Consultas

Edição XII | 05 - Set . 2008
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção da revista SEEDnews está sendo coordenada pela equipe da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br

 

    VERTICALIZAÇÃO - “Numa palestra sobre o negócio sementes, escutei várias vezes o termo verticalização e como ele afetava os produtores de sementes e os agricultores em

geral. Poderiam explicar esse processo?”

    Um programa de sementes de um país envolve vários segmentos, como o fitomelhoramento, produção de sementes básicas, produtores de sementes comerciais, difusão de tecnologia, agricultores e consumidores (supermercado). Quando o fitomelhoramento, a produção de semente básica e o produtor de semente comercial constituem a mesma empresa, considera-se que o processo é verticalizado, pois a variedade desenvolvida pelo fitomelhoramento não é licenciada para terceiros. Na cultura do milho, mais de 80% da produção de sementes é verticalizada, enquanto na cultura da soja mais de 80% é realizada por produtores de sementes que pagam royalties ao criador da variedade.

 

 

    GERMINAÇÃO E EMERGÊNCIA - “Costumo realizar um teste de emergência no solo de todos os lotes de sementes que compro. Observo com frequência que o percentual de emergência é inferior ao da germinação e, algumas vezes, bem inferior. Qual a causa desta diferença?”

    O teste de germinação é realizado em condições ótimas para a semente germinar e é padronizado no mundo inteiro pelas regras internacionais de sementes, editado pela International Seed TestingAssociation (ISTA), enquanto que o teste de emergência é realizado em condições de campo e não é padronizado. Assim, o teste de emergência apresenta, no máximo, um percentual igual ao da germinação, sendo na grande maioria das vezes inferior e, quando o lote apresentar baixo vigor, essa diferença é acentuada.

 

 

    CAPITAL DE GIRO - “Sei que a produção de sementes consiste em um processo que envolve vários fatores, entre eles capital. Neste sentido, gostaria de saber o capital de giro necessário para um produtor de sementes?”

    Esta pergunta é difícil, entretanto, para esta estimativa, deve se levar em consideração principalmente os custos de produção, beneficiamento, controle de qualidade, promoção e comercialização das sementes, bem como um período médio de 18 meses para o ressarcimento, pois normalmente o produtor de sementes recebe seu dinheiro da venda após o agricultor realizar a colheita. Todo esse tempo para começar a receber o dinheiro do investimento pode ser considerado o capital de giro necessário e entra no cálculo do custo da semente.

 

     

    SEPARADOR DE ESPIRAL - “Atualmente, estamos classificando a soja em dois ou três tamanhos após passar pelo separador de espiral. Isto colocado, gostaria de saber se o tamanho da semente influi no desempenho do separador em espiral?”

    O separador de espiral separa os materiais de acordo com sua capacidade de rolar, sendo que quanto maior for o material ou mais redondo, maior será sua velocidade. Assim, uma semente grande de soja tenderá a sair da espiral com maior facilidade e, inclusive, há um dispositivo que se coloca na espiral para que as semente grandes sejam retardadas e não saiam na primeira volta da espiral. Como pode ser constatado, seria bom classificar as sementes antes de passar na espiral, pois o seu tamanho afeta a eficiência da separação.

 

 

    SECAGEM - “Possuo quatro secadores do tipo intermitente, em que dois utilizam uma fonte de calor de forma direta e os outros dois utilizam uma fornalha de aquecimento indireto. Nos dois secadores de aquecimento indireto levo 14 horas para secar uma carga de sementes de soja de 18 para 13%, enquanto nos dois secadores de aquecimento direto consigo secar mais de duas cargas por dia. O que devo fazer para aumentar a capacidade de secagem de meus dois secadores de aquecimento indireto?”

    Realmente, os secadores do tipo intermitente secam mais de um ponto percentual de umidade por hora de secagem, e quando isto não ocorre algo não está sendo utilizado na sua plenitude. Provavelmente, em seu caso, a quantidade de ar que está sendo aquecida na fornalha de aquecimento indireto é baixa; assim, a mistura com um pouco de ar frio já diminui a temperatura acentuadamente e, como se sabe, a velocidade de secagem varia em função do fluxo de ar que passa pela semente e da temperatura (umidade relativa). Isso, então, faz com que sua velocidade de secagem seja baixa. Para resolver sua situação, sugere-se abrir mais a entrada de ar que passa pela fornalha de aquecimento indireto.



 

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