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Edição XXII | 02 - Mar . 2018
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Há pouco tempo, descobri a respeito do condicionamento fisiológico e seus efeitos benéficos sob o estabelecimento das plântulas. Esta prática ocorre em sementes também para as grandes culturas?

    Realmente, o condicionamento fisiológico ou osmótico traz benefícios para o estabelecimento das plântulas no campo, por uniformizar a emergência. É uma tecnologia utilizada principalmente em sementes de hortaliças, em que os volumes são relativamente pequenos. Para as grandes culturas o processo ainda necessita ser aprimorado, pois envolve o umedecimento das sementes.   

 


    Recentemente, obtive conhecimento da possibilidade de recobrimento de sementes com diversos ingredientes, como hormônios e micronutrientes. Quais seriam as limitações desta tecnologia na prática?

    O processo de tratamento de sementes com vários produtos requer que a calda resultante seja testada quanto à fitotoxicidade e efeitos sinérgicos principalmente negativos (inibição de ação de algum ingrediente ativo). O tratamento de sementes envolve também dosagem, cobertura da semente, liberação de pó, entre outros aspectos que devem ser considerados. Pode-se considerar que o tratamento aumenta o desempenho das sementes.

 


    Dedico-me à produção de sementes de algodão, as quais apresentaram baixa qualidade após a colheita. Porém, os campos haviam sido amostrados 15 dias antes sem demonstrar problemas e, desde então, não houve chuva na área de produção. Qual poderia ser o problema?

    Várias são as causas que podem afetar a qualidade fisiológica das sementes; a principal é a deterioração de campo, na qual as sementes maduras ficam  aguardando a colheita no campo. Isto ocorre devido à maturação das sementes ser desuniforme, ou seja, algumas podem estar maduras com 13% de umidade, enquanto outras ainda estarem verdes com umidade superior a 40%. Para minimizar a deterioração de campo, recomenda-se colher com algumas sementes verdes junto.

 



    Vejo muitos agricultores realizando a semeadura de soja no “seco” para garantir boa logística das atividades e atingir a semeadura sob o momento ideal. Haveria algum risco para o estabelecimento das lavouras?

    Para germinar, a semente necessita de água, temperatura adequada, substrato e oxigênio. No caso de semeadura no seco, não haverá água suficiente para germinar, entretanto mesmo assim, na grande maioria dos casos, a semente irá embeber água, ativando seu metabolismo. Assim, caso passe mais de três dias sem ocorrer chuvas, as sementes poderão estar mortas. Na hipótese de que a semeadura seja realizada no pó, a semente deve ser revestida com um polímero para minimizar os efeitos da rápida embebição, após a chuva.  

 

 

    Tenho escutado com frequência que, no Brasil, a soja é patenteada e há necessidade de se pagar royalties para a obtenção das sementes. Poderiam explicar resumidamente?

    No Brasil, a soja não é patenteada; o que existe é a proteção de cultivares para quem cria e desenvolve novos materiais, e patente para processos, resultando em algo novo e criativo. No caso de proteção de cultivares, há o royalty  para quem compra semente, enquanto na patente existe a Taxa Tecnológica para cultivares que utilizam os processo para proporcionar um ganho ao agricultor. No Brasil, as cultivares de soja RR2Bt são patenteadas. 



    Nesta seção procuramos atender aos questionamentos enviados pelos leitores. As eventuais dúvidas sobre temas veiculados pela SEEDnews ou mesmo outros pertinentes à atividade agrícola, podem ser encaminhadas para redacao@seednews.inf.br 

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