Nesta seção procuramos atender aos questionamentos enviados pelos leitores. As eventuais dúvidas sobre temas veiculados pela SEEDnews ou mesmo outros pertinentes à atividade agrícola, podem ser encaminhadas para redacao@seednews.inf.br 

    Em nosso processo de produção de soja na UBS, realizamos amostragem em diferentes etapas do beneficiamento. Porém, em relação à exigência mínima por parte da legislação, há necessidade de amostrar lotes não finalizados e armazenar as amostras?

    Apesar da importância de haver um apropriado rastreamento do processo para um eficiente controle interno de qualidade e tomadas de decisão durante o processamento em uma empresa de sementes, o Ministério da Agricultura estipula a necessidade de amostragem oficial apenas de lotes finalizados, ou seja, os quais tenham potencial e propósito de comercialização. Desta forma, toda a cadeia do mercado de sementes permanece protegida contra produtos de baixa qualidade.

    Em artigos de edições anteriores, assim como em alguns livros, vejo que há muitos testes de vigor possíveis. Porém, gostaria de saber qual o melhor teste para saber a capacidade de armazenamento de sementes de soja?

    Há diversas análises que permitem inferir o vigor das sementes, tais como: velocidade de germinação, comprimento de plântulas ou coloração dos tecidos, como no caso do Tetrazólio. No entanto, apesar de fornecer uma estimativa do vigor atual das sementes, não são tão precisos em demonstrar a capacidade de armazenamento e resistência das sementes aos estresses relacionados. Para isto, testes que envolvem estresses fisiológicos são conhecidos por permitirem maior precisão nos resultados, como o de envelhecimento acelerado.

    Estive buscando artigos que abordam a qualidade das sementes de soja durante o transporte, porém sem muito sucesso. Assim, saberiam dizer se há redução de qualidade?

    A diversidade das espécies e sua capacidade de armazenamento em termos gerais faz com que esta seja uma maior preocupação em alguns casos, como a soja, a qual, devido à sua constituição química, possui menor resistência a estresses e variações térmicas e hídricas. No Brasil, ambientes tropicais e subtropicais com temperaturas elevadas em períodos críticos à safra podem causar maior respiração das sementes, reduzindo assim a qualidade. Em termos gerais, estudos demonstraram ser comuns os decréscimos de 1 a 2% de germinação em transportes que excedem 48 horas de deslocamento em períodos com temperatura ambiental superior a 30oC. 

    Estive lendo a matéria central da última edição da SEEDnews de Maio/Junho, e gostaria de saber como é possível manter a fonte da semente genética. Além disso, todos podem produzi-la?

    Devido à importância de manter a qualidade e volume mínimo de cada cultivar para futuras gerações, amostras vivas de sementes são fornecidas ao Ministério da Agricultura sempre que o respectivo material estiver sendo ainda comercializado. No entanto, como apenas o obtentor do registro de cada cultivar possui autorização para sua multiplicação, é de bom senso que o mesmo realize a multiplicação frequente de pequenos volumes com máxima inspeção e retirada de plantas atípicas, a fim de manter máxima pureza genética. A fonte de semente genética deve ser sempre de categoria superior, não sendo permitido o uso das demais categorias, como Básica, Certificada e Fiscalizada. Em relação à produção, caso seja de interesse do obtentor, é possível firmar contratos de licenciamento do material para outras empresas.

    É possível importar cultivares registradas de soja ou milho em outros países, para produzir e comercializar no Brasil?

    Devido às diversas particularidades climáticas, políticas e sociais de cada país, o Brasil estipula, através do programa de registro nacional de cultivares, a necessidade de que as principais características da cultivar em questão sejam comprovadas por meios de testes de VCU (Valor de Cultivo e Uso) por dois anos em três locais ou três anos em dois locais. Além disto, para registro de um cultivar, o germoplasma necessita atender os padrões de DHE (Distinguibilidade, Homogeneidade e Estabilidade).