A semente não é só uma importante matéria-prima do setor, ela tem o poder de ajudar a impulsionar a sustentabilidade do agronegócio
A ciência que uma semente carrega pode ser a solução para a sustentabilidade do agronegócio. A cada novo lançamento de uma cultivar, o ganho não é só dos agricultores, mas também de toda uma população e o meio ambiente. Ela possibilita maior produtividade, sem a necessidade de desmatar para aumentar a área de cultivo. Pode ainda ser mais resistente, reduzindo o uso de defensivo agrícola. Por isso, especialistas do setor afirmam que o desenvolvimento das cultivares pode ajudar o principal setor da economia brasileira não só a crescer, mas prosperar com responsabilidade ambiental.
“Quando lançamos uma cultivar com ciclos menores, mais produtiva e com o pacote fitossanitário relevante de resistência às pragas e doenças, estamos, por consequência, reduzindo o uso drástico de água, o uso de defensivo agrícola e liberando essas áreas para o segundo cultivo que gerará uma maior fonte de receita ao agronegócio”, disse Mário Carvalho, CEO da Seedcorp, em entrevista à CNN.
A importância de uma semente de qualidade nas lavouras também está sendo mais reconhecida pelos agricultores. De acordo com José Américo Pierre Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM), houve um incremento na taxa de utilização de sementes de soja (percentual de sementes legais utilizada), que saltou de 67%, em 2020, para cerca de 75% da área plantada em 2021. Assim também ocorreu no percentual do milho, que passou de 91% da área plantada em 2020 para 95% no ano passado. “Isso reflete a confiança do agricultor, nos produtos lançados pela indústria de sementes. E os mercados de sementes de soja e milho no Brasil têm se caracterizado por uma crescente adoção de novas cultivares e tecnologias”, analisa Rodrigues.
Teste de qualidade Para aferir a qualidade da semente, nada melhor do que o teste de tetrazólio, segundo o presidente da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), Francisco Carlos Krzyzanowski, e o diretor financeiro da Abrates, José de Barros França-Neto, pesquisadores da Embrapa Soja. De acordo com eles, o teste de tetrazólio é um dos que se destaca para a avaliação da qualidade fisiológica das sementes, não apenas por sua relativa rapidez, mas também pela quantidade de informações que o teste pode apresentar, por meio dos índices de viabilidade e de vigor, além de propiciar o diagnóstico dos possíveis problemas de qualidade das sementes, como os danos mecânicos, danos causados por insetos e os de intempéries em pré-colheita e de deterioração durante a armazenagem.
“O teste se apresenta como uma ferramenta estratégica para a gestão da qualidade fisiológica da semente, tanto no seu processo de produção em campo, como na colheita, na secagem, no beneficiamento, no armazenamento e na comercialização”, afirmam os pesquisadores. Dados da Embrapa Soja comprovam ganhos de 10% a 15% de produtividade em lavouras instaladas com sementes de alto vigor. A Embrapa Soja e a Abrates disponibilizam aos produtores de sementes diversas publicações sobre o teste de tetrazólio.