Academia da Semente realiza live sobre dessecação em pré-colheita em campos de sementes

Academia da Semente realiza live sobre dessecação em pré-colheita em campos de sementes

   O perfil do Instagram @academiadasemente, que tem administração do engenheiro agrônomo Jonas Pinto, promoveu uma transmissão ao vivo abordando como temática a dessecação de campos de sementes em pré-colheita. Para tratar do assunto, foi convidado o também engenheiro agrônomo Ricardo Bagatelli.

   Iniciando sua fala, Bagatelli lembrou a evolução da ferramenta da dessecação em pré-colheita, de um simples controle das ervas daninhas a um instrumento que, aliado a outras práticas, traz mais controle dos processos ao produtor. Para que houvesse essa mudança, segundo o convidado, foi necessário o entendimento de que a agricultura é um sistema de produção, e que essa visão sistêmica permite que haja boas decisões analisando as situações caso-a-caso.

   Para o agrônomo, é necessária a clareza de como e quando usar a dessecação de modo assertivo. “Não dá pra achar que ela vai resolver tudo”, disse. Entre as variáveis que devem ser levadas em consideração, está o tipo de material plantado, seu genótipo, já que cada cultivar pode reagir aos produtos usados para o procedimento de forma diferente.

   No entanto, o grande segredo, de acordo com Bagatelli, é conhecer o ciclo fenológico da planta. “O momento de aplicação é o grande divisor de águas. Mais que acertar o produto, temos que acertar o momento”, salientou. O convidado ainda lembrou que, na produção sementeira, esse cuidado deve ser ainda maior, pois há uma diferenciação na qual deve haver a aplicação em campos voltados para sementes.

   O estádio do ciclo no qual deve ocorrer a dessecação, conforme explicou o consultor, é, de forma ideal, em R7.3. “É aqui que a mágica acontece para quem produz semente”, afirmou. Nesse momento mais de 75% das plantas de um talhão já se encontram em maturação, tendo como sinal as vagens amareladas; ao abrirem-se essas vagens, os grãos já se soltam facilmente. Bagatelli, para explanar o motivo, lembrou que este é o momento em que a planta se prepara, definitivamente, para deixar descendência - mecanismo para perpetuação da espécie, que reúne os seres vivos; dessa forma, ela prepara a semente para ficar armazenada, ganhando tolerância para ficar seca.

   Ocorrendo a dessecação nesse ponto do ciclo de vida da planta, o produtor recebe todos os benefícios do procedimento, que acarreta a desfolha do vegetal, facilitando e antecipando a colheita. “Assim, ele recebe todos os benefícios de tirar a semente e finalizar o processo na unidade de beneficiamento, se for o caso”, pontuou. Essa seria, na opinião de Bagatelli, uma das grandes vantagens em dessecar em pré-colheita: “Dá pra planejar a colheita, a secagem, o transporte; trazemos a semente para a UBS para deixá-la sob nossa tutela”.

   Ao mesmo tempo que o acerto do momento traz benefícios, a aplicação em momento errado acarreta prejuízos. No caso da produção de grãos, as perdas são mais qualitativas quando o procedimento ocorre antes da fase R7; já quando o objetivo são sementes, o maior perigo é quando há campos muito heterogêneos, no que trate da sincronia dos estágios de desenvolvimento das plantas. Nesse caso, a dica do convidado é tentar segurar ao máximo, mantendo um monitoramento reforçado, para possibilitar a tomada de decisão.

Subject:Sementes

Author:Equipe SEEDnews

Publication date:28/02/2023 13:19:38

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