Esta seção da revista SEEDnews está sendo coordenada pela equipe da área de  sementes da Universidade Federal de Pelotas

    Tenho observado que nas Unidades de Beneficiamento de Sementes (UBS), a mesa de gravidade está sempre muito bem fixa. Existe outro equipamento que necessita desse cuidado?

    De fato, a mesa de gravidade vibra muito e necessita estar bem fixa; junto com ela existe a máquina de ar e peneiras (MAP) e que para desempenhar sua função tem ao redor de 400 rpm. Neste sentido, toda vez que a MAP não está no primeiro piso e sim num mezanino, há possibilidade de mal funcionamento. É difícil fixar um equipamento, ainda mais em local não o mais apropriado.

    Sou encarregado de uma UBS em que a principal espécie é soja, e como o mercado está requerendo que a mesma seja classificada, pergunto: em que momento do processo devo passar as sementes pela mesa de gravidade?

    Para um melhor trabalho, recomenda-se que as sementes sejam classificadas por tamanho antes de passarem pela mesa de gravidade. Caso isso não ocorra, a máquina tenderá a separar por dois princípios, quais sejam tamanho e peso específico, afetando a eficiência do processo.

    Gostei do artigo sobre tratamento de sementes publicado pela SEEDnews, edição março/abril de 2003 entretanto, não entendi porque há dificuldades de fungicidas para esse tipo de semente?

    A situação é que os produtos necessitam ser registrados para poderem ser utilizados, sendo esse processo bastante trabalhoso e de alto custo. Assim, como o volume potencial de utilização do produto em sementes de hortaliças é pequeno, as empresas praticamente não se interessam em desenvolver produtos para esse fim.

    Por favor explique por que as sementes de milho híbrido simples custam mais, pois segundo entendi, produzem mais que os outros tipos de híbridos?

    Realmente, o potencial de produção de um milho híbrido simples é superior aos demais. No entanto, é mais difícil obter as sementes para produção, pois envolve duas linhas puras de baixo potencial de rendimento e em geral com problema de polinização. Para ilustrar a situação, salienta-se que, enquanto um campo para produção de sementes de híbrido simples produz ao redor de 2 t/ha, um campo instalado com sementes de um híbrido simples pode alcançar 10 t/ha.

    Estou com dificuldades para convencer os agricultores quanto ao desconto de umidade, que não é uma regra de três e sim exige a utilização de uma igualdade (peso inicial x (100 – umidade inicial) = peso final x (100 – umidade final). Como devo proceder?

    Essa situação é bastante comum no mundo inteiro. A melhor maneira é realizar o desconto (20 para 13%) aplicando a igualdade e depois mostrar ao agricultor o que aconteceria se o produto molhasse e a umidade voltasse ao valor original (13-20%). A igualdade serve para produto que ganha ou perde umidade.

    Nas embalagens impermeáveis, qual é o principal requisito a ser considerado para o armazenamento das sementes?

    Utiliza-se embalagens impermeáveis quando se deseja aumentar o potencial de armazenamento das sementes, e para isso diminui-se a umidade das sementes para 4-7% e coloca-se na embalagem impermeável para que a mesma não volte a aumentar sua umidade. O uso de embalagens impermeáveis para sementes com mais de 10% de umidade acelera o processo de deterioração (pelo seu alto metabolismo). Neste caso, as embalagens permeáveis são mais indicadas. Desta maneira, sementes que não podem ser secas, como juta  (recalcitrante), não podem ser armazenadas em recipientes impermeáveis.

    Tenho entendido que os secadores estacionários possuem uma frente de secagem com possibilidade de que a camada próxima à saída do ar fique muito seca. Como isso pode ser minimizado?

    A super secagem pode ser superada diminuindo a espessura da camada de sementes e aumentando o fluxo de ar. Isso fará com que praticamente não se tenha frente de secagem. Alguns tipos de secadores no mercado adotaram esse processo.