Canola geneticamente modificada resistente a doenças recebe sinal verde nos Estados Unidos

Canola geneticamente modificada resistente a doenças recebe sinal verde nos Estados Unidos

   Para a Cibus, a clareza regulatória não é apenas uma exigência, mas um ponto de virada.

   A empresa de tecnologia agrícola sediada em San Diego, com operações no Canadá, acaba de anunciar que dois de seus produtos de canola com características aprimoradas editadas por genoma receberam aprovação do Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (APHIS) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A decisão: não são itens regulamentados. O que isto significa? Essas características podem avançar sem a pesada carga regulatória frequentemente associada aos organismos geneticamente modificados (OGM).

   Isso representa uma grande vitória para a Cibus e para os melhoristas de plantas ao redor do mundo que buscam resolver os desafios mais persistentes da agricultura sem controvérsia ou demora.

   No centro desse avanço está o Sistema de Desenvolvimento Rápido de Recursos (RTDS) patenteado pela Cibus, de acordo com a empresa. Ao contrário dos OGM tradicionais, que dependem da inserção de DNA estranho no genoma da planta, o RTDS permite uma edição precisa sem DNA recombinante. É edição genética com um bisturi, não com uma marreta, diz a empresa.

   “Estamos encorajados pela ampla designação USDA-APHIS”, disse o Dr. Peter Beetham, cofundador e CEO interino da Cibus. “Este é outro exemplo de como as estruturas regulatórias continuam a evoluir para apoiar a promessa das tecnologias de edição genética.”

   Com a aprovação do USDA, essas características da canola agora podem ser comercializadas nos Estados Unidos sem os obstáculos regulatórios caros e demorados normalmente associados aos OGM. Isso acelera a inovação e beneficia diretamente os agricultores, diz Beetham.

   Uma das aplicações mais promissoras da tecnologia de edição genética da Cibus é sua característica de resistência à Sclerotinia na canola. Conhecido como mofo branco, o Sclerotinia sclerotiorum é um patógeno fúngico devastador que afeta severamente os produtores de canola da América do Norte, reduzindo a produtividade em 7% a 15% ao ano, com perdas individuais de até 50% nas plantas infectadas.

   A característica do Cibus oferece múltiplos modos de ação, dando aos agricultores uma defesa mais duradoura e reduzindo sua dependência de fungicidas.

   “Novas ferramentas são cruciais, visto que as mudanças climáticas continuam a alterar a distribuição e a prevalência de doenças de plantas, como a Sclerotinia. Esperamos expandir a aplicação de nossas características a outras culturas, como a soja, estendendo os benefícios dessas características a mais hectares e áreas geográficas”, afirma Greg Gocal, cofundador da Cibus.

   Os Estados Unidos não são o único país que adota uma visão mais diferenciada da edição genética. A União Europeia está se aproximando de uma estrutura regulatória que trataria algumas culturas geneticamente editadas como variedades convencionais, desde que as mudanças ocorressem naturalmente ou por meio de melhoramento tradicional.

   O Canadá já decidiu que as culturas geneticamente editadas não enfrentarão obstáculos regulatórios adicionais, desde que não contenham DNA estranho ou expressem uma característica comercialmente viável de tolerância a herbicidas. A Cibus aplaudiu essa decisão no ano passado.

   “Com as orientações mais recentes da Agência Canadense de Inspeção de Alimentos, o Canadá continua a demonstrar sua liderança global na implementação de políticas pragmáticas e baseadas na ciência para a regulamentação de plantas desenvolvidas por meio de edição genética”, disse a empresa na época.

*Esta notícia foi publicada pela ChileBio e pode ser acessada em seu idioma original em: https://chilebio.cl/2025/04/28/canola-editada-geneticamente-resistente-a-enfermedades-recibe-luz-verde-en-estados-unidos/

Subject:Biotecnologia

Author:ChileBio

Publication date:07/05/2025 12:11:14

Share