clientes.
     O benefício disso é que a cadeia como um todo gera valor porque todos os produtores estão em busca de inovação, das melhores cultivares, de tecnologias que possam oferecer aos clientes as melhores performances e sementes de qualidade. Esse esforço proporciona o valor que a semente tem.

    5. Existem várias fintechs inovando nas soluções de ofertas de crédito? Essas soluções já impactam o mercado? Como? Há ganhos para o setor?
    O mercado de crédito está passando por mudanças, como o Fundo de Aval Fraterno, e outras soluções modernas, oriundas de inteligência financeira via modelagens, big data e ferramentas digitais. Essas mudanças começam a chegar às empresas do setor e a grandes produtores. Em breve irão também abastecer médios e pequenos agricultores. Os ganhos são evidentes, custo menor do capital, mais acesso a recursos e dinheiro na mão do produtor para comprar melhor.
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    SOBRE A ABRASS
    A Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja foi fundada em 2012 com o objetivo de congregar em uma Entidade de classe os multiplicadores de sementes de soja de todo o Brasil, criando um ambiente institucional e multidisciplinar que fortalece a produção, valoriza a atividade e seu produto final, revertendo benefícios para toda a cadeia produtiva da soja.

    A ABRASS tem sede em Brasília/DF e atua em prol das boas práticas na produção de sementes, regulamentação jurídica, marcos legais, difusão de produtos que levem competitividade ao agricultor, aperfeiçoamento de instrumentos de políticas públicas e outras frentes de desenvolvimento da cadeia produtiva.

    O maior patrimônio da ABRASS reside em seu corpo de associados, distribuídos por 11 estados e no Distrito Federal, representando mais de 50% da produção de sementes de soja do país.

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    Você, produtor de sementes de soja interessado em unir força e ajudar a construir soluções e novas ideias para o setor, seja um associado ABRASS. Venha conhecer os objetivos e as frentes de trabalho da Associação.  
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