Os alimentos não serão mais rotulados como 'Organismos Geneticamente Modificados' ou 'OGM'. Agora, eles são identificados como 'Bioengenharia'

   Assim, a partir de 2022, os alimentos produzidos ou derivados de engenharia genética devem ser claramente identificados para os consumidores nos Estados Unidos, pois um novo padrão de rotulagem para alimentos bioengenharia entrou em vigor.

   Segundo a Secretaria de Agricultura deste país, alimentos geneticamente modificados são aqueles cujo material genético foi transformado por recombinação genética, técnica que permite a transferência de segmentos de DNA de um organismo para outro; que não seja da mesma espécie, ou que não possa ser produzida por técnicas agrícolas convencionais.

   Até agora, nenhum dos alimentos derivados de organismos geneticamente modificados exigia rotulagem especial. Em 1992, a Food and Drug Administration (FDA) norte-americana elaborou uma política de rotulagem de alimentos que excluía aqueles que eram produto da engenharia genética porque, como a entidade argumentou na época, eles não tinham diferenças "materiais" com qualquer outra comida. Em outras palavras, para o FDA, as diferenças eram imperceptíveis ao paladar, olfato ou outros sentidos.

   Isso mudou em 2016, quando o Congresso dos Estados Unidos aprovou o “National Bioengineered Food Disclosure Standard”, norma que surgiu com a intenção de fornecer mais informações aos consumidores sobre seus alimentos e padronizar a rotulagem em todo o país.

   Para cumprir a nova regra, os interessados ​​têm várias opções para decidir como preferem relatar que seu alimento é produto ou derivado da bioengenharia. Por exemplo, eles podem anunciá-lo por escrito, com carimbos estipulados pelo Ministério da Agricultura, por um link eletrônico ou por um código QR.

   Justamente esse último método é uma das críticas que a medida tem recebido, já que são mais de 100 milhões de americanos sem celular, que não conseguirão escanear um código QR. O Centro de Segurança Alimentar sustenta que mudar conceitos como "OGM" ou "Engenharia Genética" para "Bioengenharia" pode confundir os consumidores.

   Outros críticos alertam que a nova rotulagem permite que alguns alimentos altamente processados ​​derivados de plantas transgênicas, como amidos, amidos de milho e óleos, burlem a norma, já que não possuem traços detectáveis ​​de DNA modificado.

   Embora a implementação da nova rotulagem deva começar em 2020, ela só é obrigatória para produtores, importadores e algumas empresas até este ano. No entanto, esta medida não afeta estabelecimentos como restaurantes, que podem rotular voluntariamente seus alimentos.