A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu por decisão unânime, divulgada na última segunda-feira, 8 de agosto, o uso do fungicida carbendazim como produto agrotóxico. A eliminação ocorrerá de forma gradual, uma vez que a substância é largamente utilizada em plantações de feijão, soja, arroz e outras culturas, sendo um dos 20 produtos do tipo mais usados no Brasil. Locais como os Estados Unidos, Austrália, Canadá e União Europeia já não permitem seu uso em culturas alimentares.

   O relator do processo na Anvisa, Alex Campos, levou em consideração em sua decisão levantamento da área técnica da agência que apresentou, em seu relatório, evidências de efeitos tóxicos, carcinogênicos e mutagênicos no carbendazim. Também citou que não foi possível encontrar uma dose segura para contato com o fungicida. O produto já havia sido suspenso por medida cautelar desde 21 de junho. No entanto, os estudos para reavaliar sua adoção no Brasil já estavam em andamento desde 2019. 

   Foi feita a opção pela eliminação gradual da utilização da substância, evitando dessa forma descartes inadequados dos lotes já comercializados. A importação foi proibida de imediato; a produção da versão formulada deverá ser suspensa em três meses; já a comercialização não poderá ocorrer dentro de seis meses. Existem no Brasil, atualmente, 41 produtos formulados e 33 produtos técnicos à base da substância.

*Com informações de Pedro Peduzzi, repórter da Agência Brasil.