As grandes embalagens conhecidas por big bags são objeto rotineiro no ramo de produção de sementes. São elas que permitem que sejam levados os grandes lotes de sementes, na casa de milhões delas, do beneficiamento ao agricultor, para que as plante. Pensando nessa importância, o perfil Academia da Semente, liderado pelo engenheiro agrônomo Jonas Pinto, trouxe este tema para sua live mensal.

   Para conversar sobre os big bags, foi convidado o engenheiro Gustavo Rastelo, que atua em indústria especializada na fabricação desse tipo de embalagem. De acordo com o convidado, apesar de ser visto como algo simples, o universo desse tipo de embalagem não o é. Rastelo brinca que os big bags não deixam de ser imensas sacolas plásticas, como as de supermercado, mas que possuem alta resistência.

   Feitas de fitas trançadas, elas podem armazenar até 2,5 toneladas, possibilitando o transporte de produtos diversos, desde minérios até mesmo sementes. Geralmente, são produzidas em polipropileno, plástico com boa processabilidade e custo mais acessível, conjugando características necessárias para tal fabricação, pois o material não pode ser nem totalmente rígido nem totalmente flexível.

   O engenheiro conta que, quando são fabricados os big bags, algumas perguntas devem ser respondidas, tais como qual o produto será transportado, qual capacidade será necessária, se vai haver algum tipo de empilhamento e se a embalagem será reutilizada. “Esses pontos se conectam; então tentamos ver qual é o melhor produto para o cliente”, explica Rastelo, ao lembrar que o produto final buscará atender à necessidade final do consumidor.

   O convidado afirma que os big bags passam por uma série de testes, que aferem sua capacidade em resistir a procedimentos como içamento, transporte e manuseio no campo, no caso daquelas voltadas à sementes. Essas provas ocorrem, segundo ele, com margens de segurança consideráveis daquelas apontadas pela utilização.

   Questionado pelo público sobre a reciclagem do material, ele destaca que o material mais popular para a fabricação, o polipropileno, é 100% reciclável; dessa forma, tem se tornado mais usual para o usuário do produto o encaminhamento para esse tipo de reaproveitamento. “Nem sempre ele vai voltar como big bag”, explicita Rastelo. Ele cita, no entanto, que é necessário que não ocorra a mistura de materiais para que o procedimento possa ocorrer.

   Finalizando a transmissão, o engenheiro aponta algumas novidades no que trata desse tipo de embalagem. “As unidades brasileiras se destacam pela inovação”, comenta. Segundo Rastelo, o futuro traz aplicações cada vez mais customizadas para os big bags, apontadas pela proximidade com os clientes. 

   Também está no horizonte a popularização de embalagens herméticas, que diminuam o efeito da exposição à atmosfera, estendendo o período de validade dos produtos. A medida pode ser uma aliada em períodos de safras mais difíceis: “O tempo deixa de ser um fator determinante na negociação”.