Esta seção é coordenada pela equipe de professores da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br 

    Gostaria de saber como proceder em relação ao teste de tetrazólio para determinar a viabilidade de sementes de arroz?

    O teste de tetrazólio, realmente, determina a viabilidade das sementes ou o percentual de germinação mais as sementes dormentes, sendo muito útil em programas de controle interno de qualidade, por sua rapidez e confiabilidade. O teste, resumidamente, consiste em embeber as sementes em água durante 16 horas, cortá-las ao meio através do embrião e colocá-las em uma solução de 0,5% de tetrazólio, por duas a quatro horas, dependendo da temperatura. As sementes que tiverem o embrião colorido serão consideradas viáveis. 

    Estou num processo para introduzir o esfriamento das sementes de arroz após a colheita. Necessito saber como isto vai afetar a dormência das sementes.

    As sementes de arroz apresentam dormência de pós-colheita, que pode ser mais ou menos profunda, dependendo da variedade. A superação da dormência se dá naturalmente após alguns meses de armazenamento, entretanto, pode ser acelerada pela exposição à alta temperatura, que ocorre durante a secagem artificial utilizando secadores intermitentes. Também se sabe que temperaturas baixas superam a dormência; assim, a utilização de frio para armazenar as sementes de arroz, ajudará de alguma forma a acelerar a superação de dormência.

    Tenho observado que várias entidades relacionadas a sementes apresentam em sua estrutura comitês específicos para tratar de algum assunto. Poderiam comentar a importância desses comitês?

    De fato, entidades como Ista, ISF, Abrasem, Abrates e outras apresentam comitês em sua organização. A ISTA e a ISF apresentam mais de 10 comitês cada uma, para tratar de assuntos específicos. Esses comitês possuem um coordenador e atuam com presteza e autonomia. As entidades possuem, em geral, um pequeno corpo diretivo, ao redor de cinco pessoas, e utilizam os comitês para multiplicarem as suas ações. É bom salientar que os comitês praticamente atuam sem ônus para a entidade.  

    Estive lendo na última SEEDnews que a Embrapa, em parceria com a empresa BASF, já possui variedades de soja geneticamente modificadas resistentes a um herbicida total e com permissão legal de comercialização, entretanto, disponibilizarão esses materiais apenas em 2012. Pergunto, porque esperar tanto tempo?

    A Embrapa, possui realmente, em conjunto com a BASF, um material GM resistente a um herbicida total, que muito contribuirá para o controle de invasoras. É importante ter mais do que uma opção no combate a invasores, o que é válido para muitos outros aspectos. Em relação ao tempo para disponibilizar a inovação tecnológica aos agricultores, deve-se à necessidade de também aprovar o evento nos países que eventualmente poderão importar a soja. Considerando que são mais de 10 países para aprovação, a estimativa para 2012 não é conservadora.

    Na última SEEDnews, foi possível constatar a importância do melhoramento vegetal para a alimentação humana. São inquestionáveis os ganhos de produtividade e qualidade obtidos com o uso de variedades lançadas no mercado. Neste sentido, gostaria que comentassem a relação entre programas de melhoramento vegetal e novas e melhores cultivares.

    Muito bem, a relação é estreita, no entanto, pode ocorrer que um programa de melhoramento vegetal lance uma variedade, e esta, apesar de ser nova, não traga inovação tecnológica, quer em produtividade, resistência a pragas ou atributo de qualidade. Isto se deve à pressão por lançar novos materiais. A criação e o desenvolvimento de uma nova variedade exigem tempo, conhecimentos e uma dose de sorte, e, às vezes, esse conjunto tem dificuldades para sincronizar.

    Estive analisando uma tabela sobre distribuição de sementes de milho durante a semeadura e constatei que a densidade estava boa, porém, alguns tratamentos apresentavam muitas falhas e duplos. Poderiam comentar?

    Um boa semeadura é essencial para otimizar a produtividade, onde a distribuição uniforme entre as sementes deve ser buscada com ênfase. Neste sentido, é recomendável o uso de produtos que auxiliem as sementes no processo de semeadura, de tal forma que a fluidez das sementes esteja na dosagem certa. Duplos significam fluidez muito alta, e falhas significam fluidez baixa. Ter os dois é sinal de que outro fator também está atuando.