As hortaliças são alimentos de alta perecibilidade, que na banca dos supermercados são vendidas com os olhos. O consumidor final está sempre escolhendo os vegetais mais viçosos e com pouco ou nenhum dano físico, já que a maioria é consumido in natura.
Para obter produtos com todas as qualidades desejáveis para a comercialização, o processo de qualquer produção agrícola começa na escolha dos insumos. Sementes de alta qualidade e com tecnologias embutidas e adaptáveis para as mais diversas situações, mesmo com alto valor agregado, já são bem consolidadas no meio.
Na horticultura, a propagação se dá tanto por semeadura direta, quando as sementes são depositadas diretamente no solo, como, através da produção de mudas e posterior transplante a campo. Em ambas as formas de propagação, é importante atentar-se ao momento da semeadura ou transplante. Respeitar o espaçamento e a profundidade ideal de semeadura é o básico para tentar reduzir os efeitos de uma baixa produtividade oriunda de uma má plantabilidade.
A plantabilidade engloba muitas variáveis que vão desde o preparo e condição de solo, até o monitoramento da emergência das plântulas. Na semeadura direta, as semeadoras, em sua maioria são com sistema a vácuo de distribuição específicas para sementes de hortaliças e, hoje tem disponível no mercado, maquinário equipado para operação em sistema de plantio direto de solo, já que esta técnica conservacionista está ganhando cada vez mais adeptos no âmbito hortícola.
Nessa circunstância, a premissa da boa plantabilidade se baseia na mesma já empregada nas grandes culturas, como disco ideal para a semente, pressão do vácuo e ajuste fino regulados linha a linha, sistema de transmissão, roda compactadora entre outras. Não menos importante na temática de plantabilidade na horticultura, o transplante de mudas também requer atenção especial e cuidados específicos.
O transplante pode ser realizado por máquinas denominadas de transplantadoras , onde na sua maioria são máquinas consideradas semimecanizadas, já que necessitam da atuação do homem para depósito das mudas no mecanismo sulcador. Neste caso as mudas são produzidas em bandejas dentro dos viveiros e quando atingem estádio ideal, são transplantadas a campo e necessitam de condições ideais para desenvolvimento e produtividade.
Durante o processo de transplante semimecanizado de mudas, dependendo das circunstâncias de trabalho, condições da máquina e treinamento dos operadores, alguns tipos de falhas podem ocorrer. Falhas do tipo mudas não enterradas em profundidade desejada e ou não enterrada, podem estar relacionadas à compactação superficial, onde o mecanismo sulcador encontra impedimento para romper o solo e enterrar a muda, ou até mesmo em uma condição de sistema de plantio direto, quantidade e manejo da palhada ali presente.
É importante salientar, que diferentemente das semeadoras a vácuo específicas para plantio direto que possuem todo o mecanismo de corte de palha devidamente projetada para este tipo de trabalho, as transplantadoras são implementos que não possuem ferramentas específicas para operação em sistema de plantio direto e no mecanismo sulcador e depositador das mudas, não há um órgão ativo específico para o rompimento de altas camadas de palhada.
Dentro deste contexto, cabe ressaltar a importância da umidade ideal do solo no momento da operação de transplante, pois assim como o excesso de palha, solos encharcados podem acumular e entupir o mecanismo sulcador e depositador das mudas, ocasionando o embuchamento da máquina.
Outro tipo de falha que pode ocorrer, é quando o espaçamento entre as mudas não é uniforme no transplante semimecanizado e pode estar relacionado ao fator “maquina-homem”, onde o auxiliar de operação que vai em cima da máquina, deixa de depositar algumas mudas por razões aleatórias e ou extrínsecas ao processo pelo simples fato de que cada indivíduo possui comportamentos diferentes.
Assim, é fundamental observar e atuar na velocidade de operação, a qual deve ser totalmente compatível com os fatores envolvidos. Pois, pode ocorrer falhas aumentando a probabilidade de crescimento de plantas daninhas no espaço vago, competindo com a cultura por água, luz e nutrientes, além do que, mudas transplantadas a menos, afetam todo o estande final de plantas e com isso a produtividade da cultura fica comprometida.
Isto é usual nas propriedades que possuem máquina semimecanizadas e sem dispor de um auxiliar de operação chamado de repassador.
Qualquer tipo de maquinário para desempenhar satisfatoriamente conforme foi projetado, exige manutenção adequada, boa regulagem, estado de conservação e limpeza em dia, entre outras medidas. Diagnosticar e atuar diretamente nas diversas variáveis que envolvem uma operação de transplante e ou semeadura, pode garantir o alcance nos melhores resultados de uma boa plantabilidade, aumentando a produtividade e obtendo uma excelente colheita ao final.