A Malásia e a Indonésia são os maiores produtores
mundiais, com uma área total plantada de 3,5 milhões de hectares, e são responsáveis
por 80% da produção mundial de óleo de palma. O Brasil possui uma área
cultivada de 33.500 ha de dendê em idade produtiva, e produz 95 mil tone- Bo
ladas de É óleo/ano, muito embora presuma- se que a demanda do mercado interno desse
produto seja da ordem de 350 mil t/ano.
O dendê é uma cultura perene, que
apresenta elevada produtividade — 3.000 a 5.000 kg óleo/ha/ano — cuja produção
distribui-se ao longo do ano, o que a torna altamente exigente em mão-de-obra,
poisa colheita dos cachos deve ser executada a intervalos não superiores a dez
dias. Do fruto, extrai-se o óleo da polpa (óleo de palma) e da amêndoa (óleo de
palmiste). A produção inicia-se a partir do terceiro ano, aumenta gradativamente
até atingir o pico, que ocorre por volta do oitavo ano, e mantém-se até o
décimo-sexto ano. A partir daí, declina ligeiramente até o vigésimo-quinto ano,
quando faz-se necessária a renovação das áreas (replantio), pois, aliado à
redução da produção, o elevado porte alcançado pela planta torna a colheita antieconômica.
No Brasil, o Programa de Melhoramento Genético
de Dendê é conduzido pela Embrapa Amazônia Ocidental, que possui o mais
completo banco de germoplasma de dendê do continente americano. Tendo em vista
o caráter perene da cultura e a consequente importância da aquisição de
sementes de elevada qualidade genética para o sucesso da dendeicultura
nacional, a Embrapa,a partir de 1992, iniciou a produção em escala comercial de
sementes híbridas de dendê, do tipo tenera (T), oriundas de cruzamentos artificiais
entre o tipo dura (D), de origem Deli,e pisífera (P), de origem africana,
usados como genitores femininos e masculinos, respectivamente.
Os genitores utilizados na produção de
sementes são selecionados através de resultados de ensaios em rede, que
utilizam o método de seleção recorrente recíproca e são conduzidos em diversas instituições
de pesquisa em países da África e Ásia.
Os materiais (híbridos DxP) produzidos pela
Embrapa apresentam como principais características elevada produção de cachos
(superior a 30 t/ha, sob condições ambientais favoráveis); reduzido crescimento
em altura (média de 50 cm/ano), que confere a viabilidade econômica da colheita
por períodos superiores a 25 anos; alta taxa de extração de óleo de palma (25%);
e alguns apresentam também tolerância à fusariose. As perspectivas de expansão
da dendeicultura no país são promissoras, devido principalmente à demanda crescente
do mercado interno por óleos de origem vegetal e às vastas superfícies
potencialmente favoráveis para o cultivo dessa cultura, sobretudo na Amazônia
Legal.
Autora desta matéria : Divania de
Lima