
Gestão de pessoas é tema de live do perfil Academia da Semente
Na última quinta-feira (23), o perfil Academia da Semente no Instagram, administrado pelo agrônomo Jonas Pinto, realizou mais uma edição de suas lives mensais. Em março, a temática abordada foi “Gente, gestão e tecnologia”; para tratar do assunto, foi convidado Eleri Hamer, que atua no ramo de recrutamento profissional, com grande atuação na área do agronegócio.
Graduado em Agronomia e em Administração, Hamer é fundador da empresa GoJob, especializada em headhunting, ou seja, em recrutar profissionais para vagas em empresas. O convidado também é colunista da Revista SEEDnews, escrevendo sobre Gestão e Agronegócio.
Inicialmente questionado pelo anfitrião sobre qual a relevância de falar sobre gestão de pessoas no agronegócio, Hamer explicou que as pessoas são partes centrais do agronegócio, pois são elas que fazem com que esse sistema aconteça como uma reunião de diversas ciências. O convidado lembrou o passado - não tão distante, em sua opinião - de que o agricultor era considerado o Jeca Tatu, conforme o personagem de Monteiro Lobato, de pouco estudo e relegado a um segundo plano.
Entretanto, o headhunter salientou que foi justamente o investimento em tecnologia e em pessoal que fez com que o agronegócio brasileiro se tornar pujante como agora: “Sempre que a gente investe em gente e em tecnologia, a gente ganha dinheiro”. Esse investimento em pessoas, segundo Hamer, pode se dar em pesquisadores, mas também na formação de agricultores, empresários e demais profissionais da cadeia.
Hamer, porém, destacou que os últimos anos têm sido desafiadores para empresários e profissionais de recursos humanos, pelo fato de que não há muita sobra de pessoal disponível para contratação. “Não há mais talentos na prateleira”, brincou. Segundo ele, um dos motivos é a rapidez da evolução dos processos tecnológicos em comparação com a qualificação necessária dos trabalhadores. “Hoje são os profissionais que estão selecionando as empresas em que querem trabalhar e não o contrário”, disse.
Diante das colocações de seu convidado, Pinto questionou-o sobre a necessidade de manter os talentos nas organizações e como fazê-lo. Hamer iniciou afirmando que não há receita ou regra para isso, mas que há algumas atitudes que colaboram nesse processo. Entre elas, está a transparência nos planos da empresa para o profissional para curto, médio e longo prazos e a possibilidade que a instituição dá ao empregado para que este desenvolva seus talentos ao longo do seu vínculo. “Hoje a questão não é apenas de remuneração”, lembrou.
Outro ponto levantado pelo convidado da noite é o que se tem chamado de employer branding, ou seja, a construção e a percepção da marca da organização junto ao mercado profissional. Segundo Hamer, as empresas devem se preocupar como são percebidas não apenas junto ao mercado consumidor, mas também junto aos profissionais do mercado, pois muitos profissionais utilizam essa percepção para escolherem se se candidatam a determinadas vagas.
Ao pensar perspectivas do que se o futuro já tem trazido para a gestão de pessoas no agronegócio, Hamer defendeu a importância da diversidade no ambiente organizacional - não apenas de gênero ou etnia, já consagradas como necessárias -, mas do chamou de diversidade cognitiva, daquelas pessoas que pensam diferente: “É como ter um blend na equipe, onde as coisas não são sempre vistas pelo mesmo ponto de vista”.
A chegada das tecnologias de inteligência artificial também trará desafios para a gestão de pessoas. “As habilidades comportamentais serão cada vez mais relevantes”, disse ele. Afinal, de acordo com Hamer, além do uso dessas ferramentas, as habilidades técnicas são mais facilmente treináveis do que aquelas que envolvem o comportamento dos profissionais.
Subject:Linha Verde
Author:Equipe SEEDnews
Publication date:28/03/2023 13:19:10