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Edição XVII | 02 - Mar . 2013
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 


    Gostei da matéria central da última edição da SEEDnews sobre a dinâmica do negócio de sementes no país. Poderíam comentar qual o interesse de os distribuidores entrarem no negócio de sementes de forma tão acentuada e quais os principais efeitos?

    Os distribuidores estão cada vez mais no negócio de sementes, pois é através delas que se inseridos os outros insumos utilizados no cultivo, como agroquímicos e fertilizantes.  Os principais efeitos desta tendência são a redução do quadro de vendedores dos produtores de sementes e a necessidade de qualificação em sementes do pessoal dos distribuidores. Essa qualificação é essencial para atender às possíveis reclamações devido a falhas no estabelecimento da cultura, pois, em geral, a semente é a culpada. E para reverter a situação, conhecimentos técnicos e experiência são necessários. 



    Tenho lido que no processo de tratamento das sementes há necessidade de se agregar um polímero. Qual a função deste elemento no processo?

    O tratamento de sementes, em geral, envolve vários produtos, como fungicida, inseticida, nematicida, micronutrientes, hormônios e outros. É um processo complexo, que envolve dosagem, uniformidade de distribuição, compatibilidade de produtos, segurança de pessoal e do ambiente. Neste processo, o polímero, ou film coating, tem a função de segurar os produtos na semente, evitar a formação de pó e proporcionar um fluxo adequado das sementes no processo de semeadura. Sementes com o polímero, apresentam menos falhas e duplos no processo de semeadura.  

 


    Possuo secadores estacionários para minha semente e tenho observado que durante a noite o processo é mais lento, mesmo utilizando um mesmo fluxo de ar. Como posso melhorar o processo?

    Na secagem estacionária das sementes o controle é da umidade relativa, que deve estar entre 40 e 70%. Abaixo de 40% ocorre  super secagem e acima de 70% não ocorre secagem.  No seu caso, em que a secagem é com ar ambiente, a maior umidade relativa durante a noite fará com que a secagem seja mais lenta. Para resolver isso há duas alternativas: uma é aquecer o ar uma é aquecer o ar aproximadamente 5ºC, para diminuir a umidade relativa, e a outra é desumidificar o ar pelo frio, o que também diminuirá a umidade relativa, ocasionando a secagem das sementes.   


    Em nossas cultivares de soja, que estamos trabalhando para colocar no mercado, há algumas com alta percentagem de sementes duras. Pergunto se há dano mecânico nestas sementes.

    Sementes duras são aquelas que não embebem água, sendo bastante comuns em sementes de trevos, alfafa e cornichão e, em menor escala, em soja e algodão. Para sementes de soja, a dureza é rompida em mais de 90%  durante o processo de colheita, e o restante nas etapas do beneficiamento. Em relação aos danos mecânicos, as sementes duras possuem o mesmo comportamento que as convencionais.  


    Sei que os danos mecânicos afetam a qualidade das sementes, entretanto gostaria que comentassem a relação com o armazenamento.

    Realmente, os danos mecânicos afetam a qualidade fisiológica das sementes, podendo ser imediatos ou latentes. Os danos imediatos são aqueles que rompem a proteção natural das sementes, manifestado-se em poucos dias pelo decréscimo da germinação, enquanto os latentes se manifestam após  alguns meses de armazenamento, em geral, por danos internos na semente. Assim, uma semente danificada possui menor potencial de armazenamento.

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