Consultas

Edição IX | 02 - Mar . 2005
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção da revista SEEDnews está sendo coordenada pela equipe da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos seus leitores.

 

    Gostei da matéria central da última edição da SEEDnews, pois realmente a amostragem é muito importante para a determinação da qualidade de um lote de sementes, em que pouquíssimas sementes representam muitas. Fiquei com dúvidas sobre a amostra média, poderiam explicar?

    Um lote de sementes pode ter várias toneladas e, para determinação de sua qualidade, tomam-se amostras criteriosas. Basicamente, são quatro tipos de amostras: as simples, que se retiram de vários locais do lote; a amostra composta, que é a reunião de todas as amostras

simples; a média, que como o próprio nome diz é a amostra composta homogeneizada e dividida, que para as grandes culturas, em geral, é um quilograma que se envia para o laboratório de sementes; e a amostra de trabalho, que é a divisão da amostra média utilizada pelo laboratório para realizar as devidas análises.

 


    Tenho observado que no processo de credenciar laboratórios para análise de materiais OGM se utiliza o critério baseado no desempenho. Tenho, porém, certa dificuldade de entender, pois pensava que todos os laboratórios utilizavam os mesmos testes. Seria possível obter uma explicação?

    Na avaliação se um lote de sementes possui material OGM, podem se utilizar vários testes, alguns inclusive utilizando o desempenho fisiológico das sementes e outros através de técnicas moleculares. Para certificar-se de que o laboratório está avaliando adequadamente o

lote de sementes, o certificador prepara amostras com distintas contaminações e envia ao laboratório para sua determinação; e, independentemente do(s) método(s) que utiliza, acertando a determinação, estará credenciado. Assim, o credenciamento do laboratório é baseado no seu desempenho e não na capacidade de seguir um protocolo universal previamente determinado como as regras de análise de sementes.

 


    No processo de limpeza das sementes observo que as peneiras estão com muitos furos entupidos. Como posso verificar se as bolinhas de borracha que funcionam embaixo das peneiras, para desobstruí-las, estão funcionando bem?

    As peneiras devem funcionar com suas perfurações abertas, e para isso um dos mecanismos que se utiliza é colocar embaixo delas bolinhas de borracha, que ao pularem desobstruem os furos das peneiras. Com o tempo, as bolinhas vão perdendo elasticidade, pulando cada vez menos. Assim, quando largar-se uma bolinha de borracha de um metro de altura, ela deve retornar pelo menos 70 cm para ser considerada ainda apta para desobstruir os furos das peneiras.

 

 

 

    A empresa em que trabalho resolveu comprar dois secadores contínuos para secar sementes de soja. Estive consultando o catálago que veio junto com os secadores e não encontrei recomendações sobre o processo de secagem para sementes. Gostaria de saber quais os principais controles a serem seguidos?

    O principal controle é a temperatura do ar de secagem, que deve ser tal que a temperatura da semente de soja não ultrapasse 40°C. Para isso, deve-se retirar uma amostra de semente no local mais quente do secador, colocá-la num recipiente com um termômetro e, cinco minutos após, realizar a leitura. Em geral, a temperatura do ar de secagem é 20°C superior a da semente, entretanto, varia com o modelo de secador. Outro controle é a determinação da umidade das sementes que estão saindo do secador, pois caso estejam com mais de 13% de umidade devem passar mais uma vez pelo secador. Ajustar a temperatura do ar e o tempo que as sementes passam pelo secador, requer um pouco de prática, que se obtém após algumas cargas de secagem.

 


    Estou tendo dificuldades em comprar sementes de forrageiras com pureza acima de 98%. Será que não existem máquinas para limpá-las?

    Sementes de forrageiras, especialmente as palhentas, como azevém, andropogon e brachiaria, são um pouco difícieis de limpar, mas o produtor de sementes que possuir uma unidade de beneficiamento com as principais máquinas (máquina de ar e peneiras, mesa de gravidade, cilindro separador, desaristador) e um bom conjunto de peneiras não terá dificuldades em limpar suas sementes. Gostaríamos de enfatizar que há situações em que, para diminuir o preço, a semente é ofertada com baixa pureza.

 


    Estou trabalhando com uma variedade de semente de soja cujo formato das sementes é ovalado e, toda vez que passo no separador de espiral, a perda de sementes boas é alta. O que posso fazer?

    Realmente, a perda de sementes no separador de espiral pode ser alta para sementes ovaladas. Para evitar a perda, deve-se utilizar espirais com menor diâmetro ou, no caso em que as espirais tiverem retardadores de velocidade, esses devem ser removidos. Outra alternativa é não passar as sementes pela espiral, separando as sementes deformadas apenas na mesa de gravidade. É bom lembrar que a mesa de gravidade não retira as sementes de feijão miúdo no meio das de soja.

Compartilhar