Nesta seção procuramos atender aos questionamentos enviados pelos leitores. As eventuais dúvidas sobre temas veiculados pela SEEDnews ou mesmo outros pertinentes à atividade agrícola, podem ser encaminhadas para redacao@seednews.inf.br 

    Tenho que enviar sementes básicas de arroz para um país vizinho e já constatei que alguns lotes de sementes estão contaminados com bactéria. Poderiam indicar um meio para erradicar este problema? 

    Além do tratamento químico com um bactericida, existe a termoterapia a seco, que consiste em aplicar temperatura de 60ºC por seis dias. Este processo envolve secar as sementes até 13% de umidade com temperatura menor e depois aumentar um pouco a temperatura para secar as sementes até 5% de umidade. Uma vez com esta umidade, aplicar a temperatura de 60ºC. Quanto menor o teor de umidade das sementes, maior é a capacidade de resistir a altas temperaturas.

    Como está a situação do tratamento industrial de sementes (TIS) no Brasil em termos de adoção pelos produtores de sementes e os agricultores? 

    O TIS foi uma grande evolução na área de sementes, pelas vantagens que ocasiona, como  a boa distribuição dos produtos na sementes, a dosagem, a ratificação da calda, segurança laboral e ambiental. Também, de forma indireta, traz um grande benefício, pois requer que a semente seja de alta qualidade. Em termos de adoção no Brasil, estima-se que 40% das sementes de soja colocadas no mercado tenham o TIS, enquanto em sementes de milho este percentual é praticamente de 100%.

    Tenho escutado que as sementes são higroscópicas, ou seja, aumentam de umidade quando o ar está úmido e perdem umidade  quando o ar está seco. Isto é igual para todas as sementes? 

    Realmente, o equilíbrio higroscópico é a perda e ganho de umidade da semente em função da umidade do ar. Entretanto, este equilíbrio varia entre as espécies, sendo que aquelas com alto teor de óleo entram em equilíbrio a umidades mais baixas. Assim, as sementes de amendoim, por exemplo, entram em equilíbrio a uma umidade mais baixa do que as de milho. Outro fator é a temperatura ambiente: quanto mais baixa, maior será a umidade das sementes a entrarem em equilíbrio, ou seja, as sementes de soja a 30ºC e 50% de UH entram em equilíbrio a 7,4%, enquanto a 15ºC e 50% de UR o equilíbrio será com 9,2%.    

    Tenho observado que as cultivares de soja são posicionadas de acordo com vários atributos, entre eles a densidade de semeadura, que varia praticamente de 200.000 a 400.000 plantas por hectare. Como faço para obter este estande?

    Muito bem, considerando que as condições de semeadura sejam adequadas quanto à temperatura e umidade do solo, deve-se saber o peso de mil sementes (PMS), que no caso da soja varia de 120 a 200g, e o percentual de germinação do lote de sementes, que raramente é 100%. Assim, considerando que se pretenda semear 100 ha de um lote com 90% de germinação e o PMS de 200 g, a quantidade de semente a se obter será de 20 milhões de sementes ou 4.444kg.

    Gostei da matéria sobre os problemas da semente de soja, quando sua umidade é inferior a 9%. Neste sentido, gostaria de saber se isto também ocorre com sementes de gramíneas forrageiras.

    As sementes de soja com baixo teor de umidade tendem a embeber água muito rápido, provocando uma grande perda de solutos da sementes e fazendo com que morram ou apresentem anormalidades. No caso de gramíneas forrageiras, isto não ocorre, pois a    embebição é lenta, mesmo em sementes com baixo teor de umidade.