Consultas

Edição XV | 03 - Mai . 2011
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 


    Em meu entendimento, o ar deve ter uma baixa umidade relativa para poder ser utilizado no processo de secagem, e uma das maneiras é aquecê-lo. Sendo assim, pergunto: qual é a melhor fonte de calor?

    Realmente, uma das maneiras de diminuir a umidade relativa do ar é aquecê-lo, e, neste sentido, existem vários produtos, materiais e processos. De uma maneira geral, tudo pode ser utilizado, desde que a temperatura não fique muito alta. Alguns materiais podem produzir fumaça, e isto pode ser evitado utilizando fornalha especial com aquecimento indireto do ar.  


    Pela leitura da matéria central da última SEEDnews, constata-se que o negócio de sementes envolve conhecimentos de distintas áreas, como a parte de legislação, financeira, tecnologia de produção, controle de qualidade, logística, relações de mercado e marketing. Gostaria que comentassem como as empresas se abastecem de profissionais capacitados.

    O negócio de sementes no Brasil é grande e está em pleno crescimento, requerendo profissionais cada vez mais preparados para as distintas tarefas. Felizmente, o país decidiu investir em capacitação de pessoal em sementes, há mais de 35 anos, e os frutos estão sendo colhidos. Várias universidades oferecem cursos de pós-graduação com ênfase em sementes. 


    Ao que tudo indica, as sementes de forrageiras tropicais são todas colhidas do chão e, para isso, colhedoras especiais foram desenvolvidas. Minha dúvida é se isso é válido para todas as espécies e como é separado todo o material indesejável que vem junto com a semente recolhida do chão.

    Poucas são as espécies em que as sementes são colhidas do chão, pois para isso devem amadurecer em período seco e serem deiscentes. O melhor exemplo de sementes forrageiras colhidas do chão são as Brachiaria decumbens e a Brachiaria brizantha. Em relação à remoção dos materiais indesejáveis, empregam-se equipamentos especiais, há longo tempo desenvolvidos. 


    Por favor, comente sobre o número de patentes que são envolvidas na proteção de um determinado evento, com a da soja RR.

    As patentes, que são outorgadas através de processos, normalmente possuem várias patentes, envolvidas na criação e desenvolvimento de um determinado processo. No caso da soja RR, ainda existem cinco patentes ativas protegendo o material.


    Gostei da última matéria da SEEDnews que aborda o aspecto tamanho de semente de soja e qualidade fisiológica, salientando que, dentro de uma faixa de 0,8 mm ao redor da média, o tamanho das sementes não afeta a qualidade fisiológica. No processo de beneficiamento das sementes, como isso pode ser obtido, sem perder muita semente e removendo aquelas de baixa qualidade?

No Brasil, mais de 90% das sementes de soja comercializadas são classificadas de acordo com o tamanho. Para não haver perdas de sementes boas e nem deixar de remover as de baixa qualidade, é essencial que o encarregado da classificação das sementes realize o teste de peneiras para a devida seleção. Cada lote de sementes possui a sua distribuição normal do tamanho das sementes.


    Tenho observado que algumas empresas, que se dedicam ao negócio de sementes de milho, utilizam pouca área para produzir suas sementes, enquanto outras utilizam grandes áreas para produzir praticamente a mesma quantidade de sementes. Poderiam comentar?

    A explicação está no tipo de milho híbrido produzido. Para produção de sementes de milho híbrido duplo, necessita-se de pouca área. Por outro lado, para produção de sementes de milho híbrido simples, necessita-se de muito mais área, praticamente 10 vezes mais.



    Estou trabalhando num documento  sobre o papel do fitomelhoramento na cultura da soja. Neste sentido, como a soja é originária de clima temperado, gostaria de saber quando a mesma foi introduzida no Brasil e qual foi sua evolução.

    A cultura da soja foi introduzida no Brasil na década de 1950 com materiais trazidos dos Estados Unidos. Por vários anos, a disponibilidade de novos materiais disponibilizados para os agricultores,  dependeu da introdução, entretanto com o passar dos anos, o setor público, especialmente a Embrapa,  a Universidade Federal de Viçosa, o IAC, o IAPAR e a Fepagro, começaram a disponibilizar materiais superiores. O sucesso dos programas de melhoramento foi tal, que se desenvolveram variedades de soja adaptadas para as regiões tropicais do país. Com a lei de proteção de cultivares de 1997, houve um grande aumento de empresas privadas com seus próprios programas de fitomelhoramento, competindo com o setor público. Atualmente, estima-se que 20% das variedades de soja sejam do setor publico e 80% do setor privado.

    A evolução da soja,em termos de área cultivada e produtividade, pode ser observada na tabela no texto. Em 1970 o país cultivava mais de quatro milhões de hectares, aumentado para mais de 11 em 1990, e para mais de 23 milhões de hectares em 2010. Em relação a produtividade média da soja no país, a evolução foi significante, aumentando de 1,21 t/ha em 1970 para mais de 2,9t/ha, em 2010. O aumento de produtividade deveu-se a vários fatores, entre eles, com certeza, a disponibilidade de variedades com características agronômicas superiores e o uso de sementes comerciais, que atualmente é superior a 60%. 



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