Pesquisadores estudam estratégias para otimizar a produção de milho em ambientes semiáridos na Argentina

Pesquisadores estudam estratégias para otimizar a produção de milho em ambientes semiáridos na Argentina

   Com o objetivo de fornecer recomendações de manejo para enfrentar a escassez de água e melhorar a produtividade dos cereais, uma equipe de pesquisa do INTA San Luis avalia o impacto da data e densidade de semeadura na eficiência do uso da água e no rendimento do milho em ambientes semiáridos.

   Nas regiões semiáridas, onde a água é um recurso limitado, a data e a densidade de plantio desempenham um papel fundamental na eficiência do uso da água (EUA) e na produtividade de grãos (GR) do milho. O atraso na semeadura e a redução controlada da densidade podem gerar efeitos favoráveis.

   Maximiliano Riglos, pesquisador do INTA San Luis, explicou: “Ao atrasar a semeadura, mais umidade se acumula no solo e a demanda de água é reduzida durante o período crítico para o milho”. Além disso, indicou que, na sementeira tardia, “o período crítico ocorre em Fevereiro, quando as condições ambientais são mais favoráveis ​​do que em Janeiro, mês correspondente à semeadura antecipada. Isso permite que as semeaduras tardias tenham geralmente maior eficiência no uso da água.”

   Segundo o especialista, a redução da densidade de plantio permite que cada planta tenha acesso a mais recursos, inclusive água. “No entanto, isso pode reduzir a eficiência hídrica se o número de plantas por metro quadrado for reduzido demais, comprometendo o desempenho. Portanto, o ajuste de densidade é fundamental nesses ambientes, onde o equilíbrio entre eficiência e produção é crítico”, destacou.

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FOTO: INTA


   Por sua vez, Nicolás Rusoci, atualmente pesquisador do INTA Pergamino, indicou que neste estudo “a evapotranspiração da cultura variou significativamente com a época da semeadura, sendo maior na semeadura precoce. Em relação à produtividade, tanto a data quanto a densidade influenciaram positivamente: o aumento da densidade melhorou a produtividade, e as semeaduras tardias superaram as precoces neste aspecto. De referir que este aumento foi avaliado numa safra atípica onde as temperaturas nos períodos críticos foram muito elevadas.”

   Além disso, Rusoci explicou que não foram encontradas diferenças significativas na eficiência do uso da água entre diferentes datas e densidades de plantio, “o que sugere que o rendimento de grãos estava diretamente relacionado à evapotranspiração da cultura ao longo da estação de crescimento”.

   Quanto às recomendações, o INTA San Luis indicou que é fundamental conhecer bem as características do lote antes de definir a densidade de plantio. “Em ambientes com alto desempenho alvo (disponibilidade hídrica e nutricional adequada), recomenda-se aumentar a densidade dentro de uma faixa razoável, enquanto, em situações onde se espera um desempenho semelhante ou inferior à média departamental, é melhor não aumentar muito para evitar a competição entre as plantas”, explicou Rusoci.

   “Além disso, em áreas com geadas generalizadas durante a maior parte da primavera e chuvas concentradas no verão, as semeaduras tardias são geralmente mais apropriadas, exceto em anos muito úmidos ou com acesso à irrigação, onde a data poderia ser antecipada para aspirar a um maior rendimento, cuidando da possibilidade de geadas tardias”, concluiu Riglos.

Subject:Linha Verde

Author:INTA

Publication date:17/12/2024 12:10:16

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