Consultas

Edição XXI | 03 - Mai . 2017
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Nesta seção procuramos atender aos questionamentos enviados pelos leitores. As eventuais dúvidas sobre temas veiculados pela SEEDnews ou mesmo outros pertinentes à atividade agrícola, podem ser encaminhadas para redacao@seednews.inf.br 


    Tenho observado em minha semente de soja que algumas delas apresentam rugas na sua superfície. Examinando com atenção, observei que todas elas, quando enrugadas, apresentam o sintoma nas costas da semente (oposto ao hilo). Foi ao acaso ou é assim mesmo?

    As sementes de soja apresentam três camadas de células em seu tegumento para proteção, ocorrendo que na parte das costas uma das camadas, que funciona como um colchão, não se faz presente. Assim, quando a semente passa alguns ciclos de absorção e perda de água, esta região não resiste e enruga. Semente de soja enrugada é sinal que passou muito tempo no campo aguardando a colheita.



    Sabe-se que a temperatura e a umidade são os dois fatores mais importantes que afetam o potencial de armazenamento das sementes. Neste sentido, gostaria que comentassem a diferença entre umidade relativa e umidade das sementes. 

    Realmente, a temperatura e a umidade são importantes para a semente, em relação a vários aspectos, entre eles o de armazenamento. A umidade relativa é a quantidade de água que o ar possui, expressa em percentagem em relação à quantidade total que poderia conter a uma determinada temperatura (em termos absolutos, varia ao redor de 10 g por m3 de ar). Por outro lado, a umidade das sementes também é expressa em porcentagem, isto em relação ao peso da semente, ou seja, 13% de umidade em sementes significa que em 100kg de sementes há 13kg de água. Em resumo, para a semente absorver alguma umidade do ar, há necessidade que uma grande quantidade de ar passe pelas sementes.   



    Gostei da matéria central da última SEEDnews, sobre laboratórios de sementes e sua função dentro dos processos de controle de qualidade. A propósito, gostaria de saber se todos os laboratórios que o pais possui oferece serviços de análise de vigor das sementes.

    A análise de vigor das sementes é uma realidade no Brasil, graças à demanda crescente dos agricultores, cenário que, com certeza, levará os laboratórios que ainda não ofertam este serviço a fazê-lo num futuro próximo.




    Sei com clareza em que consiste o royalty e a taxa tecnológica, os quais são recolhidos para o dono da variedade ou o dono da patente, respectivamente. Entretanto, para sementes de milho, parece que isto não se aplica, poderiam comentar?

    O royalty e a patente funcionam para todas as espécies, entretanto, no caso do milho, como este é praticamente todo híbrido, cujas sementes não são salvas para uso na safra seguinte, além do que as empresas obtentoras raramente licenciam seus materiais, o royalty e principalmente a taxa tecnológica já vêm junto com o preço da semente. Assim, no milho não há cobrança da taxa tecnológica na moega, passando despercebido o seu valor. 




    Tenho escutado, com frequência, que as plantas, após algum tempo começam a perder resistência ao ataque de insetos ou, no caso das plantas daninhas, a apresentar tolerância a determinados herbicidas. Como se explica isso?
    A explicação está na diversidade genética das espécies, tanto animal como vegetal.  Para cada espécie, há milhares de indivíduos apresentando alguma diferença entre si. Assim, havendo um inseto entre um milhão que seja resistente a uma determinada planta com propriedades de inseticida (GM), será suficiente para que, após alguns anos, sejam os mais frequentes causando problemas para as plantas. O mesmo é válido para as plantas daninhas tolerantes a herbicidas. Há práticas agronômicas para minimizar estes efeitos, como o refúgio, no caso de insetos, e diferentes herbicidas, no caso de invasoras. 
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