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Edição XVII | 03 - Mai . 2013
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 


  Costumo realizar o teste de emergência a campo antes de entregar a semente vendida para o agricultor. Entretanto, o tempo para realizá-lo está cada vez menor, e estou com dificuldades de continuar fazendo esta tão importante verificação de qualidade de semente. Há algum outro teste de qualidade que poderia utilizar para soja?

    Parabéns pela iniciativa de realizar um teste de vigor antes de entregar as sementes ao agricultor.  Geralmente, só se faz o teste de germinação alguns meses antes da semeadura, dando poucas informações sobre o desempenho das sementes no campo.  O teste emergência em campo não é padronizado; assim, testes padronizados e fáceis de conduzir são mais indicados, como o de envelhecimento acelerado e o de tetrazólio. Ambos são bons.



    Estive lendo um artigo sobre a maturação das sementes, no qual o autor enfatizava que o processo de maturação não é uniforme em qualquer espécie. Citava um exemplo em que, dentro de uma mesma planta de soja, havia sementes com mais de 50%, enquanto outras apresentavam menos de 13% de umidade. Qual a importância desta tendência da umidade para a qualidade das sementes?

    Há desuniformidade de maturação das sementes em todas as espécies, em algumas mais do que em outras. No seu caso, em sementes de soja, esta amplitude no grau de umidade indica que, dentro de uma mesma planta, algumas sementes ainda não atingiram o ponto de maturidade fisiológica, enquanto outras já estão em equilíbrio higroscópico com a umidade do ar, aguardando para serem colhidas.  A importância deste conhecimento está em que, caso se aguarde para que todas as sementes sequem no campo até 13% de umidade, algumas já estarão deterioradas de tanto esperar. Esta é a razão para a recomendação da colheita das sementes de soja assim que alcançarem uma umidade média de 18%.




    Montei uma unidade de beneficiamento sementes (UBS) nova com um conjunto de secadores para atender 60% da produção. Fazendo os testes de controle interno da qualidade das sementes nas primeiras cargas que recebi, observei que as sementes estavam com alto dano mecânico, apresentando o tegumento solto. Qual a avaliação que pode ser feita disso?

    Provavelmente sua UBS foi bem planejada, entretanto o pessoal que supervisiona os processos também deve ter um bom treinamento, para evitar problemas de qualidade das sementes e ter uma boa gestão. O tegumento solto das sementes de soja é indicativo de uso de temperatura muito alta para a secagem das sementes. O aconselhável é acompanhar umas duas ou três cargas de secagem, com registros de temperatura da massa de sementes e a danificação mecânica. Como a secagem é realizada durante as 24 horas do dia, podem ocorrer alguns descuidos. 



    No processo de semeadura coloco um colaborador junto à semeadora, para evitar que alguma linha fique sem semear e o encarregado não conduza a semeadora como se fosse um automóvel causando problemas de distribuição e profundidade de semeadura. Tenho constatado que isso ajuda muito. Neste sentido, gostaria de receber alguma dica em relação à profundidade de semeadura.

    Para absorverem água e germinarem, as sementes necessitam estar em contato com o solo. Assim, um bom contato solo-semente é importante. Recomenda-se colocar as sementes de um a dois centímetros abaixo do nível do solo, em condições normais de umidade. Atualmente, com o uso cada vez maior do tratamento das sementes, a profundidade de semeadura já não é tão importante, principalmente em solos secos.



    No último número da revista SEEDnews, no artigo sobre perdas no beneficiamento de sementes, pode-se constatar que o percentual é bastante alto. Gostaria de saber como é planejada a produção de sementes para atender uma determinada demanda.

    A planificação da produção varia em função da espécie e do valor da semente. Assim, para produção de sementes de trigo e arroz, inscreve-se uma área para produção de sementes 20 a 30% superior às reais necessidades, isto devido a problemas com invasoras, deterioração de campo ou misturas varietais. Por outro lado, considera-se para a planificação, uma perda nos processos de limpeza de 20 a 25%.

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