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Edição XVIII | 06 - Nov . 2014
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 


    Muito oportuna a matéria sobre colheita da última edição da revista SEEDnews. No entanto, gostaria que comentassem a razão de se recomendar a colheita das sementes com umidade superior a 12-13%, pois esta é a umidade indicada para o armazenamento convencional das sementes.

    A razão está em que as sementes apresentam uma maturação desuniforme mesmo dentro de uma mesma planta. Enquanto umas já estão com 12-13% de umidade, outras podem estar com mais de 40% de umidade (soja, arroz, trigo). Isto faz com ocorra a deterioração de campo nas sementes que aguardam muito tempo para serem colhidas. Quanto mais alta for a umidade média, menos sementes deterioradas ocorrerão.


    Tenho observado que os agricultores estão utilizando maiores densidades de semeadura e menor espaçamento entre fileiras, tanto para soja como para milho.  Por favor, comentem.

    Realmente, no Brasil, os agricultores estão utilizando menor espaçamento entre as linhas de semeadura, o que permite um melhor aproveitamento da umidade, nutrição e luminosidade, acarretando um aumento potencial da produtividade da lavoura. Este processo permite uma maior população de plantas por área, o que pode significar uma maior produtividade. Em soja, é comum ter espaçamento de 24 cm entre linhas e em milho de 45 cm.


    Fiquei intrigado com o aparecimento de plântulas de milho totalmente sem clorofila  que presenciei em uma lavoura. Quais motivos podem ter ocasionado o aparecimento desse sintoma, uma vez que, segundo o produtor, não houve tratamento de semente e não foi aplicado nenhum tipo de herbicida que possa ter deixado resíduo ou uma fitotoxidez no milho? 

    È difícil fazer um diagnóstico, ainda mais pelo relato do agricultor dizendo que não usou herbicida, o que é difícil de acreditar. Entretanto, como não são todas as linhas que apresentam o sintoma e os sintomas acompanham a linha, podem ter ocorrido duas situações: 1ª) Um problema de distribuição de adubo criando um ambiente que impeça a absorção de nutrientes essenciais, o que, neste caso, poderia causar este sintoma, principalmente se aliado a temperaturas baixas (pouco provável); e 2ª) Se foram somente estas duas linhas, há grandes possibilidades de que tenha ocorrido sobreposição da barra do pulverizador com um herbicida do grupo dos inibidores de carotenoides.



    Estou tratando minha semente com vários produtos, pois os agricultores da região estão convencidos dos benefícios da semente tratada, que apresenta um maior desempenho. Assim, gostaria de saber qual é o máximo de água que posso agregar sem afetar a qualidade da semente ou do processo.

    As sementes prontas para comercialização apresentam umidade entre 12-13%; desta maneira, pode-se agregar água em um ponto percentual e a semente ainda permanecerá com umidade considerada segura para o armazenamento. Esta umidade do tratamento é superficial, sendo parte dela evaporada durante o processo de manuseio. Também se deve observar que as sementes estejam totalmente cobertas com os produtos do tratamento.  


    Até onde tenho conhecimento, um determinado fator que afeta a qualidade das sementes deveria atuar de forma idêntica para todas as sementes dentro de um lote. Quais os possíveis motivos de alguns lotes de sementes apresentarem 80% de germinação e outros um percentual acima de 90%? 

    Isto realmente é assim, entretanto, dentro de um lote de sementes, há uma grande variação no estágio de maturação, fazendo com que o efeito de determinada adversidade não seja igual em todas as sementes e esta é a principal razão da diferença de germinação entre os lotes. 


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