A partir do programa de melhoramento genético de forrageiras da Embrapa, o Brasil finalmente anunciou a sua primeira cultivar da espécie Brachiaria ruziziensis. A BRS Integra, como é denominada, foi desenvolvida especialmente para as condições de solo e clima no país e terá grande apelo para os sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Este é mais um grande avanço para a agropecuária brasileira proporcionado através do estímulo à pesquisa.

   Comparada a cultivar de ruziziensis antiga que estava disponível no mercado (cv. Kennedy), os ganhos da BRS Integra são inegáveis. Segundo o pesquisador da Embrapa, Souza Sobrinho, a nova variedade apresenta melhor e maior produção de forragem na entressafra. “Esse diferencial, no período de seca, torna a cultivar mais indicada para a ILPF, podendo contribuir com o aumento de produtividade desses sistemas”, coloca.

   Mantendo esse nível de produtividade no inverno, a cultivar da espécie Brachiaria ruziziensis se torna um grande atrativo para os sistemas ILPF, podendo fazer crescer a adesão desta espécie de forrageira no Brasil, que por enquanto ainda fica atrás da Brachiaria brizantha e da Brachiaria decumbens. Ainda, conforme o outro pesquisador da Embrapa, Alexandre Brighenti, pontua, a melhor adesão a herbicidas e a produção de sementes uniforme são mais pontos positivos para a nova cultivar.

   “A ruziziensis é mais sensível a herbicidas, demandando doses mais baixas na dessecação pré-semeadura de cultivos em sistemas de plantio direto. Além disso, a produção de sementes da espécie é uniforme, pois só floresce uma vez por ano, tornando o seu controle mais fácil”, encerra Brighenti.