ABRASS reúne setor em Workshop e destaca o combate à pirataria de sementes como prioridade

Informe publicitário

Edição XXIX | 04 - Jul . 2025
   A Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS) promoveu, em Brasília (DF), o seu primeiro Workshop (2025), reunindo associados e especialistas para discutir os principais desafios e oportunidades da cadeia de multiplicação de sementes de soja. O evento, realizado em maio, no Brasília Palace Hotel, trouxe uma programação robusta, abordando desde conjuntura política e econômica até temas técnicos e regulatórios. Entre os assuntos debatidos, um ganhou destaque e atenção especial: o combate à pirataria de sementes.

   A pirataria de sementes foi tratada não apenas como uma infração legal, mas como uma ameaça concreta à sustentabilidade do setor e à competitividade dos produtores que atuam dentro da legalidade. Dados apresentados por Anderson Galvão, CEO da Céleres, chamaram a atenção: segundo projeções da consultoria, para a safra 2025/26, o mercado de sementes de soja não certificadas – que inclui sementes salvas e piratas – pode atingir R$ 9 bilhões, o que representa cerca de 28% de participação do mercado total. Esse valor, que equivale a uma perda de receita potencial para o setor, afeta diretamente os elos de multiplicação e beneficiamento, o melhoramento genético e o desenvolvimento de biotecnologias.

   "Os números apresentados, que indicam um potencial de R$ 9 bilhões em sementes não certificadas na próxima safra, são alarmantes e demonstram a urgência de agirmos. Essa prática não é apenas uma infração legal; ela mina a sustentabilidade do setor, prejudica os produtores que atuam na legalidade e, em última instância, freia o desenvolvimento de novas tecnologias e o melhoramento genético tão essenciais para a agricultura brasileira,” avaliou o diretor executivo da ABRASS, Osli Barreto.

Abrass.jpg 185.64 KB


   Esses números foram reforçados pela apresentação de Catharina Pires, diretora de Germoplasma e Biotecnologia da Croplife Brasil, que destacou os múltiplos impactos negativos da pirataria. Ela abordou fatores que alimentam o crescimento dessa prática, como a percepção de impunidade, aspectos culturais, desinformação sobre o valor agregado das sementes legais e a busca por economia em momentos de pressão financeira. Os efeitos, no entanto, vão muito além do produtor: incluem perda de produtividade, riscos fitossanitários, prejuízos ao meio ambiente, evasão fiscal, desemprego e desestímulo à pesquisa e inovação tecnológica.

   Durante a sua fala, ela apresentou também as iniciativas que vêm sendo conduzidas pela Coalizão de Combate à Pirataria de Sementes, que reúne diversas entidades do setor, incluindo a ABRASS. 

   "O cenário da pirataria de sementes exige uma ação coordenada e contundente de todo o setor. A participação no Workshop da ABRASS e as discussões com especialistas reforçaram nossa convicção de que precisamos intensificar os esforços. Estamos ativamente engajados na Coalizão de Combate à Pirataria de Sementes, com pilares de atuação. 
Nosso compromisso é claro: proteger o investimento em pesquisa e inovação, garantir a segurança fitossanitária e assegurar que o produtor tenha acesso a sementes certificadas e de qualidade, essenciais para a competitividade e o futuro da nossa agricultura,” afirmou o presidente da ABRASS, André Schwening. 

   A ABRASS permanece atenta ao tema da pirataria de sementes e reforça seu compromisso com o fortalecimento do setor sementeiro. É fundamental que os multiplicadores de sementes e demais atores da cadeia se engajem no incentivo ao uso de sementes certificadas, promovendo segurança, produtividade e rastreabilidade. Ao valorizarmos a legalidade e a inovação, geramos valor para toda a cadeia, do campo à mesa, e garantimos um ambiente agrícola mais justo, competitivo e sustentável.
Compartilhar