V. Noticia-se que, em 2000, 65% da famílias britânicas compraram pelo menos um alimento orgânico, contra 37%, em 1998. O mercado desses produtos estaria faturando 600 milhões de libras, na Inglaterra. Entretanto, o sistema vem sendo criticado à medida em que chegam na mídia, os produtos agropecuários obtidos segundo o colorário da produção orgânica (sem fertilizantes e cultivares geneticamente modificadas), para o caso de vegetais, e sem remédios halopáticos (químicos), para o caso de animais. Assim, o cientista Anthony Trewavas, da Universidade de Edinburbo/Inglaterra, diz que o setor de orgânicos não se apóia em dados científicos (uma vez que não existem); argumenta que centenas de testes realizados com produtos orgânicos e convencionais não conseguiram encontrar diferenças entre eles, em termos de sabor e nutrição; que, a regulamentação dos alimentos orgânicos, na Inglaterra, orienta-se por elementos ideológicos; que o uso de esterco animal, como fertilizante, pode contaminar os produtos com a bactéria E. coli , como ocorreu nos Estados Unidos e na Escócia, recentemente; e que, os consumidores não estão sendo informados sobre o tema.
Na média de 2000-2001, o Produto Interno Bruto do agronegócio brasileiro esteve em R$ 306,85 bilhões, dos quais a agricultura contribuiu com 15%, a pecuária com 13% e a agroindústria com 72%. Desta última parcela, insumos como fertilizantes, corretivos, defensivos agrícolas e sementes, principalmente, corresponderam a 2,6%, sendo que os restantes 69,4% representaram o valor dos produtos da indústria de alimentos.
Maior urbanização, menos gente no campo - O Senso 2000 do IBGE indicou ter aumentado de 76 para 81% o grau de urbanização no Brasil, na década de 90, o que significa dizer que, na média de todas as regiões, de cada 100 brasileiros, somente 19 vivem no meio rural - cerca de 32 milhões de pessoas.
“Syngenta Crop Protection” vê o Callisto aprovado nos Estados Unidos - A Syngenta (fusão das divisões agrícolas da Novartis e AstraZeneca) anunciou o seu novo produto, com potencial de um bilhão de dólares, no cobiçado mercado de herbicidas, destinado à cultura do milho, onde, nos Estados Unidos, estão 70% do consumo mundial.
A crise energética afeta eventos agropecuários - O rendoso negócio de exposições, feiras e dias de campo, já monta estratégias face a situação de redução do consumo de energia elétrica, eliminando ou mudando o formato de certas atrações, devido ao aumento dos custos, com o aluguel de geradores.
Máquina para incentivar a renda do algodão na pequena propriedade - É o que espera-se da beneficiadora desenvolvida pela Embrapa, desobrigando o pequeno agricultor a entregar a sua produção de algodão “cru” ou em caroço. Segundo os cálculos realizados, a relação entre a renda proveniente da venda da pluma e do caroço, separadamente, é de 69% a mais do que a venda do algodão em caroço. Se o “caroço” for aproveitado como “semente” (produção controlada e cultivar identificada, com origem conhecida da semente básica), a renda do agricultor, com o uso da máquina em referência, dobra em relação a venda da pluma e do caroço separados, para uso industrial. Aí está uma possibilidade para a produção de sementes de algodão, livre dos problemas existentes nas grandes usinas, onde a semente não é o produto principal.
Cuba quer produzir grãos - Em visita ao Brasil, Alfredo Jordan, Ministro da Agricultura daquele país, diz querer diversificar a produção agrícola na ilha, com algodão, arroz, milho, girassol e carnes, iniciando agora com a cultura da soja. Seguindo sua política de intercâmbio, os cubanos desejam trocar tecnologias brasileiras de produção de grãos, por controle biológico de pragas e vacinas para animais. Para isso, Alfredo Jordan negocia uma parceria com a Embrapa, que talvez possa se efetuar através da empresa cubano-brasileira BrásCuba, dedicada à produção de cigarros com tecnologia brasileira.
Aumento da produtividade do campo no bolso do trabalhador urbano - Estudo realizado pelos economistas José Roberto Mendonça de Barros e Juarez Rizzieri mostra as transformações ocorridas na produção agrícola brasileira nos últimos 25 anos, que resultou em aumentos progressivos da produtividade em arroz (120%), batata (103%), milho (102%), soja (55%) e feijão (34%). Paralelamente, estes economistas descobriram que há 30 anos a maior parte das famílias brasileiras (entre 2 e 6 salários mínimos) gastava mais de 40% de seu orçamento para comer. Em São Paulo, nos anos 80, essa despesa passou para 37,7% e hoje situa-se em 27%. Anote-se que estas informações estão em coerência com os aumentos de produtividade ocorridos na agricultura, onde a “cultivar” vem se destacando como fator de alavancagem desse processo.
Cevada em alta - A produção desse cereal cresce nas regiões Sul (130 mil ha; 372 t) e Centro-Oeste (1,4 mil ha; 7 mil t), com a força de novos eventos e as atuais dificuldades impostas pelo câmbio para importar grãos e malte, para a fabricação de cerveja. Assim, foi assinado em junho último um acordo entre o banco do Brasil e a Cia. de Bebidas das Américas (Ambev), que garante para os agricultores dos três estados do Sul o custeio da safra, preços mínimos pré-estabelecidos e a compra de toda a produção obtida. De outra parte, a BRS 180, recentemente lançada pela pareceria Embrapa/Malteria do Vale, parece fechar o circuito da produção do cereal nos Cerrados centrais, porém com a restrição de ser a cultivar de espigas de seis fileiras, mas que será acompanhada brevemente por outros materiais de duas, que estão saindo do laboratório.