Safra à vista! o que tem de novo por aí?

Informe publicitário

Edição XXVII | 05 - Set . 2023
   Às vésperas de mais um plantio, produtores se movimentam para definir a compra dos insumos. A escolha da semente é um dos maiores desafios, diante de tantas opções no mercado. Para esta safra foram disponibilizadas mais de 200 cultivares adaptadas para todos os estados do Brasil, o que permite o máximo aproveitamento das condições de cada região.

   A produção de soja nos 45 milhões de hectares estimados para a safra 2023/24 deve atingir 163,5 milhões de toneladas, 2,5% a mais que no ciclo anterior. A expectativa positiva se dá por uma série de fatores, um deles é o potencial produtivo das sementes disponibilizadas. Além de possibilitar maiores rendimentos, as novas cultivares, testadas e aprovadas, são mais resistentes a pragas, doenças e aos efeitos climáticos, como o excesso de chuva ou a seca. As sementes adaptadas a diferentes ambientes e condições de cultivo possibilitam o aumento na produtividade.

   Com tantas opções, vem a pergunta: Qual é a cultivar mais indicada?

   Felipe Ridolfo Lucio, líder de Marketing Enlist-Cerrado da Corteva, diz que é preciso levar em conta a região de cultivo, o nível de fertilidade do solo, as pragas e ervas daninhas presentes naquela área e, claro, buscar sementes com boa produtividade. O diretor dos negócios de Soja e Algodão da Bayer, Fernando Prudente, recomenda que além de selecionar materiais adaptados para a região do plantio, é importante não usar uma cultivar apenas em toda a propriedade. “O ideal é escalonar o plantio escolhendo ciclos diferentes e características complementares, permitindo que a colheita também aconteça de maneira parcial minimizando a possibilidade de um problema afetar toda a produção”, ressalta. 

   Há quase 20 anos, o Brasil investe em biotecnologia para melhorar as condições de manejo das lavouras e garantir maiores produtividades e uma melhor qualidade da soja produzida no país. Desde que surgiram as primeiras sementes geneticamente modificadas, em 2005, centenas de novas cultivares chegaram ao mercado com tecnologias cada vez mais avançadas.

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   As primeiras sementes com biotecnologia eram resistentes apenas a herbicidas, depois vieram variedades resistentes a herbicidas e a uma espécie de insetos e agora vêm ganhando mercado as sementes resistentes a um número maior de herbicidas e insetos. Na última safra, 4,5% das lavouras de soja já foram formadas a partir dessa última tecnologia. As sementes resistentes a herbicidas e apenas uma variedade de insetos ocuparam a maior área, 86% das plantações. Em 7,7% do cultivo, os agricultores optaram pela soja que é resistente somente a herbicidas e em aproximadamente 1,6% das áreas os produtores mantiveram o cultivo da soja convencional.

   Novas Tecnologias
   Outras novas tecnologias já foram liberadas pela CTNBio, a Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia, e devem chegar ao mercado nos próximos anos. O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, diz que já estão sendo testadas variedades transgênicas resistentes a nematóides, ferrugem e com alta tolerância à seca. E várias outras, ainda em desenvolvimento, buscam garantir um aumento ainda maior da produtividade e da qualidade da proteína e do óleo de soja.

   “É um quebra-cabeça que vai ficar ainda mais complicado, cada vez mais técnico, e o produtor vai precisar de muito mais conhecimento para escolher, e as empresas terão que ajudá-lo nessa escolha”, completa o pesquisador da Embrapa Soja, Adeney Bueno.

   O papel da ABRASS
   A ABRASS, por meio dos seus multiplicadores, consegue suprir o mercado com sementes de soja de alta qualidade refletindo nos números sempre crescentes de produção e de produtividade. O papel do produtor de sementes tem sido fundamental. Manoela Bertagnolli, produtora de sementes e associada da ABRASS, explica que “o multiplicador  já fez a análise, em campo, do desempenho de cada variedade disponível no mercado e tem uma amostragem de resultados que podem ajudar o agricultor na escolha da variedade”.  

   O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), Gladir Tomazelli, explica que além de escolher uma semente de  qualidade, com todo o valor agregado, o agricultor precisa estar atento a alguns  cuidados: “o transporte de longas distâncias e em temperaturas elevadas, o armazenamento em locais adequados para preservar a qualidade da semente, e a recomendação é que ela não permaneça armazenada por muito tempo. Também é indispensável fazer o plantio na época mais adequada para as cultivares e que o plantio se dê com solo na umidade ideal, para que o agricultor tenha uma lavoura uniforme, fazendo jus ao investimento no grande valor agregado à semente que vai retornar com produtividade e rentabilidade para ele”, finaliza.

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