A busca por desvendar o DNA das plantas é foco central de muitas pesquisas. Por meio do conhecimento das informações genéticas é possível realizar o melhoramento de características agronômicas importantes. Alguns exemplos são gerar plantas mais tolerantes às mudanças climáticas, resistentes a patógenos e a insetos praga, além de permitir a geração de plantas mais produtivas, com maior qualidade nutricional e com mais tempo de prateleira.
Entretanto, com os avanços constantes nas tecnologias para sequenciamento de DNA, o volume de informações disponíveis é absurdamente grande, sendo que para armazenar e disponibilizar esses dados é fundamental que eles estejam depositados em bancos de dados de livre e fácil acesso. Essas plataformas organizam os dados, etiquetam e deixam as informações intuitivas. Por isso, esses bancos podem analogicamente ser considerados enormes bibliotecas gênicas.
Um dos bancos de dados gênicos mais populares para diferentes áreas do conhecimento é o Genebank, do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia (NCBI), localizado nos Estados Unidos. Esse banco foi criado em 1982 e sua missão é desenvolver novas tecnologias de informação para auxiliar a compreensão de processos moleculares e genéticos de diversas espécies. O NCBI é encarregado de criar sistemas automatizados para armazenar e analisar conhecimento sobre biologia molecular, bioquímica e genética; facilitar o uso de bancos de dados e softwares linkados a ele pela comunidade científica; coordenar esforços para reunir informações sobre biotecnologia em nível global, além de viabilizar pesquisas em métodos avançados de processamento de informações, baseados em computador, para analisar a estrutura e a função de moléculas biologicamente importantes. Qualquer dado novo que seja gerado por trabalhos científicos deve ser depositado no NCBI ou em outros bancos específicos para cada metodologia e tipo de organismo, a partir do qual a pesquisa foi realizada.
Outro banco de dados bastante popular, entretanto, específico para plantas, é o Phytozome. Trata-se de um portal de genômica comparativa de plantas do Joint Genome Institute - JGI do Departamento de Energia dos Estados Unidos, que permite acessar, visualizar e analisar genomas de plantas sequenciados, além de integrar recursos de anotação gênica e análises comparativas. O Phytozome hospeda 261 genomas montados e anotados, entre eles os de crops importantes para o agronegócio como soja, milho, arroz, entre outras. É um banco linkado a outros bancos genéticos, inclusive ao NCBI, de forma a permitir a caracterização do gene em níveis de expressão, correlação com outros genes, características proteicas, ancestralidade, família gênica, vias metabólicas, ontologia com outras espécies, garantindo a quem acessa esses bancos uma caracterização completa do gene de interesse.
Por meio desses bancos as informações genéticas são disponibilizadas de forma gratuita, sendo fundamental para viabilizar estudos genéticos em pequena e larga escala. Assim, os bancos de dados gênicos são ferramentas importantes que auxiliam a seleção de alvos promissores para o melhoramento genéticos de diversas espécies de plantas, além de tornar a ciência facilmente acessível para qualquer público. Cabe ainda enfatizar que milhares de sequências genéticas são depositadas diariamente nesses bancos de dados gratuitos, cujo compartilhamento de dados têm possibilitado desenvolver soluções inovadoras com benefícios aos diversos setores da sociedade.