Pesquisadores da Universidade de Tsukuba, no Japão, usaram a tecnologia de edição genética CRISPR/Cas9 para desenvolver melões com prazo de validade que aumentou em 14 dias ou até mais. 

   O objetivo foi modificar a via de síntese de etileno no melão de luxo japonês (Cucumis melo var. reticulatus, variedade “Harukei-3”). Há muito se sabe que o hormônio vegetal gasoso etileno promove o amadurecimento dos frutos e desempenha um certo papel na vida útil dos frutos.

   A enzima oxidase do ácido 1-aminociclopropano-1-carboxílico (ACO) está associada à etapa final da via de produção de etileno e possui múltiplos genes homólogos. O grupo de pesquisa da Universidade de Tsukuba demonstrou anteriormente cinco genes CmACO (genes homólogos de ACO) no genoma do melão e mostrou que o gene CmACO1 ​​​​é predominantemente expresso na fruta colhida. Portanto, CmACO1 ​​seria um gene importante para melhorar a preservação do fruto do melão. Os pesquisadores selecionaram CmACO1 ​​​​como alvo da edição genética e tentaram introduzir mutações no gene.

   Os melões colhidos não apresentaram genes estranhos (inseridos de outra espécie) e as mutações induzidas foram herdadas por pelo menos duas gerações. Na linhagem sem edição genética (tipo selvagem), foi observada geração de etileno no fruto aos 14 dias após a colheita, a casca ficou amarelada e a polpa amolecida. No entanto, em melões com genoma editado, a geração de etileno foi reduzida a um décimo da do tipo selvagem, com casca verde e fruto firme, indicando que a introdução da mutação CmACO1 ​​por meio da edição genética melhorou a vida útil dos melões.

   Os resultados deste estudo indicam que a edição genética pode contribuir para reduzir a perda de alimentos e contribuir para a segurança alimentar global.

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