Dendê, uma Opção de Cultivo para a Amazônia Brasileira

Edição III | 01 - Jan . 1999
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Hoje responsável por cerca de 18% da is produção mundial de óleo de origem vegetal, estimada em 90 milhões t/ano, o óleo de dendê, mais conhecido como óleo de palma, poderá alcançar, a partir de 2007, a liderança do mercado mundial, já que nos últimos anos vem apresentando uma média de crescimento de 10%. Esse desempenho se deve, principalmente, à sua grande versatilidade (indústrias de refino e fracionamento, alimentícias, oleoquímicas, metalúrgicas, de sabões, detergentes e fertilizantes). Atualmente, o dendê só perde para a soja, que ocupa o primeiro lugar, com 20% do mercado. 
    A Malásia e a Indonésia são os maiores produtores mundiais, com uma área total plantada de 3,5 milhões de hectares, e são responsáveis por 80% da produção mundial de óleo de palma. O Brasil possui uma área cultivada de 33.500 ha de dendê em idade produtiva, e produz 95 mil tone- Bo ladas de É óleo/ano, muito embora presuma- se que a demanda do mercado interno desse produto seja da ordem de 350 mil t/ano. 
    O dendê é uma cultura perene, que apresenta elevada produtividade — 3.000 a 5.000 kg óleo/ha/ano — cuja produção distribui-se ao longo do ano, o que a torna altamente exigente em mão-de-obra, poisa colheita dos cachos deve ser executada a intervalos não superiores a dez dias. Do fruto, extrai-se o óleo da polpa (óleo de palma) e da amêndoa (óleo de palmiste). A produção inicia-se a partir do terceiro ano, aumenta gradativamente até atingir o pico, que ocorre por volta do oitavo ano, e mantém-se até o décimo-sexto ano. A partir daí, declina ligeiramente até o vigésimo-quinto ano, quando faz-se necessária a renovação das áreas (replantio), pois, aliado à redução da produção, o elevado porte alcançado pela planta torna a colheita antieconômica. 
    No Brasil, o Programa de Melhoramento Genético de Dendê é conduzido pela Embrapa Amazônia Ocidental, que possui o mais completo banco de germoplasma de dendê do continente americano. Tendo em vista o caráter perene da cultura e a consequente importância da aquisição de sementes de elevada qualidade genética para o sucesso da dendeicultura nacional, a Embrapa,a partir de 1992, iniciou a produção em escala comercial de sementes híbridas de dendê, do tipo tenera (T), oriundas de cruzamentos artificiais entre o tipo dura (D), de origem Deli,e pisífera (P), de origem africana, usados como genitores femininos e masculinos, respectivamente. 
    Os genitores utilizados na produção de sementes são selecionados através de resultados de ensaios em rede, que utilizam o método de seleção recorrente recíproca e são conduzidos em diversas instituições de pesquisa em países da África e Ásia. 
    Os materiais (híbridos DxP) produzidos pela Embrapa apresentam como principais características elevada produção de cachos (superior a 30 t/ha, sob condições ambientais favoráveis); reduzido crescimento em altura (média de 50 cm/ano), que confere a viabilidade econômica da colheita por períodos superiores a 25 anos; alta taxa de extração de óleo de palma (25%); e alguns apresentam também tolerância à fusariose. As perspectivas de expansão da dendeicultura no país são promissoras, devido principalmente à demanda crescente do mercado interno por óleos de origem vegetal e às vastas superfícies potencialmente favoráveis para o cultivo dessa cultura, sobretudo na Amazônia Legal. 


    Autora desta matéria : Divania de Lima 

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