Mercados & Negócios

Edição V | 04 - Jul . 2001
Clovis Terra Wetzel-diretoria@seednews.inf.br

    I.  O livro “Gestão do conhecimento”, editado no Brasil pela Campus, é o primeiro resultado da organização de coletâneas de artigos assinados por professores da Universidade de Harvard/ EUA que vasculham o universo empresarial, objetivando promover a reflexão sobre questões organizacionais e operacionais.  Tais artigos são fruto de estudos de casos utilizados para fins didáticos nas salas de aula daquela universidade.

    II.  Acaba de sair a última edição da Revista Cadernos de Ciência & Tecnologia (vol. 18, núm. 1, 2001), com pontos de vista sobre transgênicos: benefícios para o agronegócio sustentável, importância para a agricultura, avaliação de riscos ambientais, produtos transgênicos na agricultura e a pesquisa para uma sociedade faminta, além de debates sobre os desafios sobre as plantas geneticamente modificadas e a apresentação do tema “Das plantas silvestres  às transgênicas”.  Também nesta edição dos CC&T, resenhas dos documentos “Transgenic plants and world agriculture”, publicado por academias de ciências de sete países (incluindo o Brasil) e “Heredity East and West - Lysenko and the World Science”, por Alcides Carvalho http:/www.embrapa.br/ novidade/ politica/abre.htm

    III.  A Revista “Tecnologia da Informação” é uma publicação endexada promovida pela Universidade Católica de Brasília, com a finalidade de divulgar artigos desenvolvidos no âmbito da pesquisa técnica e acadêmica sergiom@pos.ucb.br

A compra e venda de empresas não pára 

    I. A Dow Chemical Company comprou a divisão agrícola da Rohm and Hass.  Com isso, prevê Fernando Sagovia, diretor-presidente da Dow AgroSciences, no Brasil, um aumento de 5% no faturamento com as vendas de defensivos agrícolas e sementes.  Porém, esta aquisição da matriz, completa Sagovia, não foi só para crescer, mas também para incluir no seu portfólio de produtos agrícolas, os fungicidas da Rohm&Hass com o aproveitamento inclusive dos pontos de venda daquela companhia, cadastro de clientes, também para a comercialização de sementes.

    II. A DuPont passou para a BristolMyers Squibb a sua divisão de farmacêuticos, por um valor de quase oito bilhões de dólares.  Essa venda foi decidida pela DuPont, que tem negócios de sementes no País, para concentrar-se nos produtos químicos, depois que ficou claro que a empresa não conseguiria expandir seu negócio de medicamentos através de uma “joint venture” (fusão).  Tais aquisições tendem a concentrar os mercados de medicamentos, agroquímicos e sementes.

Plantas geneticamente modificadas/produtos transgênicos 
    
    I. A exemplo da laranja do IAC, o “Clipping Agrolink”, de 21.05.01, anuncia a criação de um café geneticamente modificado, cuja caraterística principal é o amadurecimento uniforme dos frutos, o que facilita a colheita.  Entretanto, sobre o assunto, a ONG ActionAid avalia que esta nova cultivar prejudicará os pequenos agricultores, que ficarão nas mãos das multinacionais de biotecnologia. 

    II. Dessa forma, continuam a ser veiculadas pela Internet matérias prós e contra os transgênicos na agricultura. Por exemplo, o jornalista Carlos Tautz tautz@ax.apc.org, assessor de imprensa da “Campanha por um Brasil livre de transgênicos”, escreveu o matéria que analisa vários aspectos da questão, como o cultivo dessas plantas em vários países e a falta de produtividade delas.  Paulo Eduardo Moruzzi Marques e Susana Inez Bleil escreveram sobre os organismos geneticamente modificados e a segurança alimentar estudoscpda@alternex.combr, também contra essa nova tecnologia. Do outro lado, Nida Coimbra, consultora ambiental nida@terra.com.br põe em circulação um artigo intitulado “Transgênicos e a reação medieval”, rebatendo as críticas aos transgênicos.

    III. Enquanto isso continuam proibidos no Brasil o plantio de plantas geneticamente modificadas e o uso de alimentos transgênicos, segundo liminar sustentada pela justiça.

    IV. Nesta linha, o procurador regional da República Aurélio Virgílio Veiga Rios, apresenta documentos enviados aos ministério da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente (25.11.99 e 23.03.00) ao declarar que o governo foi omisso em atender à recomendação do Ministério Público Federal, para sustar os cultivos experimentais de transgênicos sem Registro Especial Temporário (RET).

    V. Entretanto, parece ter sido removido um dos obstáculos colocados pela justiça, contra o plantio no Brasil, da soja Roundup Ready da Monsanto, que era a falta de estudo de impacto ambiental (EIA/Rima).  A multinacional tem em mãos agora o termo de referência de como elaborar o EIA/Rima, preparado pelo Ibama, o que parece abrir caminho para a liberação do plantio de cultivares geneticamente modificadas no País.

Biotecnologia

    I. A ESALQ (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) investiu US$ 36 milhões em sete projetos de biotecnologia molecular e celular, cobrindo várias áreas de pesquisa, segundo o seu Diretor, Julio Marcos Filho (um professor especializado na área de sementes). A mais recente e grande contribuição dessa faculdade foi no sequenciamento genético da bactéria Xylella fastidiosa, causadora da doença da laranja denominada “amarelinho”, que tem sido um grande problema para os laranjais paulistas.

    II. A FAESP (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo) está organizando a participação de um pool de laboratórios para analisar a estrutura tridimensional das proteínas - um novo tema de grande interesse dos cientistas em todo o mundo.  A partir do conhecimento mais profundo das proteínas sobre suas funções nos organismos vivos será possível desenvolver medicamentos, combater doenças como a provocada pelo “amarelinho”, ou melhorar o desempenho agronômico e industrial da cana-de-açúcar, declara o bioquímico Rogério Meneghini, Diretor do Laboratório de Biologia Molecular Estrutural Nacional de Luz Síncroton.  Certamente que o estudo das proteínas, além de servir como pesquisa básica, aumentará a competência brasileira nesta área de grande futuro.

“Impacto da Mudança Tecnológica do Setor Agropecuário na Economia Brasileira” - Este foi o tema do seminário realizado em maio, na Câmara do Deputados, em Brasília.  Foram apresentados por pesquisadores do IPEA, trabalhos abordando os impactos do crescimento da agropecuária no desempenho econômico do País, da mudança tecnológica do setor na balança de pagamentos e no abastecimento.  Além dessas análises foi abordado um tema polêmico que vem a ser a real contribuição das instituições ciências e tecnologia para enfrentar os novos desafios do setor agropecuário brasileiro.  Em resumo, os diferentes estudos apresentados no seminário, concluíram que o desenvolvimento agropecuário promove o aumento da renda, da arrecadação de impostos e da condições de vida.  E que os efeitos da crescente utilização de tecnologia, observado nos últimos 30 anos, apresentaram reflexos diretos no bolso do consumidor, o que justifica  plenamente a pesquisa dirigido do setor agropecuário.
Compartilhar