Consultas

Edição IV | 04 - Jul . 2000
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br

    Esta seção da revista SEEDnews está sendo coordenada pela equipe da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas 

    Sou distribuidor de sementes de feijão e comprei mais sementes do que consegui comercializar. Posso guardá-las, sem prejuízos em sua qualidade, para vendê-las mais adiante, na “safrinha”? 
 Se você contar com boas condições de armazenamento, principalmente em termos de umidade, e suas sementes tiverem alta qualidade (como uma germinação superior a 90%), pode guardá-las pelo período de três a quatro meses para venda posterior, sem problemas. 

 
    Tenho ouvido falar no uso de macho- esterilidade para produção de sementes híbridas. O que vem a ser isso? 
    Para a produção de híbridos, utiliza- se duas linhas, sendo fundamental que uma delas não produza pólen viável, sendo, para tanto, introduzido o caráter genético da macho-esterilidade nesta linha materna. Esta possibilidade diminui muito a mão-de-obra necessária para a produção de híbridos, uma vez que se torna desnecessário o despendoamento manual das fileiras femininas. A macho-esterilidade é muito utilizada na produção de sementes híbridas de fumo e de milho. 

 
    Na edição anterior da SEEDnews havia uma matéria sobre tratamento de sementes mostrando como esta prática apresenta vantagens devido à menor utilização de pulverizações foliares, minimizando com isso os prejuízos ao ambiente. Como o custo do tratamento de sementes é baixo, por que não são tratadas todas as sementes? 
    O tratamento de sementes é extremamente vantajoso em todos os aspectos, porém, se, eventualmente, o produtor não conseguir comercializar todas as sementes tratadas, não poderá vendê-las como grãos, devido à toxidez do produto utilizado para o tratamento, que torna as sementes impróprias para consumo humano ou animal. Por isso, em geral, o produtor prefere não correr o risco de tratar todas as suas sementes e não poder vendê- las como grão, se necessário. 

 
    Com relação à classificação de sementes de soja, diferentes empresas podem utilizar peneira 1 ou 2. Isto pode trazer algum tipo de problema? 
    Não há nenhum problema neste sentido, pois cada lote de sementes possui um tamanho diferente de sementes, sendo as peneiras utilizadas para uniformizar este tamanho. São assim retiradas as sementes bem maiores e as bem menores. 
 

    Tenho tido muitas perdas por ataque de insetos em meu silo, porém, ouvi dizer que a utilização de fumigantes em silos e armazéns pode afetar negativamente a germinação das sementes. Até que ponto isto é verdadeiro? 
    O uso de fumigantes em produto com alta umidade pode, realmente, vir a se tornar um problema. Porém, no caso de sementes, que são obrigatoriamente armazenadas com baixa umidade, a fumigação não diminui sua qualidade fisiológica. 
 
 

    Achei muito interessante a matéria sobre o uso de eletrofotografias para verificar se as sementes estão mortas ou vivas. Este método já está sendo utilizado comercialmente por alguma empresa? 
    Como ainda não foi desenvolvida uma máquina para tirar eletrofotografias de várias sementes ao mesmo tempo, esta técnica ainda não pode ser utilizada em grande escala, tornando- se por isso anti-econômica. Por esta razão, seu uso, pelo menos por enquanto, ainda está restrito a trabalhos de pesquisa. 
 

    Sei da recomendação para que o ventilador de silos com arroz armazenado a granel seja ligado a intervalos de poucos dias, mas como ultimamente tem chovido bastante na minha região, fico em dúvida se é aconselhável ligar o ventilador também em dias de chuva. 
    Não há problemas em ligar-se o ventilador em dias de chuva, desde que o mesmo esteja protegido da entrada de água. A ventilação, na realidade, tem como objetivo principal manter estável e uniformizar a temperatura das sementes dentro do silo. 
 

    Por que somente encontro à venda no mercado sementes de flores produzidas no exterior? 
    Porque, na realidade, o Brasil não produz sementes de flores, sendo todas importadas de países como a Holanda e o Japão. Na década de 80, no RS, houve uma tentativa de produção comercial de sementes de flores, porém, esta não foi bem sucedida, devido à ausência de máquinas apropriadas no Brasil, ao custo proibitivo da importação destas máquinas, e à tradição do nosso mercado de confiar e utilizar apenas as sementes de flores importadas. 
 

    Utilizei sementes de trigo de reconhecida qualidade, não ocorreram problemas climáticos e assim mesmo não obtive um bom estabelecimento do estande. O que pode ter ocorrido? 
    Tendo sido utilizadas sementes de alta qualidade e não tendo havido outro tipo de problemas, provavelmente a profundidade de semeadura não foi adequada, o que é um problema relativamente comum em trigo. Sementes colocadas muito profundamente não germinam; e, por outro lado, semeadas muito superficialmente também não germinam, por não ocorrer perfeito contato solo/semente. 

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