Consultas

Edição XVI | 06 - Nov . 2012
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 


    Em relação ao tratamento industrial de sementes, gostaria que comentassem os procedimentos das empresas para garantir que os lotes tratados tenham realmente qualidade para comercialização.

    O tratamento industrial no Brasil, para sementes de milho, já é superior a 90%. Em algodão é de 50%, enquanto o tratamento de sementes de soja alcança mais de 30%, e para outras culturas, como arroz e trigo, está iniciando. Os grandes avanços no tratamento industrial de sementes estão na precisão da dosagem por semente e na segurança ambiental e dos operadores. O inconveniente reside no fato de que uma semente tratada que não é comercializada deve ser descartada, de forma a não contaminar o ambiente. Assim, as empresas tomam procedimentos de controle de qualidade, para que somente sejam tratados lotes de alta qualidade e que serão comercializados. Sem dúvida, o agricultor é o grande beneficiado com esta inovação tecnológica. 



    Gostei da matéria sobre sementes no contexto da sustentabilidade ambiental e alimentar no Brasil. Na ilustração da matéria, o autor utilizou uma zona de conforto que necessita ser aumentada. Poderiam comentar a respeito?

    A zona de conforto é constituída pelas tendências da mudança climática devido à agricultura, necessidade global e produção máxima de alimentos. O aumento da zona de conforto é obtida através de uso da tecnologia que possibilitará um aumento substancial na produção máxima de alimentos. No momento, entende-se como tecnologia sementes de alta qualidade das cultivares superiores, materiais GM, tratamento industrial de sementes, entre outros. 



    Trabalho com sementes de arroz e observo com frequência que há sementes descascadas no meio do lote. Gostaria de saber se estas sementes germinam.

    Toda semente possui três partes essenciais: o embrião que originará a nova planta; uma parte de reserva alimentícia, que é o endosperma ou os cotilédones; e a casca ou o tegumento, que serve como proteção. Qualquer parte que faltar levará a semente à morte. Assim, uma semente de arroz descascada é uma semente morta. No caso de arroz descascado a morte ocorre após aproximadamente três dias após a remoção da casca.



    Entendo que muitos processos biotecnológicos que levam à obtenção de plantas GM são patenteados. Neste sentido, gostaria de saber de quanto tempo é essa proteção e quando começa a contar.

    Realmente, muitos países contemplam patentear materiais biotecnológicos obtidos através de processos, envolvendo, na maioria das vezes, mais de uma patente por material GM.  O tempo de uma patente varia entre países, entretanto é de 18 a 20 anos, contando a partir do momento em que é deferida. Uma vez com a patente, começam os trabalhos de regulamentação e experimentação a campo, que podem levar facilmente 10 anos. Assim, o uso comercial efetivo de um material patenteado é de pouco mais de 10 anos.    



    Tenho entendido que as sementes possuem qualidade fisiológica, física, genética e sanitária. Assim, gostaria de saber quais testes de qualidade obrigatórios são utilizados em um lote de semente certificada de soja. 

    Para serem comercializadas, as sementes necessitam ter um padrão mínimo de qualidade, em alguns casos obtidos no campo e outros em nível de laboratório. Os testes de laboratório são os de pureza física, em que o mínimo deve ser de 98%, e a presença de outras sementes em número por 500 gramas, enquanto a qualidade fisiológica é determinada pelo teste de germinação, na qual o mínimo deve ser de 80%. No momento, há discussões para adotar-se também um teste de vigor para avaliação da qualidade fisiológica das sementes de soja.


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