Consultas

Edição XVIII | 03 - Mai . 2014
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 


    Quando nos é apresentada uma tabela ou uma figura para evidenciar determinado resultado, em que devemos prestar atenção?

    O número é uma das ferramentas mais consistente que se pode utilizar para evidenciar algo, sendo a tabela mais precisa do que a figura. Numa tabela, assim como na figura, é bom ver como os valores foram obtidos, pois o método científico é criterioso e considera uma probabilidade de acerto, que em geral é de 95%. Na tabela, além de verificar se houve diferença, também é importante verificar qual foi a variação ocorrida. Numa figura, observa-se a tendência dos resultados e quanto próximo está o dado estimado em relação ao observado. É importante que a metodologia considere sua utilização na prática e que as variações, fora dos tratamentos, sejam controladas.


    Sabe-se que as culturas de trigo, arroz, milho e soja, por exemplo, possuem uma recomendação de densidade de semeadura de um determinado número de plantas por m². Como determino a densidade de semeadura?

    A densidade de semeadura varia em função do número de plantas desejado por área e, desta forma, o cálculo da densidade e da necessidade de sementes leva em consideração a qualidade fisiológica das sementes e seu peso. Assim, em soja, para uma população de 30plantas/ha, de um lote de sementes com 90% de germinação e 8 sementes/g, tem-se: 30 plantas/m2 X 100/90, resultando em 33,3 sementes/m2. Para um hectare a quantidade será 333.000 sementes; e como oito sementes pesam um grama, o peso será de 41,6kg. Em geral, aumenta-se um pouco a quantidade de sementes, como fator de risco, pelas adversidades que a semente encontra no solo para desencadear o processo de germinação.




    Gostei da matéria central da última edição da revista sobre a desuniformidade de maturação das sementes, mostrando tabelas e figuras bastante convincentes. Como esta característica afeta a qualidade das sementes?

    A desuniformidadade de maturação das sementes é uma forma de preservação das espécies, pois, caso ocorra algo adverso num determinado momento do processo de maturação, algumas provavelmente sobreviverão por estarem já maduras ou recém polinizadas. Entretanto, isto faz com que algumas sementes tenham que esperar pelas outras para serem colhidas, com grande probabilidade de se deteriorarem no campo. Este é o principal inconveniente, advindo daí a recomendação de se colher as sementes com umidade superior a 13% e realizar a secagem artificial. 



    Tenho observado que o peso hectolítrico das sementes de trigo, soja e milho diminui conforme a umidade das sementes aumenta; por outro lado, as sementes de arroz apresentam um maior peso hectolítrico conforme a umidade aumenta. Poderiam comentar?

    Especificamente em trigo, este é comercializado em função de seu peso hectolítrico, sendo que peso inferior a 77kg indica trigo de baixa qualidade. Assim, como a umidade afeta este valor, a determinação é realizada com umidade de 13%. Em relação ao efeito da umidade no peso hectolítrico das sementes de trigo, soja e milho, deve-se ao fato de as sementes terem um volume maior com umidades mais elevadas, o que não ocorre com sementes de arroz, que embebem água e praticamente não aumentam de volume (devido à casca, que esconde um espaço vazio).



    Estou confuso em relação aos tipos de sementes que o Brasil utiliza em termos de categorias e classes. Parece que a semente fiscalizada não existe mais.

    Atualmente, o país possui duas classes de sementes: a certificada e a não certificada. A certificada possui quatro categorias – a genética, básica, certificada 1 e a certificada 2. Já a classe não certificada, possui duas categorias, a S1 e a S2.  A classe certificada possui um controle de qualidade mais estrito, sendo, em geral, através de uma agência certificadora. Em relação à semente fiscalizada, essa não existe mais. 

Compartilhar