Em meados da década de setenta tornou-se
obrigatório o uso de Semente Fiscalizada nos empréstimos de custeio. Era necessário
estabilizar o emergente setor de sementes e o crédito era subsidiado. Em função
desta medida a taxa de utilização de Sementes Fiscalizadas de soja e arroz
aproximou-se de 80%. Com o desaparecimento de facilidades governamentais no
crédito rural esta exigência também caiu. Caíram também as taxas de utilização
de Sementes Fiscalizadas, como por exemplo de soja e arroz, que baixaram para
aproximadamente 55%. Todavia registramos que o setor sempre buscou o
aprimoramento dos procedimentos tecnológicos e a implantação de modernas
técnicas mercadológicas. A apresentação do produto, o preço, a qualidades e
outros procedimentos vão fazer a diferença.
"O agricultor só tem
vantagens quando adquire sementes fiscalizadas"
Quanto à qualidade do grão armazenado
e plantado pelos agricultores, estudo tem demonstrado a sua qualidade, tanto
fisiológica como especialmente em relação à mistura de cultivares e presença de
sementes de plantas silvestres e nocivas. A incidência de antracnose em grãos
de feijão utilizados para plantio é bastante alta, o que evidencia seguramente uma
das causas da baixa produtividade das lavouras, já que a taxa de utilização de
Semente Fiscalizada ou Certificada de plantas autógamasé, percentualmente, em
relação ao preço da venda do produto comercial, bastante favorável ao consumidor.
Se o agricultor agregasse ao preço do
grão valores para sua limpeza, armazenamento, conservação e embalagem, veria
que há vantagem em adquirir Semente Fiscalizada. Quanto à argumentação de que a
qualidade da Semente Fiscalizada não é boa, em função especialmente da
Fiscalização do Comércio de Sementes que atualmente é incipiente, é uma
falácia.
Levantamentos efetuados demonstram que a
qualidade da Semente produzida no Rio Grande do Sul é excelente. A tendência é
que a Fiscalização do Comércio de sementes decline em virtude do Código de Defesa
do Consumidor. Atualmente o consumidor de sementes tem um aliado muito forte e decisivo
- eventualmente, pois os programas não são perfeitos - quando compra um produto
que lhe cause prejuízos. Nenhum produtor de sementes quer seu nome e marca
divulgados de maneira desairosa. Logo, quem mais deseja que a semente atinja
seus objetivos é o próprio produtor e, se ' porventura existir quem não pensa
assim, será alijado do mercado pelos consumidores, com significativos prejuízos
em sua parte mais sensível: o bolso.
Outro dado positivo é quanto à
disponibilidade de Semente Fiscalizada: não há registro de escassez na última
década. Todavia é perfeitamente normal que os bancos financiem grãos do próprio
produtor para a implantação de sua lavoura. Quanto ao seguro do crédito ou Proagro,
também deve ser concedido para lavouras fundadas com grão. E logicamente quando
o sinistro ou a causa do insucesso não esteja relacionada com a qualidade
genética, física, fisiológica ou sanitária do produto utilizado, seja pago ao agente
financeiro.
Entretanto o que não se pode admitir é
que integrantes de instituição bancária oficial queiram alterar uma
recomendação de pesquisa no intuito de admitir, em razão disso, que o sistema
bancário financie grãos em detrimento de Semente Fiscalizada. Isto aconteceu
recentemente durante a XXIX Reunião da Comissão Bul-Brasileira de Pesquisa de
Trigo. Semente Fiscalizada ou Semente Fiscalizada ou Semente Certificada são
vetores de tecnologia, comprovadamente. A Pesquisa oficial deve, recomendar sempre
a melhor solução.
Agora, se as instituições de crédito,
como o Banco do Brasil por exemplo, o que deve ser modificado são seus normativos
e o regulamento do Proagro. Nunca uma recomendação tecnológica.
"O produtor de sementes é o
maior interessado na qualidade e portanto o grande aliado do
agricultor"