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Edição XVIII | 05 - Set . 2014
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 


    Interessante o caso francês da coleta de royalties sobre as variedades protegidas, tanto para o agricultor que compra semente como para aquele que usa seu próprio grão como semente. Como isso pode se viabilizar?

    Realmente, o caso é interessante, considerando que mesmo os agricultores que não compram semente pagam royalty para que o sistema de criação e desenvolvimento de novas cultivares continue funcionando. Isto foi possível devido a um acordo voluntário entre os atores da cadeia de sementes, que se tornou obrigatório através de uma instrução normativa do governo. 


    Sei que o estabelecimento de um cultivo depende de vários fatores, mas gostaria de saber o que está sendo feito para diminuir o problema de falhas e duplos.

   Em relação a falhas, os produtores de sementes estão colocando no mercado sementes com alta qualidade fisiológica, padronizadas e revestidas com um polímero (adequada fluidez das sementes). Por outro lado, em relação às duplas (sementes ou plantas), a padronização das sementes também ajuda, assim como o polímero. Em estudos recentes, utilizando grafite no momento da semeadura, constatou-se que houve um maior número de falhas e duplas em relação às sementes revestidas com polímero. 




    Conforme noticiário, a tecnologia Bt em sementes de milho está em risco devido ao baixo uso pelos agricultores do refúgio estruturado, em que se utiliza 20% da área para cultivo de um material convencional. Que providências estão sendo tomadas para que esta tecnologia não se perca?

    A Associação Brasileira dos Produtores de Sementes (Abrasem) está com uma forte campanha promovendo o uso do refúgio pelos agricultores. Outra alternativa em estudo está sendo o refúgio no saco de sementes (RIB – sigla em inglês), que forçaria a utilização, entretanto a complexidade do processo industrial está dificultando. A perda desta tecnologia é intangível.


    Gostaria que comentassem a razão de se ter quatro categorias de sementes no processo de certificação, ou seja,  genética,  básica, certificada 1 e a certificada 2.

    Há necessidade que se tenha sementes de alta qualidade em quantidade; neste sentido, a primeira categoria que sai dos programas de melhoramento é a genética, que em geral é menos de uma tonelada, assim, devendo ser multiplicada várias vezes para aumentar a quantidade. Neste processo de multiplicação, procedimentos agronômicos especiais devem ser adotados para manter a qualidade das sementes. 


    Ouço com frequência que o vigor das sementes apresenta estreita relação com a produtividade, no entanto as sementes são comercializadas em função de sua germinação. Há alguma proposta para se incluir o vigor das sementes como requisito para sua comercialização?

    De fato, o vigor apresenta uma estreita relação com a produtividade de um cultivo, entretanto há dificuldade em se padronizar um teste específico que seja adequado para todas as sementes e qual seria seu padrão mínimo. Há propostas no sentido de que cada espécie tenha seu teste de vigor e que, inicialmente, não houvesse um padrão mínimo – apenas o seu registro no atestado de qualidade de semente, para que os atores do sistema começassem a se acostumar com tão importante atributo de qualidade de sementes. Para sementes de soja e milho, já há testes padronizados nas regras internacionais de sementes editadas pela International Seed Testing Association (ISTA).  

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