Além da secagem (como apresentado
na SEEDNews nº12), há algum outro processo na unidade de
beneficiamento de sementes (UBS) que possua ajustes controlados
por computador?
A Monsoy, na UBS da cidade de Não- Me-Toque
– RS, possui um sofisticado processo de controle computadorizado, em que é
possível ajustar a alimentação de sementes de cada equipamento de forma
individual. Um bom controle da alimentação de semente para uma máquina é
essencial para o seu desempenho, em termos quantitativos e qualitativos.
Tenho observado que existe uma grande
variação no processo de maturação das plantas de soja. O que devo fazer
para colher num estádio em que as sementes mais secas não estejam
deterioradas?
Essa situação realmente é crítica em
regiões em que chove muito e a temperatura é alta (+25ºC). A colheita deve ser realizada
quando a lavoura apresente ainda algumas sementes verdes (cerca de 2%), o que
necessariamente leva à secagem artificial. Não sendo encontradas sementes
verdes, é sinal de que existem muitas sementes que estão aguardando a colheita
há muito tempo e provavelmente já estejam deterioradas. Sementes colhidas no
ponto certo terão alta qualidade fisiológica e não terão problemas no
armazenamento. Por outro lado, sementes colhidas com baixa qualidade devem ter
redobrados os cuidados com o armazenamento e, assim mesmo, com resultado
incerto.
Em minha região, no período em que
não chove, a umidade do ar fica muito baixa. Devo molhar as paredes
do armazém para que minha semente não seque demais?
Isso nunca, pois quanto mais seca
sua semente, menor a deterioração. Na realidade, você não precisa se preocupar,
pois numa pilha, em geral com mais de 400 sacos, o equilíbrio higroscópico
entre a umidade do ar e a semente se dará apenas nos sacos do lado de fora da
pilha e numa profundidade não superior a 5 cm. Lembre-se de que o ar tem que
passar pelas sementes para haver trocas, como este não passa por dentro da
pilha, a umidade da semente praticamente ficará inalterada.
Por favor, comente sobre
plantabilidade na semeadura da soja.
Com a introdução de novas cultivares
de soja, que requerem densidade de semeadura ao redor de 10 sementes/m linear, para
obtenção de um estande de 250.000 plantas/ha, e assim produzirem plantas que
não irão acamar, o agricultor tem que minimizar as chances de errar na
densidade de semeadura. O melhor procedimento para obtenção de um estande adequado
é utilizar sementes de alta qualidade fisiológica (germinação e vigor) e
consultar a estação meteorológica para saber se a chuva está a caminho (o
prognóstico com 24 horas de antecedência acerta 99%), pois semeadura seguida de
chuva é semeadura certa. Como isso nem sempre é possível, ou pela ausência do
teste de vigor ou pela falta de informação meteorológica, a solução passa pelo
profissionalismo da empresa de sementes, por um procedimento simples que é a
realização de um teste de emergência a campo dias antes da semeadura, pelo
conhecimento das condições do solo (umidade, temperatura, plantio direto) e
pelo bom senso.
Como nós brasileiros estamos em
relação ao uso da agricultura de precisão?
Estamos praticamente no mesmo estágio
que os americanos e europeus, ou seja, ainda nos passos iniciais de ajuste da
informação e conscientização do agricultor. É uma tecnologia de ponta que está
vindo para ficar, pois possibilitará, entre outras coisas, dar a conhecer os
rendimentos de inúmeros pontos de uma lavoura. É evidente que o conhecimento
das causas da variação de rendimento envolverão bom senso e conhecimentos agronômicos.
Houve várias perguntas sobre sementes
transgênicas, a maioria delas sobre sua adoção. O que se pode
afirmar é que não há exemplo na história em que uma nova
tecnologia não tenha sido aplicada, e o abandono do seu uso vai
depender do tempo que levará para aparecer uma outra tecnologia.
Quais são as sementes nocivas proibidas
de acordo com a lei federal? Cascuda, tiririca, echuim, capim anoni, amendoim
bravo, arroz preto, rumex, sorgum halepense e feijão miúdo. A SEEDNews está
preparando uma matéria sobre o assunto.
Tenho escutado o termo proteonona
em algumas palestras que assisti. O que vem a ser isso afinal
?
É o estudo das proteínas envolvidas com
genes. Essa ciência vai ajudar a determinar a função de um determinado gene na planta.
A Pioneer está trabalhando com um grupo de pesquisadores ingleses nesse
assunto.
Afinal, por que ainda não temos um
híbrido comercial de arroz ?
Na China este arroz já é realidade há
alguns anos, entretanto aqui no Brasil o entrave maior está no custo de
produção das sementes de arroz híbrido. Esses entraves estão sendo superados com
técnicas especiais de produção.