A crescente aceitação da edição genética para culturas alimentares permitirá um uso mais amplo de tecnologias avançadas para melhorar a produção, de acordo com o Professor Barry Pogson, diretor do ARC Training Centre for Future Crop Development.

   O Professor Pogson comentou sobre a necessidade de uma aceitação pública mais ampla de técnicas genéticas que poderiam melhorar o desempenho das culturas como parte de seu discurso principal na recente Australian Grains Industry Conference em Melbourne em agosto.

*O professor Barry Pogson, diretor do ARC Training Centre for Future Crop Development, disse que a crescente aceitação do consumidor pode ajudar a avançar os processos de aprovação. Foto: AEGIC Austrália

   Ele disse que, embora novas variedades que usam essa tecnologia sejam frequentemente paralisadas por barreiras regulatórias, a crescente aceitação do consumidor pode ajudar a avançar os processos de aprovação.

   O professor Pogson explicou como a tecnologia de edição genética CRISPR permitiu diferentes níveis de manipulação genética. Elas variaram de simples edições de "busca e substituição" do código genético para remover características indesejáveis ​​até a inserção de novos "parágrafos ou páginas de instruções" para novas variedades.

   Os processos tradicionais de melhoramento também podem realizar edições simples, mas o CRISPR pode fazer isso muito mais rápido, preciso e barato. Esse tipo de manipulação genética tem regulamentações relativamente claras e simples na Austrália.

   Edições genéticas mais significativas que inserem novas "páginas" ou mesmo "capítulos de instruções" no código genético de uma planta de outras espécies se estendem ao reino dos organismos geneticamente modificados (GM). 

   O professor Pogson disse que 100 culturas transgênicas, que têm material genético introduzido de uma espécie diferente, receberam aprovação de biossegurança em seus países relevantes nos últimos cinco anos. Embora a negociação dos processos regulatórios em países relevantes possa levar muitos anos, as muitas aprovações mostraram que o progresso estava sendo feito.

   Ele também estimou que 40 culturas diferentes em 25 países diferentes já estavam sendo desenvolvidas com a tecnologia CRISPR, que se tornou comercialmente disponível há cerca de nove anos. "E isso é provavelmente uma subestimação do que está acontecendo", acrescentou.

   Ele disse aos delegados que houve uma mudança no sentimento do consumidor nos EUA em direção à aceitação favorável da edição genética, particularmente entre a Geração Z e a Geração Y. Na Austrália, o Office of Gene Technology Regulator também divulgou os resultados de sua pesquisa de consumidor mais recente, que foi realizada nos últimos 20 anos.

   A pesquisa mostrou que as tecnologias genéticas têm mais probabilidade de serem aceitas pelos consumidores quando eles têm confiança no sistema regulatório e podem ver um benefício ambiental ou social e, idealmente, ambos.

   Não podemos simplesmente fazer a inovação de melhoramento, disse o Professor Pogson. Temos que pensar sobre licença social... sobre viabilidade econômica, o produto, o valor de mercado, tudo incorporado às práticas finais.

   Isso pode incluir o desenvolvimento de processos de "escolha de mercado", como cadeias de produção e fornecimento separadas para diferentes culturas, como foi feito com a canola GM, disse ele.

   Mais de 600 delegados compareceram à Conferência da Indústria de Grãos Australiana de 2024, onde o Professor Pogson falou. A conferência deste ano marcou o 25º aniversário do evento, que é organizado pela Grain Trade A.