Segredos de uma boa semente são tema de live

Segredos de uma boa semente são tema de live

   O perfil do Instagram Academia da Semente (@academiadasemente), prosseguindo com sua programação de transmissões ao vivo, promoveu, na última terça-feira (8) uma live com o tema “O segredo da boa semente”. Com mediação do engenheiro agrônomo Jonas Pinto, responsável pela iniciativa, o momento contou com a participação do coordenador de Produção e Qualidade da SLC Sementes, o também agrônomo Eberton Romanini.

   Inicialmente, Romanini realizou uma breve apresentação da área de sementes da SLC, criada em 2018, nesta empresa cuja trajetória inicia ainda em 1945. Para a safra deste ano, está previsto o plantio voltado à produção sementeira o total de 100 mil hectares, espalhados pelos estados da Bahia, de Goiás e do Mato Grosso. O coordenador destaca que a tônica do trabalho realizado na cadeia tem por objetivo levar a maior qualidade possível à semente e, por consequência, ao consumidor.

   Questionado por Pinto sobre como fazer a gestão de qualidade sobre um projeto de tal magnitude, Romanini lembra que tudo passa pelo planejamento e pelo controle. De acordo com o convidado, um dos diferenciais da SLC está no fato de a produção ser realizada em áreas de cultivo próprias, o que facilita um alinhamento na estratégia e também do espírito da equipe. “São pessoas que vestem a mesma camiseta”, pontuou.

   Romanini relembrou as transformações ocorridas desde o início de sua carreira, ocorrido em 2010, até o momento atual: “Houve uma grande revolução nas práticas agrícolas”. A adoção de materiais precoces permitiu um maior potencial produtivo, o que acarretou no crescimento de capacidade de plantio, colheita, beneficiamento e armazenamento, sendo que este passou a ser realizado de forma refrigerada. “Peguei essa transição. O mundo das sementes mudou”, disse.

   Ele também destacou que houve uma mudança nos padrões de qualidade, que foram elevados, sendo que, em sua opinião, hoje em dia não é mais possível manter os antigos referenciais.

   Um dos diferenciais, nesse quesito, segundo Romanini, é que devem ser feitos muitos testes com grandes amostragens. “Isso nos ajuda a identificar as áreas com grandes padrões de qualidade”, afirmou. A quantidade e a representatividade da amostra, assim, vai fazer a diferença no momento de serem selecionados os campos com excelência. Para tanto, destacou o coordenador, deve haver um cuidado desde a pré-colheita, com o olhar de uma equipe bem treinada: “É o que diz aquela famosa frase: Boa semente se faz no campo”.

   Métodos e processos bem desenhados também fazem parte da busca incessante pela qualidade. Romanini conta que chega a fazer cerca de 20 testes de tetrazólio por campo instalado. Esse ensaio, segundo o convidado, não serve apenas para aprovar ou reprovar um campo de semente: “Ele serve para traçarmos estratégias no beneficiamento também: secagem, descarte, retenção de peneira, armazenamento”.

   Entre os segredos revelados pelo engenheiro agrônomo, está o conselho de tratar cada cultivar como uma espécie diferente, com suas peculiaridades e padrões. “Devemos conhecer a fundo nosso material, suas forças e fraquezas”. Ele contou que, quando há o lançamento de uma nova cultivar, tenta dar foco total a ela, para entender como é o seu desempenho. Outro segredo, segundo ele, é que é necessário se cercar de pessoas muito técnicas, muito profissionais, capacitadas para o trabalho.

   Romanini ainda celebra o papel da pesquisa realizada no próprio campo de produção, que pode auxiliar na tomada de decisão, quando o produtor se depara, por exemplo, com exemplares de qualidade duvidosa.

   Pensando no futuro da produção de sementes, o convidado destacou que tudo o processo se pautará pela busca pela qualidade, em um mercado no qual a régua de comparação está cada vez mais alta, com a certeza de que ela vai subir ainda mais. “Temos que pensar no cliente: quem planta a nossa semente, tem que ter a tranquilidade de deitar no seu travesseiro e consiguir dormir, sabendo que comprou uma semente com alto padrão de qualidade”, disse. Os pilares da boa entrega ao cliente, continuou ele, são qualidade, volume e prazo de entrega; mas a qualidade é o que manda, e ela está no detalhe.

   O mediador, finalizando a live, provocou Romanini a dizer qual é o grande desafio em seu campo de trabalho. “O grande desafio é não ficar parado no tempo”, respondeu. Ele enumerou atitudes como pensar fora da caixa, para não ficar no comodismo, e buscar novas informações, lendo artigos, pesquisando, conversando com outros integrantes da cadeia. “O grande profissional não é aquele que abaixa a cabeça e faz, é aquele que questiona, que argumenta, que tem opiniões. Assim, com diversas cabeças pensantes, vamos buscando essa evolução”, ponderou. 

Subject:Sementes

Author:Equipe SEEDnews

Publication date:14/11/2022 16:06:51

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