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Edição XI | 03 - Mai . 2007
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br
    Esta seção da revista SEEDnews está sendo coordenada pela equipe da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br
 

     “No beneficiamento de sementes de soja vários equipamentos são utilizados para remover os materiais indesejáveis e classificar as sementes, como pode ser observado na última edição da SEED News. No entanto, solicito uma explicação: por que a mesa de gravidade é colocada depois da classificação das sementes por tamanho?”
    As máquinas utilizadas no beneficiamento das sementes operam utilizando-se de certos princípios, em geral apenas um, mas que podem ser mais, como é o caso da mesa de gravidade. Esta máquina separa os materiais com base na diferença de peso específico entre
eles, entretanto, quando o tamanho das sementes não é uniforme, também tende a separar por tamanho, reduzindo a eficiência do trabalho. Assim, para separar por peso específico e com alta eficiência, é importante que as sementes sejam o mais uniformes possível, colocando antes da mesa de gravidade o classificador por tamanho.
 


 
    “Gostaria de saber o local do centro de origem do milho e o que está sendo realizado para que não se perca nada da variabilidade genética e, assim, poder ser utilizado nos programas de melhoramento.”
    O milho tem seu local de origem na América Central. Para não se perder a valiosa diversidade genética do milho, como de outra espécie qualquer, expedições científicas são realizadas para coletar os materiais no campo, assim evitando que o homem destrua inadvertidamente algum material. No caso de milho, já se coletou mais de 30.000 acesos (amostras com até 2.500 sementes), as quais encontram-se armazenadas no centro  internacional de melhoramento de milho e trigo (CIMMYT), em condições de baixa umidade e temperatura.
 
 
    “Escuto com frequência que é aconselhável utilizar-se sementes de alto vigor, pois essas, além de superarem as condições adversas com mais facilidade, também tendem a produzir mais. Desta forma, desejo saber, no caso de milho, o que pode ser considerado um lote de alto vigor.”
    Para sementes de milho, as empresas utilizam-se de alta tecnologia, colhendo as sementes em espiga perto do ponto de maturidade fisiológica, entre outros procedimentos. Assim, colocam no mercado sementes de alta qualidade fisiológica, descartando os lotes de sementes que possuem menos de 90% de germinação e 85% no teste de frio, o que permite considerar que lotes de milho com alto vigor são aqueles que apresentam mais de 85% no teste de frio.

 
    “Gostei muito do artigo do dr. Delouche sobre estatística e aproximações. Neste sentido, gostaria que comentassem a relação entre esses parâmetros com a qualidade de sementes.”
    A avaliação da qualidade de um lote de sementes é realizada numa pequena fração que representa o todo. No caso de germinação, se utilizam 400 sementes, que num lote de 10 toneladas representam mais de 60 milhões de sementes. Portanto, os resultados podem variar, o que, até um certo limite, é aceito. Essa variação é maior para lotes de sementes com baixa qualidade fisiológica, pois apresentam maior quantidade de sementes mortas ou que irão originar plântulas anormais. Essa é mais uma razão para se utilizar sementes de alta qualidade fisiológica.

      
    “A qualidade das sementes é afetada por vários fatores, entre eles a temperatura e tenho observado que na colheita da soja nos meses de janeiro e fevereiro a temperatura da massa de grão é superior a 30°C. Poderiam informar quanto tempo a semente pode permanecer com essa temperatura antes de perder sua qualidade?”
    Os produtores de sementes já sabem que soja quente não resiste muito e assim esfriam a massa de sementes o quanto antes – em geral, no prazo de uma semana. Sabe-se que reduzindo-se a temperatura em 5°C o potencial de armazenamento das sementes duplica.
 
 
    “Sou produtor de sementes de soja e outro dia um agricultor que nos comprou semente entrou com um processo contra nossa empresa para solicitar indenização, pois sua lavoura havia sido dizimada por uma doença chamada ferrugem asiática. O que posso fazer?”

    A responsabilidade do produtor de sementes vai até o estabelecimento da lavoura, pois até esse momento o processo tem muito a ver com a qualidade das sementes. Após esse estágio, os riscos correm por conta do agricultor, principalmente se a doença não é transmitida por semente e a cultivar não é caracterizada como resistente a doença (no caso de ferrugem asiática não há variedades resistentes em nível comercial).
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