Consultas

Edição XVIII | 04 - Jul . 2014
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 


    Percebe-se que o tratamento industrial de sementes realmente está em franca adoção no Brasil, o que significa sementes de melhor qualidade para o agricultor e menor risco para os operadores, entre outras vantagens. Seria possível explicar o que vem a ser a calda no tratamento de sementes?

    O tratamento envolve equipamentos e produtos. Em relação a produtos, estes podem ser vários, aplicados individualmente ou misturados. A calda vem a ser a mistura dos produtos e eventualmente água que deve ser validada para cada formulação, pois pode ser tóxica à semente, apresentar problemas de estabilidade, apresentar reações diversas ou, inclusive, não ser eficiente.


    Lendo a matéria central da última SEEDnews, constatei que as sementes de milho, mesmo dentro de uma mesma espiga, apresentam diversos tamanhos e formatos. Fiquei sabendo que as sementes redondas e chatas são de um mesmo híbrido ou variedade, ou seja, com mesma carga genética. Poderiam comentar o que faz uma semente ser tão diferente da outra?

    Uma espiga bem formada de milho possui ao redor de 600 sementes, sendo que as chatas situam-se no centro da espiga, com pressão dos dois lados, enquanto as redondas situam-se nas extremidades da espiga, por sofrerem menos pressão. Em situações de problemas de polinização, é comum ter sementes isoladas no centro da espiga, e neste caso a semente terá a forma arredondada. 




    Examinando a taxa de uso de sementes salvas pelos agricultores em sementes de arroz, soja e trigo, constata-se que é bastante alta. Assim, como não paga nada para quem criou e desenvolveu a variedade, o custo do royalty para quem compra semente torna-se mais alto. Poderiam comentar a respeito?

    Está correta a sua colocação, pois, pela lei de proteção de cultivares, no Brasil, a semente salva pelo agricultor não paga royalty, o que representa algo injusto para quem investiu tempo e dinheiro para criar e desenvolver uma variedade superior. Há países que fizeram acordos com os atores da cadeia, referendados pelo governo, para que a semente salva também contribua para a manutenção da pesquisa. 


    Sou responsável pela unidade de beneficiamento de uma empresa de sementes e tenho observado que as sementes do centro da pilha demoram mais de um mês para esfriar, enquanto as da periferia esfriam em questão de horas. Como ocorre isso?

    Em uma pilha de 500 ou 1000 sacas ou de Big Bag, o ar passa na vota da pilha com facilidade, tirando ou agregando calor; entretanto, no centro da pilha, o ar não passa, sendo a troca de temperatura por outro princípio bem mais lento. Essa é a razão do sucesso do processo de esfriamento dinâmico das sementes a granel. 


    Ouvi falar que há um secador novo no mercado, que usa ar frio. Tenho dificuldade em entender como o frio pode secar a semente.

    O ar possui duas funções no processo de secagem; uma é propiciar a energia necessária para que a água saia das sementes, e a outra é transportar para fora do ambiente a umidade que sai das sementes. A energia para tirar a água das sementes é a baixa umidade relativa, que se pode obter aquecendo o ar ou desumidificando-o pelo processo de frio. Neste processo, o ar é esfriado para baixo do ponto de orvalho, promovedo a condensação de água. Após este processo, eleva-se um pouco a temperatura do ar, e com isso o ar de secagem será frio e seco, pronto para retirar a umidade das sementes.

Compartilhar