
Brasileira vence o World Food Prize, o Nobel da alimentação
A pesquisadora da Embrapa Soja Mariangela Hungria foi anunciada, na última terça-feira (13), como a vencedora do “World Food Prize” de 2025. A premiação é uma das mais prestigiadas condecorações na área da segurança alimentar e agricultura, sendo equiparada ao prêmio Nobel por sua relevância na área.
A láurea reconhece a contribuição de Mariangela para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para a produção agrícola. Graças a suas pesquisas, a investigadora tornou-se referência internacional no tema da fixação biológica de nitrogênio, por meio do uso de inoculantes microbianos para aumentar a produtividade das lavouras sem o uso excessivo de fertilizantes químicos, especialmente o nitrogênio mineral.
Seus estudos buscaram averiguar os benefícios do uso de bactérias do gênero Bradyrhizobium inicialmente na cultura da soja. Tais micro-organismos têm a capacidade de fixar nitrogênio junto às raízes das plantas. A partir dessas investigações, foi possível desenvolver essa tecnologia, que já vem sendo adotada no Brasil e no mundo com grandes resultados. Somente no Brasil, estima-se que 85% da soja plantada utilize essa inoculação.
Os resultados econômicos são evidentes: algumas estimativas percebem uma economia de 25 bilhões de dólares anuais com a substituição de fertilizantes nitrogenados apenas em lavouras de soja no Brasil. No entanto, essas práticas investigadas pela pesquisadora buscam promover práticas mais sustentáveis, especialmente para saúde do solo, mas também para os impactos de uso de agentes químicos.
Mais recentemente, a equipe liderada por Mariangela tem buscado estender suas pesquisas para inoculantes com a mesma tecnologia para outras culturas, como milho, trigo e braquiária. Outro projeto busca conjugar outros micro-organismos para potencializar a ação desses agentes biológicos.
Os benefícios da adoção dessa tecnologia também têm se mostrado promissores na produção sementeira. Estudos apontam um aumento na qualidade fisiológica de semente que adotam a fixação biológica de nitrogênio.
Relevância além-fronteiras
Esta é a primeira vez que uma mulher brasileira recebe o World Food Prize. Mariangela Hungria é engenheira agrônoma formada pela Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz (Esalq/USP) e doutora em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e realizou estágios pós-doutorais na Espanha e nos Estados Unidos. É membro das Academias Brasileira e Mundial de Ciências.
Esta é a primeira vez que uma mulher brasileira recebe o World Food Prize. Mariangela Hungria é engenheira agrônoma formada pela Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz (Esalq/USP) e doutora em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e realizou estágios pós-doutorais na Espanha e nos Estados Unidos. É membro das Academias Brasileira e Mundial de Ciências.
“A produção de alimentos é essencial, mas precisa ser feita com sustentabilidade”, destaca Mariangela. O comitê organizador da premiação destaca essa preocupação da pesquisadora, ao perceber o potencial dos micro-organismos para benefícios do sistema agrícola para a adoção de práticas regenerativas na agricultura.
Em nota, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) coloca a escolha de Mariangela para ser premiada como um marco para a pesquisa de sistemas de produção mais sustentáveis e inclusivos: “Mariangela ajudou a escrever um capítulo essencial da ciência agropecuária mundial”.
Subject:Linha Verde
Author:Equipe SEEDnews
Publication date:16/05/2025 14:13:46