Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 

    Recebi 30 toneladas de sementes de soja com 13,5% de umidade e armazenei em big bags de 1200 kg. Após um mês de armazenamento, tirei uma amostra para acompanhar a umidade das sementes, constatando que as sementes estavam com 14,5%. O que ocorreu e como se resolve esta situação?

    As sementes armazenadas em pilhas ou em big bags durante um mês de armazenamento não aumentam 1ponto percentual de umidade. O que deve ter ocorrido é seu determinador de umidade estar descalibrado, situação bastante comum. A solução para seu caso é secar as sementes o mais rápido possível, pois a média da umidade é 14,5% em que na massa de sementes tem algumas com umidade bem mais alta, e estas irão comprometer o lote de sementes como um todo. Outra alternativa é aerar, por alguns dias, a massa de sementes.  

    Considero que o esfriamento das sementes foi um dos grandes avanços tecnológicos para a produção de sementes de alta qualidade. Neste sentido, gostaria de saber, em que etapas, numa unidade de beneficiamento, é recomendável esfriar as sementes?

    É recomendável que as sementes sejam esfriadas o mais rápido possível para minimizar o processo de deterioração e esse processo seja realizado nas sementes a granel para que o ar passe, de forma uniforme, por todas as sementes. Desta maneira, recomenda-se que as sementes sejam esfriadas inicialmente nos silos reguladores de fluxo, enquanto aguardam a oportunidade de serem limpas. O esfriamento final deve ser realizado no momento do ensaque.  

    Este ano tive problema com o estabelecimento de uma lavoura de soja, em que a emergência foi inferior a 50%, ou seja, ajustei a semeadura para ter 30planta/m2 e obtive apenas 14. Consultei a qualidade do lote de sementes e este apresentava 92% de germinação. Por favor, comente o que pode ter ocorrido.

    Felizmente, você não colocou a culpa na semente, pois isto normalmente ocorre. Um lote de sementes com mais de 90% de germinação, dificilmente terá problemas de emergência, pois seu vigor provavelmente também seja alto. Várias podem ter sido as causas da baixa emergência das plântulas, a mais comum é devido a chuvas poucas horas após a semeadura. Entretanto, as causas também podem ser outras, como: semeadura muito profunda, pouca umidade no solo, fitotoxicidade, entre outras causas. A melhor determinação da causa é na lavoura.

    Gostei da matéria sobre o custo para obtenção de uma cultivar superior, publicada na última edição da SEED News. Porém, não entendi a razão do alto valor do banco de germoplasma, pois de acordo com lei de proteção de cultivares, qualquer melhorista pode utilizar em seu programa uma cultivar comercial desenvolvida por outro. 

    Realmente a liberdade do fitomelhorista, em relação a uma variedade protegida é universal, entretanto isso não é suficiente para criar uma cultivar com atributos agronômicos e industriais superiores. Há necessidade de uma grande diversidade genética para poder incorporar numa nova cultivar os atributos desejáveis. A importância dos bancos de germoplasma das empresas de sementes está no grande número de acessos (mais de 5000) e na sua caracterização.  

    Gostaria de informações a respeito do tratamento industrial de sementes e quais seriam os equipamentos ideais disponíveis hoje no  mercado para que se tenha uma boa precisão de aplicação dos insumos? Estou necessitando de um equipamento de alta produção.

    O tratamento de sementes industrial é uma realidade, estimando-se que já seja superior a 30% na semente de soja comercializada no Brasil. Este processo é sofisticado, pois envolve vários produtos que devem ser aplicados com precisão na semente. Felizmente, há no mercado tratadores industriais, tanto nacionais como importados, com capacidade variando de uma a 20t/hora.