Consultas

Edição XVII | 06 - Nov . 2013
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 


    Nos pôsteres de trabalhos científicos apresentados no congresso brasileiro de sementes, observei vários estudos com o teste do pH do exsudato para diferentes espécies. Poderiam comentar em que se baseia este teste.

    O teste do pH do exsudato é baseado no exsudato que se lixivia da semente quando embebida em água. As sementes deterioradas lixiviam materiais que irão formar um poder tampão na água de embebição. Assim, colocando uma base na solução de cada semente, as deterioradas permanecerão com o pH inalterado, enquanto as normais elevarão seu pH. Após, é só adicionar um indicador de pH, que normalmente é a fenolftaleína. As sementes viáveis terão a solução rosa, enquanto as deterioradas, incolor.        


    Estou planejando uma unidade de beneficiamento de sementes de soja para 10 mil toneladas, numa região que chove pelo menos uma vez por semana, durante a época da colheita. Desta forma, gostaria de saber qual deverá ser minha capacidade de secagem.

    A maturação das sementes é desuniforme, requerendo que parte das sementes sejam colhidas com umidade superior a 13%, para minimizar os efeitos da deterioração de campo. Assim, recomenda-se que a capacidade de secagem seja calculada para 50-60% da produção num período de 40 dias. Assim, como a demanda é de 10 mil toneladas de sementes, prontas para comercializar, a quantidade recebida do campo será ao redor de 14 mil toneladas (sementes brutas), sendo que 50-60% devem ser secas num período de 40 dias, ou seja, de 175 a 205 toneladas de sementes por dia.     


    Gostei da matéria central da última SEEDnews sobre limites, tolerâncias e padrões de sementes, pois é bom saber que, mesmo para materiais indesejáveis, há um limite aceitável dentro de um lote de sementes. A pergunta é: como estes limites, tolerâncias e padrões são estabelecidos?

    Há aqueles que são estabelecidos por normas governamentais, e estas passam por audiências públicas, enquanto outros limites e tolerâncias são estabelecidos pelos programas de controle interno de qualidade das empresas de sementes para atingirem um determinado padrão de qualidade. Em geral, as empresas estabelecem valores bastante estritos para posicionarem-se como produtoras de sementes de alta qualidade. 


    O tratamento industrial de sementes está sendo uma grande inovação tecnológica adotada pelas empresas de sementes. Em nosso caso, estamos planejando tratar 60% de nossa produção de sementes de soja. Neste sentido, gostaria que comentassem as ameaças deste processo.

    O tratamento industrial de sementes foi, de fato, algo que veio para ajudar o agricultor, pois com isso terá uma semente bem tratada (dosagem, cobertura, liberação de pó e lixiviação), sem riscos para seu pessoal e para o ambiente. Entretanto, as empresas de sementes devem ter o cuidado de não tratar sementes de baixa qualidade e de que haja sobras de comercialização. A ameaça da baixa qualidade pode ser superada com um bom programa de controle interno, enquanto as sobras de sementes já foram consideradas quando a empresa decidiu tratar apenas 60% da produção.


    Sou um produtor de sementes de aveia e soja. No inverno produzo as sementes de aveia, enquanto no verão produzo soja. Para aproveitar a melhor época de semeadura da soja costumo dessecar a aveia, o que possibilita colher uns dias antes. Esse processo afeta a qualidade de sementes?

    A dessecação, realmente, acelera o processo de secagem das sementes no campo em alguns dias e facilita a semeadura posterior na resteva. O cuidado que se deve ter é não aplicar o dessecante quando o cultivo ainda apresentar muitas sementes verdes, pois estas serão afetadas. É bom lembrar que o processo de maturação não é uniforme, numa mesma área é comum encontrar-se sementes com umidade de 13% e até aquelas que ainda não atingiram o ponto de maturidade fisiológica.



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